"Pois o pecado não terá domínio sobre vós, porquanto não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Romanos 6:14)
Deus nos fez pessoas emotivas. Não há nada de errado ter emoções, porém o nosso grande problema é sermos dependentes das nossas emoções. Gostamos de "perceber" de "sentir" se o nosso velho homem realmente morreu. Gostamos de depender de sensações, arrepios, risos, calafrios. Enfim, sensações provenientes da nossa carne. Mas enquanto permanecermos assim, dependentes das sensações, não iremos experimentar a morte do velho homem, e com isso ele nunca morrerá. O nosso velho homem não morre por nossa "percepção" ou "sentimento". O velho homem não experimenta a morte por sensação, o velho homem experimenta a morte por meio do "considerar".
O que é o considerar?
O considerar é um ato de fé; considerar é a aplicação da fé; considerar é o julgamento da vontade e a execução da vontade. Considerar é completamente contrário a "perceber" e "sentir". "Perceber" e "sentir" têm a ver com sentimentos da pessoa, enquanto que "considerar" tem a ver com fé e principalmente com o exercício da vontade.
Algumas pessoas podem alegar em meio a tudo isto: ?Eu não sinto que o meu velho homem esteja morto!? Se o velho homem morreu ou não, independe do seu sentimento; depende se você considera isso ou não.
O que implica considerar-se morto?
Considerar-se morto ao pecado é considerar-se já crucificado.
É considerar que o lugar que o seu velho homem tem que assumir é a cruz.
É considerar que a morte do Senhor Jesus é a morte do seu velho homem.
É considerar que quando o Senhor Jesus foi crucificado e morto há mais de dois mil anos atrás o seu velho homem foi para a cruz juntamente com o Senhor.
É considerar que aos olhos de Deus, o velho homem está morto para o pecado.
Se considerarmos em nosso coração as coisas nas quais cremos, Deus irá cumprir tudo aquilo que Ele diz na sua palavra.
Para isso devemos exercitar a nossa vontade para considerar-nos mortos.
Considerar é tanto um ato como uma atitude. Um ato é questão de um momento, um desafio, uma decisão sobre um problema específico.
Uma atitude é uma posição que eu mantenho o tempo todo, diante de todos os problemas.
Um ato é uma ação momentânea acerca de determinado assunto, enquanto uma atitude é uma avaliação duradoura e constante acerca de algo.
O ato é o início a atitude é a continuação:
"Assim como recebestes a Cristo, assim andai nele" - diz o apóstolo Paulo.
Primeiro é a ação: receber a Cristo.
Segundo é a atitude constante, permanente e duradoura: andar nele, e isto é mais do que um ato isolado, é uma posição continua, permanente e progressiva. "o romper da aurora até chegar a dia perfeito."
O primeiro passo é o ponto de partida. Tem que haver um começo, uma decisão a ser tomada. Para isso precisamos demarcar onde começamos a nossa jornada. Depois disto é continuar andando. No dia-a-dia eu mantenho essa atitude definitiva, em que eu me declaro dia após dia, morto para o pecado.
O problema de muitos é que uma vez tendo considerado especificamente, pára e não continua o processo que havia iniciado. Precisamos nos considerar mortos com Cristo a cada dia e a cada hora. É um exercício espiritual. O atleta que treina, ele vai aumentando a sua capacidade física à medida que ele se exercita. Uma pessoa sedentária, dificilmente correria dez mil metros em 30 minutos. Ela precisaria tomar a decisão de sair do sedentarismo. Ir progressivamente aumentando as suas marcas até chegar à forma ideal de um atleta que acostumou o seu corpo a correr.
No começo o corpo de uma pessoa sedentária irá doer, ter cãibras, indisposição. A mente irá procurar arranjar desculpas para poupar o corpo de tamanho sacrifício, etc. Mas desde que a pessoa se mantenha fiel a decisão tomada no primeiro passo ele irá conseguir alcançar o seu objetivo.
Note bem, a resistência sempre existirá. Os primeiros passos são os mais decisivos e diria os mais difíceis de serem tomados. Uma vez que estejamos no corpo, o pecado ainda estará conosco. Ele só irá ser anulado completamente de nosso corpo quando este corpo morrer. Este é o ensinamento da Bíblia. O corpo do pecado pode definhar e ficar inativo, mas nunca poderemos fazer o pecado ser anulado. Satanás estará sempre procurando uma maneira e uma oportunidade o dia todo para ativá-lo. Onde houver uma legalidade, ele irá utilizar esta brecha para recuperar a sua posição original.
Vigiar, estar alerta, municiado de toda a palavra, em espírito de oração constante é o nosso exercício diário para que o velho homem nunca venha a ressuscitar novamente!
Mas isto é muito difícil?
Ninguém falou que é fácil. Certamente a carne considera isso muito difícil e o "pai da mentira" vai assoprar nos seus ouvidos dizendo que isto é impossível e que nunca irá acontecer. Possivelmente Satanás coloque ao seu lado pessoas com experiências negativas e derrotistas, dizendo que já tentaram uma vez, mas que nunca conseguiram. Tudo isto será dito para causar do desânimo. Assim como existe o testemunho, existe também o "tristemunho".
Mas foi o próprio Senhor Jesus quem disse: "os impossíveis dos homens são os possíveis de Deus." (Lucas 18. 19) Através do poder do Espírito Santo que opera eficazmente em nós, "podemos, sim, todas as coisas." ( Filipenses 4. 13) Por isso temos que entender que a cruz e o Espírito Santo nunca podem ser separados. A cruz faz com que os crentes possam vencer o pecado; o espírito, por sua vez, torna real na vida dos crentes todo o trabalho que a cruz realizou. Aleluia!
Uma pessoa que quer ser libertada do corpo desta morte não pode ficar alimentando os desejos da carne; ela deve estar vigilante e pronta para pagar o preço pela sua santificação. Ela deveria depender menos de si e desenvolver mais dependência do Espírito Santo. Enquanto a atitude for mantida a cruz estará exercendo a sua influência através do poder do Espírito Santo.
Muitos crentes perguntam porque o seu velho homem fica ressuscitando. Eles se esquecem que a morte de cruz é processo que dura uma vida.
Por um outro lado, Satanás está muito atento; e aproveita toda oportunidade para ressuscitar o velho homem e fazer os crentes cometerem pecados.
Aplicação Prática. Como vencer a tentação do inimigo? Espere em Deus. Não dependa da carne, mas dependa do Espírito. Entregue toda situação que demanda o agir da carne nas mãos de Deus.
Estar crucificado com Cristo é muito mais do que o simples falar; é o julgar a vontade, é o entregar-se totalmente àquele que é "infinitamente mais." É manter uma atitude constante de dependência e submissão independente das circunstâncias adversas, permanecendo com um coração que crê.
Vencemos a tentação quando tomamos uma decisão em nossa vontade, e por meio desta decisão declaramos: "Estou morto."
Este ato deve ser precedido de duas coisas:
1. Estar desejoso de morrer.
2. Considerar a si mesmo morto.
O que é de fundamental importância é o considerar como ato de vontade e fé.
Se a nossa vida estiver firmada em Romanos 6.11, constantemente teremos a experiência de sermos libertos do pecado.
O primeiro efeito colateral ao tomar essa atitude pela primeira vez, você pode sentir que as coisas ficaram difíceis demais para controlar. Nesta hora onde parece que nada dá certo e que tudo vem contra é necessário calmamente confiar no Espírito Santo para que ele aplique o poder da cruz. Não se debata. Não fique ansioso. Não pense que a tentação é grande demais e não pense que o diabo é maior do que o poder de Deus. Simplesmente se considere morto para o pecado. A cruz tem o poder de vencer o pecado.
Nas vezes que infelizmente falhamos, devemos levantarmo-nos ainda mais alto e crer com convicção ainda maior no poder que emana dos braços da cruz.
Dependa do Espírito. Clame pelo Espírito Santo. Peça ao Espírito Santo que ele lhe revele o poder da cruz, assim você irá ser conduzido em vitória, pois "o pecado não terá domínio sobre vós, pois estais... debaixo da graça" AMÉM. Pr. Cláudio Morandi - 21/04/2008
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