"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A DÁDIVA DA QUAL NÃO PODEMOS ABRIR MÃO

Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas; justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos [e sobre todos] os que crêem; porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, Romanos 3:21-23.

Quando você está em um buraco, a primeira regra é parar de cavar! Muitos estão em um buraco e continuam cavando, tentando sair do atoleiro de pecado que há no coração humano. Ninguém jamais conseguiu se libertar por si mesmo de sua natureza perversa, ainda que clamasse a Deus por ajuda. Por mais que uma pessoa esteja empenhada em realizar boas obras, nunca ela vai ter certeza de ter satisfeito a Deus em um único ponto. Eu vejo esta perspectiva como um homem cego ter a promessa de um milhão de dólares, com a condição de abrir os olhos e enxergar. A promessa é maravilhosa, mas as condições são impossíveis! Todos nós pecadores por natureza, precisamos perceber que há uma justiça que provém de Deus, dada como um presente aos pecadores destinados ao inferno. Mas para ganharmos a justiça de Deus como uma preciosa dádiva, precisamos considerar tudo que temos de mais valioso como perda, ou seja, tudo que possuo é puro lixo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé; Filipenses 3:8-9.

Há uma clara diferença entre a justiça de Deus e a justiça do homem. A justiça de Deus não é apenas a justiça do homem levada ao nível mais alto; não, é de um tipo totalmente diferente. Da mesma forma que não conseguimos uma laranja ao ajuntarmos um bilhão de bananas, se também ajuntássemos toda justiça humana desde os tempos de Adão, não mudaríamos a atitude de Deus, nem para com um único homem. Há um abismo infinito entre a justiça de Deus e a nossa. A justiça de Cristo é o exato tipo de justiça que Deus requer; o que é obvio, pois se trata de seu Filho! Com isso o homem pode permanecer diante de Deus. Essa justiça é uma dádiva que deve ser recebida inteiramente pela fé. É dada aos que dão as costas a seus esforços e confiam em Cristo, a fim de receberem dele algo que não possuem. Essa justiça, uma vez recebida, leva o homem em segurança por todo o caminho até o céu. Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. João 14:6.

Quando Cristo nos atraiu em seu corpo na cruz, ali Deus derramou toda a sua ira contra o nosso pecado. Quando cremos no fato de nossa co-crucificação juntamente com Cristo, somos libertos plenamente do pecado. Quando Deus ressuscitou a Cristo dentre os mortos, juntamente com ele também nos ressuscitou, e com isso ganhamos à vida de Cristo que nos garante a nossa entrada nos portões do paraíso. Cristo fez tudo por nós o que nossas obras jamais poderiam fazer! Foi a decisão que Deus tomou, de nos declarar tão justos como ele mesmo é. Cristo arcou com o castigo pelos nossos pecados, pois reunia requisitos que estavam infinitamente além de nós. Portanto essa é uma inestimável dádiva que devemos receber unicamente pela graça, unicamente pela fé, unicamente por causa de Cristo e de Sua obra consumada na cruz do calvário. Nunca podemos nos esquecer que a obra da salvação foi iniciativa de Deus e não nossa. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. Tiago 1:17.

Assim como Cristo não cometeu nenhum pecado pessoalmente, ainda que lemos que Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, da mesma forma, embora não sejamos pessoalmente justos, somos considerados como tais. Nos tornamos "justiça de Deus". Somos declarados tão perfeitos como Deus. Em Sua presença, Deus não vê apenas a nós. Ele vê unicamente seu Filho, sendo que nós estamos Nele. E uma vez que o pecado tenha sido posto sobre o substituto, este jamais poderá voltar sobre o pecador. A cruz não era simplesmente a manifestação de misericórdia. Era também a exposição da justiça. Para que fique claro, Cristo tornou-se legalmente culpado de ter desobedecido cada um dos dez mandamentos. Tornou-se legalmente culpado de genocídio, perversões sexuais e ódio. Estes pecados jamais foram parte de sua natureza ou de sua prática. Eram pecados alheios suportados por Ele em nosso favor. Nossas dívidas foram transferidas para a sua conta. Tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz; Colossenses 2:14.

Algumas vezes a justificação tem sido definida como "se jamais tivéssemos pecado". Mas isso é só parte da história. Não significa apenas que nossa barra esteja limpa, por mais maravilhoso que isso seja. Mas também ocorre que Deus nos vê como se tivéssemos vivido em perfeita obediência. Ele nos vê como se fossemos amorosos, submissos e puros. Deus nos enxerga como se tivéssemos realizado tudo o que Cristo realizou. Por favor, entenda isso! Nós deveríamos parar este estudo agora e nos colocar de joelhos e agradecer a Deus por sua incrível generosidade. Se você já recebeu está dádiva de Deus, então você tem motivos superabundantes para agradecer. Mas se você ainda não a recebeu você tem motivos de sobra para ser uma pessoa crítica, crica e implicante. Vai antipatizar com tudo. Na frente está tudo bem, mas por detrás, vai lançando o seu veneno de víbora. (O assunto gira em torno da negatividade: Eu não disse agora bem feito). Geralmente pessoas dessa estirpe têm uma forte tendência a sofrer sérias perturbações. Sofram perturbação por causa da sua ignomínia os que dizem: Bem-feito! Bem-feito! Salmos 40:15.

Deus nos deu a Sua maior preciosidade que é Cristo. Assim como a terra não produz a chuva, simplesmente recebendo-a como dádiva do alto, também nós somos impotentes, podendo apenas receber essa dádiva de justiça. O solo não pode se vangloriar, pois nem mereceu, nem produziu o refrigério. A terra árida é passiva. Simplesmente recebe bênçãos pela misericórdia de Deus. Uma vez que a terra tenha sido molhada, poderá dar fruto, tal qual nós daremos frutos para Deus, quando passamos pela nossa morte no corpo de Cristo na mesma cruz que Ele. Pois assim está escrito em Romanos 7:4 Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus.

A nossa morte com Cristo é obra exclusiva da graça de Deus. Pois esta dádiva nós podemos recebê-la inteiramente pela fé na Palavra de Deus, conforme afirmam as Escrituras. É importante que não esqueçamos de que Deus não nos deve essa dádiva de justiça. O fato é que, se ele tivesse nos dado por ser obrigado, não seria realmente uma dádiva. Se a merecêssemos parcialmente, poderíamos achar que Deus tivesse uma espécie de obrigação de concedê-la a nós. A graça significa que aquilo que recebemos é completamente imerecido. Tudo o que fizemos foi recebê-la pela fé, que não é intrinsecamente uma obra, mas um dom especial de Deus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Efésios 2:8-9.

O que todos nós precisávamos, era de um ato divino que resolvesse nosso relacionamento com Deus de uma vez por todas. Precisávamos da certeza de que a despeito dos pecados que pudéssemos cometer em dias posteriores, nosso futuro com Deus estaria bem cuidado. Paralelamente existem pessoas que ainda hoje confessam seus pecados, sem ter a segurança de que satisfizeram as exigências de Deus. E com uma boa razão. Elas devem descobrir que a confissão não é o mesmo que aceitar a justiça de Deus por todos os nossos pecados. Não somos salvos por termos confessado, mas por termos crido. A justificação não é um processo longo e tortuoso com um fim incerto. É confiar na operação de Cristo a nosso favor, a fim de satisfazermos a contínua demanda de Deus. Deus demanda perfeição 24 horas por dia, e Jesus é a minha justiça perante Deus 24 horas por dia. Ele cuidará de mim amanhã e pelos dias que se seguirem. Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas. Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. Hebreus 10:10 e 14.

Essa idéia que estão pregando por ai de que temos de adicionar mais um pouco de padecimento à obra de Cristo ou de que ainda temos de ser "mais um pouco" purificados, diminui a obra de Cristo por nós. Cristo pagou nossas dívidas completamente. Quando morremos, não há nenhuma parada intermediária. Agostinho, bem consciente do próprio pecado, clamou: "Ó Deus, exija o que for do teu agrado, mas supre o que vieres a exigir!" E quando Deus fornece o que Ele mesmo exige, podemos ter a certeza de que tais exigências foram totalmente cumpridas. Coisa maravilhosa é sabermos que fomos aceitos em Cristo Jesus. No entanto, é heresia dizer que Deus só nos amaria mais se nos tornássemos melhores. Deus nos ama por causa de Cristo e, portanto, nos ama tanto quanto ama Cristo. Se vocês acham que estou exagerando na argumentação, reflita sobre estas palavras da oração de Cristo a seu Pai: Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. João 17:22-23.

Deus ama a Cristo. Portanto Ele também nos ama, pois somos vistos "em Cristo", vestidos com sua perfeição. Cristo não possui alguma forma de justiça que nos falta, pois Ele partilha a sua conosco. É claro que após nos tornarmos filhos de Deus, podemos tanto agradá-lo como desagradá-lo com o nosso modo de vida. Temos que saber diferenciar entre sermos legalmente aceitos em Cristo (nossa postura) e a nossa prática na vida diária. Agora que sabemos que somos amados, buscaremos amar a Deus. 1 João 4:19 Nós amamos porque ele nos amou primeiro.

Gostaria de encerrar este estudo dizendo que nada jamais pode ser agregado à justiça de Deus para melhorá-la, nem pode dela ser retirado algo que diminua seu valor. Daqui a um milhão de anos, ainda estará intocada, como no dia em que Jesus deu a sua vida para que nós a tivéssemos. É tão imutável quanto Deus. A dádiva que Deus nos deu é Cristo e não nossa experiência. Ah, se nossa experiência chegasse a ser colocada na luz do nosso Mestre, que pereça nossa experiência! Que Cristo seja o primeiro, o último, e ainda ocupar a posição do meio. Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da água da vida. Apocalipse 21:6. Você abriria mão dessa grande dádiva?

Pr. Cláudio Morandi - 07/01/2008


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