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sábado, 16 de dezembro de 2017

CRESCENDO À MATURIDADE - ESCRAVOS OU FILHOS

Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. Lucas 15:25-27.
Jesus introduziu o caráter do irmão mais velho a fim de mostrar, mediante contraste vivido, a verdadeira natureza do sistema doutrinário farisaico. Podemos perceber que esse irmão não possuía o amor-Ágape presente em seu pai e, além disso, revelou-se totalmente ignorante de tal amor, e inimigo de qualquer manifestação nesse sentido. Ele trabalhara o dia inteiro no campo. Ao regressar, ouviu o som de música e da dança. Aborrecido, perguntou a um empregado o que estava acontecendo. O empregado lhe disse que seu irmão havia regressado e aquela festa era a celebração de boas vindas da família. Os olhos do moço escureceram-se de ódio e, voltou ao campo, recusou-se a entrar. Ele repugnava o irmão menor; desprezava-lhe a memória e, por dentro, também sentia raiva de seu pai. Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. Lucas 15:28.
Em sua fúria, o moço revelou o que se aninhara no seu coração durante todos aqueles anos. Muito mal-humorado, o moço recusou-se, e em seguida explodiu contra seu pai dizendo: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos. Lucas 15:29.
A palavra grega para “servir” é (doulos) que significa “estar escravizado”. Então ele argumentava que havia sofrido muito sob as leis decretadas por um pai feitor de escravos. Ele se considerava também um escravo, rápido na obediência a todas as ordens. Devido ao seu pensamento pervertido, o moço entendia as palavras do pai segundo a mente de um escravo. O fato é que esse moço ainda não havia sequer começado a compreender a ideia de um relacionamento de amor no qual ele, como filho, era aceito e amado por quem era, e como era. Cristo em nós é a garantia que somos alvo do amor do Pai. Eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. João 17:23.
O filho mais velho e mal-humorado não conhecia a alegria de amar ao pai e ao irmão com esse tipo de amor. Jamais houve um único dia em que ele trabalhasse por amor puro e simples a seu pai, a fim de prover-lhe sustento e, ao mesmo tempo, extasiar-se diante da ideia de ser coproprietário da fazenda. O fato é que a mentalidade de escravo não imagina festas e celebrações espontâneas de alegria. É provável que esse moço jamais tenha desejado uma festa, até ver seu irmão no meio de tanta alegria. E as Escrituras nos exorta a que sejamos alegres sempre. Filipenses 4:4. Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.
Mas o filho não conseguia se alegrar, mas a explosão dele foi: “Isso não é direito! Ele não fez o que eu fiz! Ele não trabalhou como um escravo, não obedeceu a todas as ordens como eu obedeci. Quando é que terei feito tanto, que o senhor estará satisfeito?” O que esse moço e os fariseus não conseguiam enxergar, por serem cegos, era que a aceitação nada tinha a ver com ações ou comportamento. Tinha tudo a ver, entretanto, com o amor do pai. É fundamental que todo filho de Deus em Cristo creia e desfrute desse amor incomensurável. De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí. Jeremias 31:3.
O pai havia menosprezado o comportamento do filho mais velho e, ao proceder assim, estava afirmando que suas ações nada tinham a ver com aceitação ou rejeição. A aceitação dependia de quem era o pai, e não do que o filho fizera. Procurar a aceitação de Deus mediante a modificação do comportamento reduz o Cristianismo a uma fórmula, em vez de mostra-lo como realmente é: um relacionamento dinâmico com Deus, trazido por Cristo. Isso Ele mesmo já nos declarou em Miquéias 6:8. Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.
Quando o irmão mais velho referiu-se ao mais novo como “esse teu filho,” em vez de “esse meu irmão", estava dando a entender que o comportamento do rapazinho o levara a perder o direito de membro da família. Mas a coisa é ainda pior, porque viver segundo regras e códigos produz o inverso dos objetivos de Jesus. Deus é Ágape, e Jesus afirmou que seus discípulos seriam conhecidos por uma vida marcada pelo amor divino. João 13:35. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.
É trágico que a religião só consiga produzir orgulho no coração da pessoa, e desprezo por todos quantos não acatam os preceitos específicos da seita. A religião mira-se no espelho de seus mandamentos e, em seguida, espreita os que não pertencem ao mesmo círculo de presunçosos, e orgulha-se dizendo: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano. Lucas 18:11b.

Quando o homem recebe a dádiva do Ágape, há alegria, há festa. Entretanto, dali a pouco os guias farisaicos aparecem, à semelhança de erva daninha em canteiro de flores, a fim de minimizar a vida espontânea do Espírito, reduzindo-a a um código rígido. O relacionamento com Deus transforma-se assim numa fórmula morta para reger a vida. Ao longo da história, o Espírito de Deus tem-se manifestado continuamente entre os homens, e aberto seus olhos para que vejam o grandioso e incondicional amor revelado por Deus em Cristo Jesus. Nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 8:39b. Amém.

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