"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

terça-feira, 7 de outubro de 2008

CRENTES AMÍNICOS

Eu, porém, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, e sim como a carnais, como a crianças em Cristo. Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo. Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais. Porquanto, havendo entre vós ciúmes e contendas, não é assim que sois carnais e andais segundo o homem? 1 Coríntios 3:1-3.
Os anímicos não cedem a ninguém em questão de obras. São os mais ativos, zelosos e dispostos. Mas não trabalham porque tenham recebido a ordem de Deus; trabalham, em troca, porque têm o zelo e a capacidade de fazê-lo. Acreditam que fazer a obra de Deus é muito bom, sem perceber que só o fazer a obra que Deus ordenou é verdadeiramente elogioso. Estes indivíduos nem têm o ânimo para confiar nem o tempo para esperar. Nunca procuram sinceramente fazer a vontade de Deus. Ao contrário, operam conforme suas idéias, com a mente cheia de planos e esquemas. Os cristãos carnais trabalham com gosto; contudo, entre os muitos trabalhos são incapazes de manter a calma de seu espírito. Não podem cumprir as ordens de Deus quietamente como seus irmãos espirituais. O muito trabalho os transtorna. A confusão exterior lhes causa uma inquietação interna. Seus corações são governados por questões externas. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Lucas 10:40.
Isso é característico da obra do cristão anímico. Os cristãos carnais se desanimam facilmente por causa de MEUS esforços. Falta-lhes a tranqüila confiança que se apóia em Deus para fazer a obra. Estando regidos por suas sensações internas e o ambiente externo, não podem apreciar a “lei da fé”. Diante do sentimento de que falharam, por mais que não seja verdade, estão dispostos a renunciar. Se deprimem quando o ambiente se nubla e fica desanimado. Como lhes falta visão para poder ver ao longe, estes crentes que confiam na alma se desanimam facilmente. Só podem ver o que têm imediatamente diante de si. As vitórias momentâneas injetam-lhes gozo; as derrotas temporárias os entristecem. Não descobriram a maneira de ver o fim da obra através dos olhos da fé. Desejam um êxito imediato como consolo e distração para seu coração; a falha em consegui-lo os faz incapazes de seguir adiante, imperturbáveis, e confiar em Deus em meio às trevas circundantes. Isso acontece porque estão confiando em seu próprio coração insensato. O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria será salvo. Provérbios 28:26.
Os crentes anímicos são peritos em descobrir faltas, embora eles não sejam por necessidade fortes. São prontos a criticar e lentos em perdoar. Quando investigam e corrigem as deficiências de outros exsudam uma espécie de auto-suficiência e uma atitude de superioridade. Sua maneira de ajudar às pessoas é correta e legal, mas sua motivação nem sempre é reta. A mente do carnal está ocupada completamente em seus empreendimentos. Consideram e planejam, fazem esquemas e predizem. Algumas vezes pressagiam um futuro esplêndido, por isso estão fora de si; outras vezes captam só olhadas de trevas e imediatamente são presa de um estado de miséria inexprimível. Dessa forma, estão pensando em seu Senhor? Não, pensam mais em seus trabalhos. Para eles, o fazer a obra do Senhor é de importância suprema, mas com freqüência se esquecem de que o Senhor é o que dá a obra. A obra do Senhor ocupa o centro, mas o anímico quer ser o centro. Habacuque 2:20. O SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.
As pessoas anímicas carecem de penetração espiritual, por isso são guiadas por pensamentos súbitos que, como brilhos, cruzam velozes sua mente; suas palavras e obras, portanto, são com freqüência inapropriadas. Falam, em primeiro lugar, não porque se sentem chamados a fazê-lo, mas sim simplesmente porque supõem que é necessário fazê-lo. E, então, podem fazer recriminações, quando deveriam mostrar simpatia ou consolação. Tudo isto é devido a sua deficiência em discernimento espiritual. Confiam muito em seus pensamentos limitados e limitantes. E até depois que se viu que suas palavras são improcedentes, negam-se a aceitar o veredicto dos feitos. Devido a que possuem oceanos de planos e montanhas de opiniões é muito penoso trabalhar com os cristãos carnais. Tudo o que lhes parece bom deve ser aceito como bom pelos outros. A condição essencial para operar com eles é estar perfeitamente de acordo com suas idéias ou interpretações. Não podem tolerar qualquer opinião diferente que alguém possa manifestar. Embora o crente anímico saiba que não deveria aferrar-se a opiniões, assegura-se de que sempre que alguma opinião tenha que ser descartada, que não seja a sua! Tudo o que ele não aceita, o considera como uma heresia. Não é de se estranhar que outros cristãos — anímicos como ele — lhe paguem com a mesma moeda, negando a autenticidade de sua fé. Sente grande apego a sua obra. Ama a seu pequeno círculo, digamos íntimo, e é por isso incapaz de trabalhar conjuntamente com outros filhos de Deus. E insiste em denominar somente filhos de Deus aos que são de sua própria filiação. Filipenses 2:3 Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.
O anímico ama usar fraseologia espiritual. Aprendem de memória um copioso vocabulário espiritual que empregam invariavelmente em qualquer oportunidade conveniente. Usam-no tanto ao pregar como ao orar, mas não de coração. Devido a que não estão enraizados em Deus e, portanto, não aprenderam a esconder-se nele, as pessoas carnais desejam ser vistas. Procuram posições proeminentes na obra espiritual. Se assistem a reuniões esperam serem ouvidos, embora eles não escutem a outros. Experimentam um gozo inexprimível quando são reconhecidos, respeitados e recebem louvores dos homens. Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas. Lucas 6:26.
Os que vivem no reino da alma possuem uma voraz ambição. Seu desejo ocupa com freqüência o primeiro lugar. Se vangloriam da obra do Senhor. Aspiram a ser operários poderosos, usados grandemente pelo Senhor. Por que? Para que possam obter um lugar, conseguir um pouco de glória. Gostam de comparar-se a si mesmos com outros: provavelmente nem tanto com aqueles a quem eles não conhecem como com aqueles com quem colaboram. Este disputar e contender pode ser muito intenso. Desprezam os que espiritualmente buscam a Deus, considerando-os como ociosos; rebaixam os que são espiritualmente grandes, visualizando-os como quase seus iguais. Sua firmeza se aplica a ser grandes, a estar na cabeça. Esperam a prosperidade de sua obra, com o objetivo de que se fale deles. Esses desejos, naturalmente, estão profundamente escondidos em seus corações e podem ser apenas perceptíveis aos outros. Este traço comum entre os cristãos anímicos pode ser comparado ao copo pequeno que se enche facilmente. Não enxergam o vasto e profundo oceano de água que fica de fora. Conquanto seu balde esteja transbordando já estão satisfeitos. Não se perderam em Deus, pois senão encarariam todas estas coisas como sem valor, porém seus olhos estão sempre enfocados em seu eu insignificante e por isso se sentem muito afetados por qualquer simples e pequeno ganho ou perda. Essa capacidade limitada é a razão pela qual Deus não pode usá-los mais. Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos com alguns que se louvam a si mesmos; mas eles, medindo-se consigo mesmos e comparando-se consigo mesmos, revelam insensatez. 2 Coríntios 10:12.
As habilidades concedidas por Deus deveriam ser usadas por Deus e para Sua glória, mas os crentes carnais com freqüência as consideram como suas próprias. Enquanto sirvam a Deus nesse estado mental vão continuar usando-as em conformidade com suas idéias, sem permitir que o Espírito Santo os guie. E quando têm êxito, atribuem a si próprios toda a glória. Naturalmente, uma autoglorificação e autoadmiração assim, são muito veladas; entretanto, por muito que tentem parecer humildes e oferecer a glória a Deus, não podem evitar de estarem centrados em si mesmos. A glória pode ser de Deus, sim; mas é para Deus e para mim! Pelo fato dos carnais terem muitos talentos, ativos no pensamento e ricos na emoção, facilmente estimulam o interesse das pessoas e comovem seus corações. Em conseqüência, os cristãos anímicos possuem personalidades magnéticas. Podem rapidamente ganhar a aclamação do povo comum. Contudo, persiste o fato de que realmente carecem de poder espiritual. Não têm o fluxo vivo do poder do Espírito Santo. O que têm é o seu próprio. As pessoas notam que possuem algo, mas esse algo não dá vitalidade espiritual aos outros. Os vêem muito ricos; mas na realidade são muito pobres. Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Apocalipse 3:17.
Uma expressão muito comum do andar anímico se manifesta na vontade: o poder da auto-afirmação. Por meio dela, os crentes que vivem na alma fazem do eu o centro de todo pensamento, palavra e ação. Querem conhecer para sua satisfação, sentir para seu deleite, trabalhar conforme o seu plano. O eixo de sua vida é o eu, e o objetivo último e definitivo é glorificar a si mesmos. Podemos resumir isso dizendo que a tendência da alma caída é a de fazer os crentes andarem segundo seu poder natural, servirem a Deus com sua força e conforme a suas idéias, desejar sensações físicas no conhecimento do Senhor ou no experimentar da Sua presença, e compreender a Palavra de Deus com o poder de sua mente. E isso é o que significa ser carnal ou anímico. E a Bíblia diz que “os que estão na carne não podem agradar a Deus”. Precisamos entender que nosso velho homem é o tipo de pessoa que nos tornamos através do nascimento na raça de Adão. Carregamos o DNA de Adão. Entramos neste mundo pela vida e devemos sair dele pela nossa morte com Cristo. 2 Timóteo 2:11. Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele.
Deveríamos entender que a cruz é o ponto em que Deus trata a “velha criação”. Não há acordos parciais com a velha criação na cruz, porque esta ultima a trata em sua totalidade. Daí que não podemos nos aproximar da cruz e reclamar só a salvação pela substituição, sem ao mesmo tempo aceitar a libertação por meio da identificação. Uma vez que tenhamos recebido, pela fé no Senhor, ao Salvador pessoal, seremos guiados pelo Espírito Santo, que nos reveste a desejar a experiência da morte conjuntamente com Cristo, independente do muito ou do pouco que compreendamos a identificação. Embora não vamos perder nossa nova vida, falharemos em gozar das bênçãos da mesma, inclusive o gozo da salvação, se de modo persistente resistimos ao desejo interno da nova vida. A cruz nunca se limita a sua obra exterior. Vai operar mais e mais profundamente em nós até que a velha criação seja crucificada por completo na experiência. Seu objetivo é deixar completamente de lado tudo o que pertence a Adão. A carta de Tiago, escrita aos crentes, delineia de modo claro a relação entre a vida da alma e a obra satânica: Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. Se, pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. Esta não é a sabedoria que desce lá do alto; antes, é terrena, animal e demoníaca. Tiago 3:13-15.
Pr. Claudio Morandi - 28/09/2008

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