"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A PROMESSA DO ESPIRÍTO SANTO

Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 1 Coríntios 2:1-2.

Talvez a mensagem da cruz fosse ofensiva para alguns, ou mesmo uma pedra de tropeço para outros, na própria igreja cristã de Corinto, e não somente para judeus e gregos incrédulos, estranhos àquela comunidade. Os oradores cristãos que tendiam para a ostentação, pois, procuravam reduzir ao mínimo o tema central que Paulo salientava ao máximo. O apóstolo Paulo resolveu aferrar-se a esse método até mesmo depois de ter pregado em Atenas, onde fora praticamente expulso dentre seus ouvintes com gargalhadas. A cruz só aumentava ainda mais o escândalo da encarnação, mas Paulo se mantinha fiel à vereda principal, que é "Cristo e esse crucificado". Paulo não imitava aquela eloqüência exaltada do partido dos filósofos. No entanto, Paulo, não se preocupava em que sua linguagem fosse de categoria superior ou notável, conforme foi sempre a preocupação dos sofistas e dos ostentosos filósofos. Paulo se interessava antes pelo "testemunho de Deus", a fim de que esse testemunho fosse claramente exposto e compreendido. A maneira do apóstolo falar era crua e nua. As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível. 2 Coríntios 10:10.

O apóstolo Paulo não tinha outra mensagem senão a Cristo crucificado, pois essa era a mensagem que causava grandes transtornos e geravam muitas perseguições em sua vida. Trazendo para nossa época, podemos constatar que toda pregação que não contém a superioridade de Cristo pode entreter por algum tempo, mas não tocará o clamor secreto da alma do homem. Nosso povo precisa ouvir pregações permeadas de Cristo crucificado, pois desta forma haverá vidas transformadas pela graça de Deus. E só pode pregar a cruz todo àquele que está crucificado com Cristo. O que Deus abençoa não são tanto os grandes talentos, mas a grande semelhança a Jesus. Um ministro santo é uma arma terrível na mão de Deus. O tema indispensável de nossa pregação é o próprio Cristo, em sua majestade e verdade e santidade e justiça e sabedoria e fidelidade e soberania e graça. A tarefa do pregador cristão não é dar ao povo conselhos moralistas ou psicológicos sobre como se dar bem no mundo, pois qualquer pessoa pode fazer isto. O falar de uma pessoa regenerada deve ser de acordo com a palavra de Deus e na dependência do próprio Deus. 1 Pedro 4:11: Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre. Amém!

Tem muita gente que fala as suas próprias palavras e não a Palavra de Deus. Sua mensagem vem de suas próprias mentes. Gente que gosta de ventilar suas opiniões sobre religião, ética, teologia e política. Além disto, com muita freqüência estes pregadores, como falsos profetas do Antigo Testamento, usam palavras macias dizendo: Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Jeremias 6:14. Com isso, nem tocam nos pontos menos "agradáveis" do evangelho, para não ofender o gosto dos ouvintes. Coisa espantosa e horrenda se anda fazendo na terra: os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que fareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? Jeremias 5:30-31.

"É um ato criminoso remover um sintoma, sem descobrir-lhe a causa é prestar um desserviço para o paciente" dizia o doutor Lloyd Jones. Um sintoma, afinal de contas, é apenas a manifestação de uma enfermidade, e os sintomas são muito valiosos. Esse é um dos problemas com que se defronta a igreja cristã hoje em dia. Esta sociedade da abundância na qual vivemos está drogando as pessoas e fazendo-as sentirem que tudo vai bem com elas. As pregações atualmente têm procurado plantar à moralidade e a ética sem ter o evangelho como alicerce; tem pregado a moralidade sem piedade; mas isso simplesmente não funciona. Hoje em dia as pregações estão voltadas para a glória do pregador e não de Deus. Pois o alvo de Deus é glorificar a Si mesmo e não o pregador. Isto nos leva ao tema principal: a supremacia de Cristo na pregação. O seu esboço é intencionalmente trinitariano. Primeiro: O alvo da pregação é a glória de Deus. Segundo: A base da pregação é a cruz de Cristo e terceiro: O dom da pregação é o poder do Espírito Santo. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo são o começo, o meio e o fim no ministério da pregação. As palavras do apóstolo tratam de todos os labores ministeriais, especialmente o da pregação. Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! Romanos 11:36.

Os alvos da pregação genuína são despertar a consciência através da santidade de Cristo, alimentar a mente com a verdade de Cristo, purificar a imaginação através da beleza de Cristo, abrir o coração para o amor de Cristo, devotar a vontade ao propósito de Cristo. Em outras palavras, Cristo é o alvo da pregação, Cristo é a base da pregação, e todos os recursos entre o alvo e a base são dados pelo Espírito de Deus. Uma razão pela qual as pessoas, às vezes, colocam em dúvida a validade duradoura da pregação centrada em Cristo é porque nunca ouviram algo parecido. Cristo é o Rei do Universo, Ele tem direitos absolutos de criador sobre este mundo e todos nele contidos. No entanto, há rebelião e revolta de todos os lados, e sua autoridade é escarnecida por milhões. Assim, Deus envia pregadores ao mundo para pradar que Cristo reina, que Ele não deixará que Sua glória seja escarnecida indefinidamente, que Ele vindicará o Seu nome em grande e terrível ira. Vivemos em um mundo onde milhões de pessoas querem introduzir no trono uma rainha, mas nós como filhos de Deus, devemos anunciar que é o nosso Deus é quem reina. Isaías 52:7: Que formosos são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia coisas boas, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!

A implicação disto para pregação é óbvia, ou seja, quando Deus manda seus emissários proclamarem "Teu Deus Reina!", seu alvo não é o de compelir o homem à submissão, por um ato de autoridade crua; seu alvo é arrebatar nosso afeto com exibições irresistíveis de glória. A única submissão que reflete em sua totalidade o valor e glória do Rei é a submissão prazerosa. Submissão de má vontade é uma repreensão ao Rei. Quando morremos e ressuscitamos com Cristo, a palavra de Deus afirma que "temos este tesouro em vasos de barro". Agora precisamos refletir que, quando temos Cristo, temos um tesouro e quando o reino é um tesouro, a submissão é um deleite. Ou invertendo a ordem, quando a submissão é um deleite, o reino é exaltado como um tesouro. Portanto, se o alvo da pregação é glorificar a Cristo, ela precisa ter como objetivo a submissão prazerosa ao reino dele, e não submissão fria. Vamos ler 2 Coríntios 4:5: Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus.

Mas, a seguir, ele expõe o que está por detrás da proclamação do Senhorio de Cristo, por detrás do governo e autoridade do Rei Jesus e mostra a essência de sua pregação, que é a iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. 2 Coríntios 4:6b.

Eu e você sabemos que tem havido inúmeras modificações superficiais, que hoje podemos vestir-nos de maneira diferente, podemos viajar a velocidade de mais de oitocentos quilômetros horários, mas o homem, como homem, em nada mudou, e as necessidades humanas são exata e precisamente as mesmas que sempre foram. Hoje muitas pessoas dizem que os tempos mudaram, e com certeza mudou, mas Deus em nada mudou. Malaquias 3:6: Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. O tempo não deixa rugas na fronte do Deus Eterno. Toda pessoa que deseja ser moderna deve sempre estar atualizada com as verdades profundas que partem de um Deus que nunca muda. Sempre devemos fazer está pergunta a nós mesmos: Estamos envelhecendo ou estamos crescendo? Agora é bom sabermos que todo crescimento espiritual depende cada vez mais do nosso esvaziamento. O que estamos vendo por ai hoje é muito diferente daquilo que está claro na Palavra de Deus. Hoje quem está crescendo são os pregadores e Cristo diminuindo, sendo que a ordem bíblica é o inverso. João 3:30: Convém que ele cresça e que eu diminua.

Certa vez, alguém disse referindo-se a Jesus: "Meu Jesus, quanto te vejo tão humilhado diante de mim, como posso querer ser estimado e honrado em tudo?" Esse belíssimo reconhecimento só será possível em nossas vidas, quando verdadeiramente estivermos inteiramente esvaziados de nossas próprias forças, sendo assim, ficaremos repletos do poder de Cristo. Por outro lado, precisamos analisar que o tanto que mantemos de nós é o que falta de Cristo. O orgulho do homem tem sido um grande obstáculo para o reconhecimento da glória de Deus. É por isso que a perspectiva bíblica é que a cruz é testemunha a favor da infinita dignidade da glória de Deus e contra a imensidão do pecado de nosso orgulho. O que deveria chocar-nos é que temos trazido tanto desprezo sobre a dignidade de Deus que a morte de seu próprio Filho foi requerida para vindicar esta indignidade. A cruz se levanta como testemunho da infinita dignidade de Deus e o infinito ultraje do pecado. Conseqüentemente, o que Deus conquistou na cruz de Cristo é a autorização ou o fundamento da pregação. É por isso que a pregação seria inválida sem a cruz. Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo. 1 Coríntios 1:17.

A cruz também é a base da humildade da pregação, porque ela é o poder de Deus para crucificar o orgulho do pregador como da congregação. A cruz não é somente o antigo local, onde ocorreu a substituição objetiva; é também um lugar atual de execução subjetiva, ou seja, a execução de minha autoconfiança e meu romance com o elogio de homens. Gálatas 6:14: Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. Hoje as pessoas estão enamoradas com a habilidade de oratória, façanha intelectual e exposições filosóficas. Alinham-se detrás de seus mestres favoritos e se gloriam neles dizendo: Eu sou de Paulo, e outro: Eu, de Apolo, não é evidente que andais segundo os homens? 1 Coríntios 3:4. Será que foi Paulo crucificado por nós? Será que fomos batizados em nome de Paulo? Devemos parar de seguir a homens e seguir a Cristo. Em toda pregação deve ser encontrado o aroma de morte, morte da confiança própria, morte do orgulho, morte da jactância de homens. Neste aroma de morte, a vida que o povo irão ver é a vida de Cristo, e o poder que as pessoas verão é o poder de Deus. Portanto a nossa pregação não pode ser outra, senão a Cristo e este crucificado. Mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; 1 Coríntios 1:23. Por que pregamos a Cristo crucificado? Porque, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação. 1 Coríntios 1:21.

Pr. Cláudio Morandi - 11/04/2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Porque você não citou a fonte das informações: A supremacia de Deus na Pregação - John Piper?