Irmãos,
a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para
que sejam salvos. Romanos 10:1.
Talvez nada exista de tão comovente, na
Bíblia, como o interesse, expresso pelo apóstolo Paulo, por seus compatriotas,
os judeus. Ele se lamentava devido à recusa persistente e obstinada em crerem
eles no evangelho. Sentia também que, devido à privilegiada posição que
ocupavam, o caso dos judeus era mais trágico que o de qualquer outro povo. Deus
os escolhera dentre todas as nações, conferindo-lhes prerrogativas especiais. A
eles tinham sido confiadas as Escrituras, e tinham sido ensinados por uma
maravilhosa sucessão de profetas, a fim de que aguardassem a futura vinda de um
grande Messias e Libertador. No entanto, dentre toda a humanidade, foram
justamente eles que rejeitaram a Cristo e que continuaram se recusando a dar
crédito ao evangelho, que fala de Cristo. Aqueles que esperavam o aparecimento
do Messias não O reconheceram, quando Ele veio. Aqueles que se declaravam
ansiosos por parecer justos e cheios de sabedoria diante de Deus rejeitaram o
único meio pelo qual a humanidade pode ser justificada diante do Senhor. O
apóstolo Paulo admitia que os pontos de vista deles eram honestos e sinceros
como está escrito em Romanos 10:2.
Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com
entendimento.
O problema dos judeus não era que lhes
faltasse sinceridade, mas antes, era que confiavam em sua própria sinceridade;
e então, por dependerem dela, deixavam de considerar a luz e o conhecimento
maiores que o evangelho poderia lhes dar, quanto ao Messias que desejavam. De
igual modo, sua dificuldade não era a falta de fervor, mas a confiança em seu
próprio fervor, argumentando que, em vista de serem zelosos, necessariamente
estavam com a razão. "Têm zelo por Deus, porém não com entendimento."
Na realidade, repeliam o conhecimento que o evangelho lhes oferecia, exatamente
por causa do seu ardor pessoal. O conflito, no caso deles, era entre o zelo e o
conhecimento, entre a sinceridade e a verdade. Um homem pode ser sincero, mas
ele pode estar errado com relação a sua salvação. A salvação do homem independe
de sua sinceridade, mas do conhecimento da verdade. E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. João 8:32.
O grande perigo é a tendência de igualar
à sinceridade à verdade, de fazer do zelo e do conhecimento termos equivalente.
Asseveram que, se um homem é sincero e zeloso, nada mais realmente importa. O
conhecimento está sendo depreciado, quase mesmo desprezado. Portanto meus
queridos, nós podemos ser precisos e zelosos, mas se não formos exatos, estamos
fora do foco da centralidade de Cristo. Vejamos um exemplo de como Apólo era
preciso, mas não era exato. Ele era sincero, mas não verdadeiro em suas
convicções. Era ele instruído no caminho
do Senhor; e, sendo fervoroso de espírito, falava e ensinava com precisão a
respeito de Jesus, conhecendo apenas o batismo de João. Ele, pois, começou a
falar ousadamente na sinagoga. Ouvindo-o, porém, Priscila e Áqüila, tomaram-no
consigo e, com mais exatidão, lhe expuseram o caminho de Deus Atos 18:25-26.
Infelizmente a pregação de nossos dias é
que você seja membro de uma igreja e seja honesto e sincero; não importa quais
sejam as ideias desta pessoa, contanto que ela seja sincera. Sinceridade não
leva ninguém para o céu. Porém, dizer que sinceridade e verdade são idênticas é
cair em um erro quase tão perigoso como defender a verdade de modo insincero. A
sinceridade é algo necessário; é essencial. Mas, quando se assevera, conforme
muitos fazem que nada mais realmente importa, senão a honestidade e o zelo,
então o pêndulo já oscilou para o extremo. Uma pessoa, mesmo com toda sua
sinceridade religiosa sem o conhecimento da Palavra de Deus, ela está errada e
perdida. Foi Jesus quem disse em Mateus
22:29b. Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus.
O que está errado no homem? O homem
tornou-se doentio. Uma enfermidade de nome pecado tem lhe invadido o ser. O homem,
porém, recusa-se a reconhecer a corrupção do seu coração e com isso apela a vários
expedientes, na tentativa de encontrar felicidade e paz. Portanto, por
lutar contra Deus, por resistir a Ele e desobedecer-Lhe, o homem rouba de si
mesmo o próprio prêmio que anela receber. Em certo sentido, o homem já está
morto muito antes de ser colocado na sepultura. O homem combate contra o único
que pode lhe dar aquilo que ele necessita e que deseja. Deus declarou: Para os perversos, diz o meu Deus, não há
paz. Isaías 57:21.
Nossos corpos podem estar saudáveis e
ativos, mas por natureza nossas almas estão mortas em ofensas e pecados. Por
isso, não basta ser sincero e honesto, é necessário renascer para ganharmos a
vida de Cristo. Colossenses 2:13 E a vós
outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da
vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos.
O que impede as pessoas de crerem em
Cristo e sua obra consumada no Calvário é seu zelo pela sua denominação
religiosa. Esses por causa de seu zelo e sinceridade repelem o evangelho de
Jesus Cristo. É por isso que a busca tornou-se mais importante do que o ato de
encontrar. A sinceridade e o zelo são exaltados acima de tudo o mais. A viagem
se tornou o objeto do desejo. O alvo é reputado como algo sem importância e, de
fato, quase que como um motivo de irritação. Hoje a busca é por coisas e muitos
a buscam com sinceridade e honestidade, mas estão errados quanto à verdade.
Jamais podemos nos esquecer de que o alvo é Cristo. Filipenses 3:13b e 14. Mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que
para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o
alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Os evangélicos sem o evangelho são
crentes zelosos e possuem sinceridade admiráveis. Ele defende a questão com
todo o coração, e, por isso mesmo, fica entendido que deve estar com a razão e
de maneira alguma pode ser criticado. Essa atitude é totalmente enganosa e
perigosa. Alguém disse com muita sabedoria que uma vida correta mantém você
fora da cadeia, mas não fora do inferno. A Bíblia diz em Salmos 9:17. Os perversos serão lançados no inferno, e todas as nações
que se esquecem de Deus.
Quem são os perversos? São homens e
mulheres sinceros e honestos em sua religião, mas sem o novo nascimento. Essas
pessoas terão um sentimento de que sempre estará lhe faltando alguma coisa, até
mesmo em seus momentos de maior alegria; nunca conhecerá verdadeira satisfação.
O homem descobrirá falhas em suas circunstâncias e procurará modificá-las, mas
o alívio obtido será apenas temporário. Acusará outras pessoas e formará novas
associações e alianças, mas em breve sentir-se-á infeliz novamente. Por isso,
os sinceros podem estar enganados com a sua sinceridade e genuinamente
equivocados. O exemplo clássico disso seja o do próprio apóstolo Paulo. Se
houve um homem honesto, este foi Saulo, o fariseu, antes da sua conversão. No
entanto, a caminho de Damasco, repentinamente veio a entender que estava
terrível e tragicamente enganado. Ele
perguntou: Quem és tu, Senhor? E a resposta foi: Eu sou Jesus, a quem tu
persegues; mas levanta-te e entra na cidade, onde te dirão o que te convém
fazer. Atos 9:5-6.
Não dependa da sua sinceridade e da sua
justiça própria, dependa do Cordeiro que morreu na cruz, mas também lhe atraiu
em seu corpo na mesma cruz lhe fazendo morrer. “É verdade que morri”, mas vivo
para Deus em Cristo Jesus. Amém.
Ouça os estudos em áudio no YOUTUBE:
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