Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. Lucas 2:40
Este versículo nos mostram, de maneira
admirável, que a sabedoria de Jesus não era uma função de sua natureza divina,
e sim uma expressão de seu crescimento como ser humano. A sabedoria que Jesus
tinha era, evidentemente, uma sabedoria crescente que correspondia ou
acompanhava seu desenvolvimento físico. E esta observação deve mostrar com
clareza que a sabedoria sobre a qual Lucas fala não podia ser a sabedoria da
natureza divina de Jesus. A natureza divina, assim eu entendo, não é suscetível
a crescimento em sabedoria. A sabedoria divina é plena! Eu, a Sabedoria, habito com a prudência e disponho de conhecimentos e
de conselhos. Provérbios 8:12.
Não podemos nos referir corretamente à
sabedoria da natureza divina de Jesus, designando-a como algo que cresce ou
aumenta, porque, como todos os atributos essenciais de Deus, ela é
infinitamente completa e perfeita. Como Deus, o Cristo é infinitamente sábio em
sua natureza divina. E, como tal, Ele é tanto onisciente como onipresente. Ele
conhece tudo que pode ser conhecido, e seu uso e apropriação desse conhecimento
é perfeito. Deus, o Senhor nosso, é
grande e poderoso; a sua sabedoria não pode ser medida. Salmos 147:5.
Se Cristo é uma Sabedoria desmedida, como
então, podemos entender que Jesus crescia em sabedoria? Como menino, Jesus
aprendeu, sem dúvida, por meio da instrução de seus pais, do ensino dos rabinos
em Nazaré, sua cidade natal, e de seu próprio estudo diligente da Palavra de
Deus. Foi por meio destes instrumentos que sua sabedoria cresceu e aumentou. Podemos
dizer que, se Jesus em sabedoria, como Lucas enfatiza em ambos os polos deste
relato da infância de Jesus, isso indica, com certeza, um crescimento que
aconteceu em sua natureza humana. E crescia Jesus em sabedoria, estatura e
graça, diante de Deus e dos homens. Lucas 2:52.
Fica evidente para nós que o crescimento
de Jesus em cada aspecto; físico, emocional, espiritual e intelectual, foi
resultado da graça de Seu Pai para com Seu Filho. Neste tempo, Jesus era um
menino que crescia em direção à maturidade. Certamente, isto era a graça do Pai
em prover para Seu Filho tudo que precisaria para crescer e desenvolver-se a
fim de cumprir a missão que o Pai lhe dera. Quando Jesus alcançou a maturidade,
Deus o apresentou: Assim diz o SENHOR
dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e
edificará o templo do SENHOR. Zacarias 6:12.
Há uma profecia em Isaías, que nos diz que
este Filho vindouro de Davi exibiria uma sabedoria que seria produzida dentro
dele por meio do Espírito de Deus que habitava nele. Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de
entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento
e de temor do SENHOR. Isaías 11:2.
Jesus amava verdadeiramente a lei do
Senhor e meditava nela dia e noite. Agora imagine comigo, Jesus chegando ao
Salmo 22. Enquanto considerava a intensidade do sofrimento descrito ali, o
desespero e a agonia retratados, o Espirito Santo iluminou a mente Dele para
entender que a Pessoa referida no salmo, abandonada por Deus e entre tormentos
inconcebíveis, era Ele mesmo. E o que nos enche o coração de alegria, é que Ele
aceitou tudo isso voluntariamente e por amor a nós. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem
há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Isaías 6:8. Aleluia!
Amém.
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