"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

NÃO ANULE A CRUZ

Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo. 1 Coríntios 1:17.

Na noite de domingo, 19 de fevereiro de 1882, Charles H. Spurgeon iniciou seu sermão com estas palavras: "Qualquer que seja o assunto para o qual eu possa ser chamado a pregar, não ouso fugir à obrigação de reportar-me continuamente à doutrina da cruz — a verdade fundamental da justificação pela fé em Jesus Cristo". A não ser que voltemos à cruz, não podemos avançar em nossa vida cristã. As Escrituras tornam claro que a cruz de Cristo não foi uma reflexão tardia nem um acidente humano pois Jesus era "o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo". Em sua mensagem no dia de Pentecostes, Pedro afirmou esta verdade quando disse que Jesus fora "entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus". Pedro se achava presente quando tudo aconteceu; ele sabia que o Calvário não foi uma surpresa para Jesus. Anos mais tarde, quando escreveu a sua primeira epístola, Pedro chamou Jesus de Cordeiro que foi "conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo". Pode alguma coisa ser mais clara que isso? Paulo concordou com Pedro em que a cruz estava na mente e no coração de Deus desde o início. Afinal de contas, se Deus prometeu a vida eterna "antes dos tempos eternos", e se Deus nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo, e escreveu nossos nomes no Livro da Vida, então o grande plano da salvação pertence aos conselhos divinos da eternidade. Quando Jesus veio a esta terra, Ele sabia que tinha vindo para morrer; vamos ler então as palavras do próprio Mestre, explicando as Escrituras aos dois discípulos desanimados na estrada de Emaús. Porventura, não convinha que o Cristo padecesse e entrasse na sua glória? Lucas24:26.

A cruz foi uma determinação divina e não um acidente humano. Ela foi uma tarefa dada por Deus e não uma opção humana. Mais tarde, naquela mesma noite, Jesus apareceu aos onze apóstolos e disse: Assim está escrito que o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia. Lucas 24:46. Jesus não foi assassinado; Ele entregou voluntariamente a sua vida pelas suas ovelhas. A sua morte era uma necessidade no plano eterno de Deus. Vamos ler em João 10:11. Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.

O Senhor Jesus entregou voluntariamente a sua vida pelas ovelhas. Nosso Senhor não foi assassinado contra a sua vontade, Ele deliberadamente se entregou para morrer por nós e também nos incluir em sua morte e ressurreição, de outra maneira jamais seríamos libertos do pecado. Agora é duvidoso que qualquer ovelha tivesse alguma vez se apresentado para que lhe cortassem a garganta, esquartejassem o corpo e depois a queimassem sobre o altar. A mensagem do Evangelho, porém, declara que Jesus, o Bom Pastor, morreu voluntariamente pelas ovelhas perdidas do mundo e agiu assim com pleno conhecimento de tudo que estava envolvido nessa atitude. Ele não morreu como mártir, mas, sim, como criminoso numa vergonhosa cruz romana. A morte e o sepultamento do Senhor pareceram a derrota de Deus e a vitória do inimigo, mas o oposto é que é verdade. Sua aparente derrota foi realmente a maior vitória que Jesus já teve, um triunfo bem maior do que curar doentes ou expulsar demónios. O corpo do Senhor era como uma semente morta quando Nicodemos e José de Arimatéia o colocaram no túmulo, mas no terceiro dia Ele foi ressuscitado em poder e glória. A pregação do seu Evangelho está hoje produzindo fruto em todo o mundo. Por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade. Colossenses 1:5-6.

Na forma do cordeiro no altar, Jesus morreu como um substituto para nós, que merecíamos a morte eterna e o inferno. Os sacerdotes judeus tinham o maior cuidado em que o animal sacrificado sofresse o mínimo possível, mas o corpo de Jesus foi tratado como um prédio em demolição. A morte dEle foi vicária, cruel e vil, pois como uma serpente levantada, Ele se tornou maldição. Sua morte, porém, foi voluntária, o Pastor morrendo prontamente pelas ovelhas, a semente sendo deliberadamente plantada no solo e produzindo nova vida. Neste ponto, tudo que podemos fazer é adorar. Como disse certa vez Charles Wesley: “Amor surpreendente! Como posso imaginar Que tu, meu Deus, viesses a morrer por mim”? Vamos ler Apocalipse 13:8b. Do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.

É muito mais fácil para nós compreender o significado da morte do Senhor, desde que vivamos do lado da ressurreição no que diz respeito ao Calvário e temos a Bíblia completa. As sombras desaparecem quando olhamos para o Calvário através do túmulo vazio. Entretanto, quando se trata da cruz de Jesus Cristo, há ainda muito mais para aprendermos e colocarmos em prática na vida diária. Isto pelo menos é certo: a visão que o Senhor tinha da cruz era muito diferente daquela dos discípulos. Eles a viam como um fracasso, mas Jesus a considerava uma vitória. Para os discípulos, a cruz significava vergonha; para Jesus, significava glória. Para o povo da época, a cruz era um símbolo de fraqueza, mas Jesus a transformou em símbolo de poder. Paulo compreendeu isto e escreveu com a sua própria mão dizendo: Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo. Gálatas 6:14.

O problema fundamental que os pecadores perdidos enfrentam não é o de estarem doentes e precisarem de um remédio. Mas, sim, que estão "mortos em seus delitos e pecados" e precisam experimentar a ressurreição. A religião e os arranjos podem embelezar o cadáver e torná-lo mais apresentável, porém jamais poderão dar-lhe vida. Só Deus tem esse poder. Vamos ler juntos este texto lindo da palavra de Deus em Efésios 2:4-5: Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, —pela graça sois salvos.

Embora todos os pecadores perdidos, quer jovens ou velhos, estejam espiritualmente mortos, alguns pecadores são filhos pródigos que cheiram a chiqueiro, enquanto outros são fariseus, respeitavelmente limpos por fora, mas cheios de corrupção por dentro. Não podemos nos esquecer que o “salário do pecado é a morte” e muitos pecadores ainda continuam tendo um conceito bom de si mesmos dizendo que: "Não sou tão mau quanto outras pessoas", eles não estão captando a mensagem. A questão não é decadência, é morte. O que o indivíduo morto precisa mais é vida e essa vida só pode vir de Jesus Cristo. A vida espiritual é um dom, da mesma forma que a vida física. Você e eu podemos cultivar a vida física, mas não podemos dar vida a um morto. Só Deus tem esse poder. João 5:26. Porque assim como o Pai tem vida em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.

Agora precisamos fazer uma importante pergunta e também respondê-la a luz da palavra de Deus. Como Jesus concede este dom da vida? Mediante a sua Palavra. Está escrito no evangelho de João 5:24: Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.



Apesar da bondade, altruísmo e filantropia demonstrados por muitas pessoas não salvas, o indivíduo sem Cristo é basicamente egoísta em tudo o que faz, da mesma forma que aquele que conhece a Cristo mas não vive para Ele. Até nossos atos "bondosos" para outros eram tingidos de egoísmo e autogratificação, de modo que nada que fizéssemos jamais satisfaria o alto padrão de justiça de Deus. Quer admitíssemos ou não, nosso desejo era agradar a nós mesmos e não glorificar a Deus. A razão, é claro, é o fato de sermos dominados pelo mundo, a carne e o diabo. Vivíamos segundo o curso deste mundo, um sistema invisível que nos rodeia, que odeia Cristo e quer nos conformar aos caminhos perversos desse sistema. Fomos sutilmente energizados pelo "príncipe das potestades do ar". Desobedecemos a Deus, mas julgamos ser livres para agir a nosso bel-pra-zer. Nosso desejo era seguir as "inclinações da carne", esquecendo que o pecado tem consequências finais terríveis. Porém, agora temos um novo Mestre! Não vivemos mais para nós mesmos, e sim para o Salvador que deu a si mesmo por nós na cruz. Por termos nos achegado à cruz e confiado em Jesus Cristo, fomos libertados, remidos do cativeiro da velha vida. Quando Jesus morreu na cruz, Ele derrotou todos os dominadores perversos que controlavam a nossa vida o mundo, a carne e o diabo, porque na sua morte, nós também morremos com a finalidade de vivermos para Ele. 2 Coríntios 5:14-15. Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Na cruz, Jesus derrotou totalmente o diabo e o pecado. A batalha travada por Jesus na cruz contra os poderes do inferno não foi uma simples escaramuça, mas um ataque total que terminou em vitória completa para o Salvador. Morremos com Cristo, mas também ressuscitamos com Ele, e agora vivemos interiramente para Ele e por meio dEle. É por isso que o amor que motiva as nossas vidas não é, porém, algo que fabriquemos com nossas próprias forças. É, pelo contrário, o dom de Deus para nós pelo seu Espírito. Romanos 5:5. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado.

É trágico que grande parte das medidas vigentes em nosso mundo seja baseada no primeiro e não no segundo nascimento. As pessoas são julgadas por sua aparência física, raça, habilidades, riqueza, nacionalidade, ou laços familiares. Este tipo de medida cria orgulho, competição e divisão. 'Todos os homens são criados iguais" se aplica no que diz respeito à lei, mas as pessoas não são todas iguais em outros aspectos. Umas são mais espertas, mais fortes, mais bem dotadas do que outras. Medir as pessoas pela perspectiva humana e não pelo que Deus diz em sua Palavra é convidar competição, orgulho e divisão. O amor vê potencial nas pessoas. O amor sempre traz à tona o que há de melhor em nós e em outros. O amor nunca desiste das pessoas, porque o amor é o que define o nosso Deus, porque Deus é amor. Quando avaliamos pessoas, nossa tendência é observar as aparências, mas o Senhor observa o coração. Nós investigamos o passado, Jesus prevê o futuro. Tanto Moisés quanto Jeremias estavam certos de que Deus tinha errado ao chamá-los para o seu serviço, mas Deus fez deles servos eficientes e provou que ambos estavam errados. Deus chamou Gideão de "homem valente" antes que aquele lavrador amedrontado tivesse sequer dirigido um exército, e Gideão tornou-se um homem valente. Deus não estava errado sobre Moisés, Jeremias e Gideão, e não está errado sobre você e eu, porque Ele nos amou e lá na cruz nos libertou de nós mesmos. Portanto jamais devemos anular a cruz de nossas vidas e pregações. Trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos. 2 Coríntios 4:10.

Pr. Cláudio Morandi - 12/10/2008

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