"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sábado, 27 de dezembro de 2008

A NATUREZA DAS EMOÇÕES NUMA EXPERIÊNCIA GENUÍNA

A quem, não havendo visto, amais; no qual, não vendo agora, mas crendo, exultais com alegria indizível e cheia de glória. 1 Pedro 1:8.
Neste versículo o apóstolo Pedro diz, sobre a relação entre cristãos e Cristo. Os cristãos a quem Pedro escreveu sofriam perseguição. Aqui, ele observa como seu cristianismo os afetou durante essas perseguições. Ele menciona dois sinais claros da autenticidade de seu cristianismo. O primeiro é o Amor por Cristo. "A quem, não havendo visto, amais." Os que não eram cristãos maravilhavam-se da prontidão dos cristãos em se expor a tais sofrimentos, renunciando às alegrias e confortos deste mundo. Para seus vizinhos incrédulos, estes cristãos pareciam loucos; pareciam agir como se detestassem a si mesmos. Os incrédulos não viam nenhuma fonte de inspiração para tal sofrimento. De fato, os cristãos não viam coisa alguma com seus olhos físicos. Amavam alguém a quem não podiam ver! Amavam a Jesus Cristo, pois viam-nO espiritualmente, mesmo sem poder vê-lO fisicamente. O mesmo deve acontecer com todo cristão: Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas. 2 Coríntios 4:18.
O segundo sinal de um cristanismo autêntico é a alegria em Cristo. Embora o sofrimento exterior fosse terrível, suas alegrias espirituais internas eram maiores que seus sofrimentos. Essas alegrias os fortaleciam, possibilitando que sofressem alegremente. Pedro nota duas coisas sobre essa alegria. Primeiro, ele nos fala da origem dela. Ela resultou da fé. "Não vendo agora, mas crendo, exultais." Segundo, ele descreve a natureza dessa alegria: "alegria indizível e cheia de glória." Era alegria indizível, por ser tão diferente das alegrias do mundo. Era pura e celeste; não havia palavras para descrever sua excelência e doçura. Era também inexprimível quanto à sua extensão, pois Deus havia derramado tão livremente essa alegria sobre Seu povo sofredor. Depois, Pedro descreve essa alegria como sendo "cheia de glória." Essa alegria enchia as mentes dos cristãos, ao que parecia, com um brilho glorioso. Não corrompia a mente, como fazem muitas alegrias mundanas; pelo contrário, deu-lhe glória e dignidade. Os cristãos sofredores partilhavam das alegrias celestes. Essa alegria enchia suas mentes com a luz da glória de Deus, fazendo-os brilhar com aquela glória. Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. 2 Coríntios 4:6.
A doutrina que Pedro nos está ensinando é a seguinte: O culto verdadeiro consiste principalmente em emoções santas. Pedro destaca as emoções espirituais de amor e alegria quando descreve a experiência desses cristãos. Lembrem-se que ele está falando sobre fiéis que estavam sendo perseguidos. Seu sofrimento purificava sua fé, resultando em que "redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo" (v.7). Estavam, assim, em condição espiritualmente saudável, e Pedro ressalta seu amor e alegria como evidência de sua saúde espiritual. O cristianismo requerido por Deus não consiste em desejos fracos, opacos e sem vida, elevando-nos somente um pouco acima da apatia. Em Sua Palavra, Deus insiste muito que sejamos sérios, espiritualmente dinâmicos e que nossos corações se envolvam vigorosamente no cristianismo. O cristianismo verdadeiro deve ser como o apóstolo diz em Romanos 12:11-12: Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes.
Esse envolvimento vivo, vigoroso do coração no verdadeiro cristianismo é o resultado da circuncisão espiritual, ou regeneração, a que pertencem as promessas de vida. Deuteronômio 30:6. O SENHOR, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o SENHOR, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas. Se não formos sérios no nosso cristianismo, e nossas vontades não forem vigorosamente ativas, nada somos. O Espírito Santo é o Espírito de poderosa e santa emoção, nos verdadeiros cristãos. É por isso que as Escrituras dizem que Deus nos deu um espírito de poder e moderação. Leiamos 2 Timóteo 1:7. Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.
Quando recebemos o Espírito Santo, dizem as Escrituras que somos batizados "com o Espírito Santo e com fogo". Esse "fogo" representa as santas emoções que o Espírito produz em nós, de modo que "nos arde o coração". A graça, naturalmente, tem intensidades, e existem cristãos em quem os atos da vontade dirigidos às coisas espirituais são comparativamente fracos. Entretanto, as emoções de todo verdadeiro cristão, ou seja, aquelas dirigidas a Deus, são mais fortes que suas emoções naturais e pecaminosas. Todo autêntico discípulo de Cristo ama-O acima de "pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida”. E o que é mais interessante, as Escrituras colocam o verdadeiro cristianismo exatamente na emoção do amor: amor por Deus, por Jesus Cristo, pelo povo de Deus, e pela humanidade. O amor é a principal de todas as emoções. É o que Jesus ensinou quando alguém Lhe perguntou qual era o maior mandamento ele disse: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas. Mateus 22:37-40.
Isto fica muito claro para nós observarmos e percebermos o amor como a maior coisa no cristianismo, sua essência e alma, sem o qual tornam-se inúteis o maior conhecimento, dons e obras. Isto prova claramente que o verdadeiro cristianismo se encontra principalmente em nossas emoções. O amor não é, pois, somente uma das emoções, e sim, a maior delas, ou seja, a fonte de todas as outras. É do amor que surge o ódio - ódio pelas coisas que são contrárias ao que amamos. De um amor vigoroso, afetuoso e fervoroso a Deus surgem outras emoções espirituais: um ódio ao pecado; um temor de desagradar a Deus; gratidão a Deus por Sua bondade; alegria em Deus quando experimentamos Sua presença; tristeza quando nos distanciamos de Sua Palavra; esperança por um gozo futuro com Cristo; zelo pela glória de Deus. Da mesma forma, amor ao nosso próximo produzirá todos os outros sentimentos corretos em relação a eles. 1 João 4:21. Ora, temos, da parte dele, este mandamento: que aquele que ama a Deus ame também a seu irmão.
Se existiu uma pessoa que de fato teve muitas emoções nesta terra, este foi Jesus. Vemos que Jesus teve uma vida emocional forte e profunda durante Seus dias na terra, pois o próprio Senhor Jesus Cristo teve um coração extraordinariamente terno e afetuoso e expressou Sua retidão abundantemente em emoções santas. Teve o mais ardoroso, vigoroso e forte amor por Deus e pelos homens que jamais existiu. Foi Seu amor santo que triunfou no Getsêmane, quando lutou com o medo e a dor, e quando Sua alma ficou "profundamente triste, até à morte". Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. Mateus 26:38.
Todos os que são verdadeiramente espirituais não são deste mundo; são forasteiros aqui, pertencem ao céu porque morreram e ressuscitaram com Cristo. Nasceram do alto e o céu é sua pátria nativa; a natureza que recebem em seu nascimento celeste também é celeste. Portanto, a importância das emoções espirituais podem ser vistas a partir dos deveres que Deus designou como expressões de culto. Oração - Declaramos em oração as perfeições de Deus, Sua majestade, santidade, bondade e absoluta suficiência, nosso próprio vácuo e desmerecimento, nossas necessidades e desejos. Mas, por quê? Não para informar a Deus dessas coisas, pois Ele já as conhece, e certamente não para mudar Seus propósitos e persuadi-lO que deveria nos abençoar. Não, declaramos, porém estas coisas para mover e influenciar nossos próprios corações, e dessa forma nos preparamos para receber as bênçãos que pedimos. Louvor - O dever de cantarmos louvores a Deus parece não ter outro propósito que o de excitar e expressar emoções espirituais. Podemos encontrar somente uma razão para que Deus ordenasse que nos manifestássemos a Ele tanto em poesia como em prosa, e em cântico como pela fala. A razão é esta: quando a verdade divina é expressa em poemas e cânticos, tem uma tendência maior a se imprimir em nós e mover nossas emoções. Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com a mente; cantarei com o espírito, mas também cantarei com a mente. 1 Coríntios 14:15.
Agora quero chamar sua atenção para o perigo de pensarmos que não somos cristãos porque não tivemos algum tipo especial de emoção ou experiência. Do ponto de vista espiritual, esta é uma das manifestações mais comuns desta condição. Estou pensando em pessoas que ouviram outras dando o seu testemunho, mencionando alguma emoção maravilhosa que tiveram, e elas dizem a si mesmas: “Eu nunca tive isso”. E começam a conjecturar se realmente são cristãs. Amados, as emoções devem fazer parte do verdadeiro cristianismo, mas o fato de não termos sentido certas emoções especiais, não significa necessariamente que não somos cristãos. As emoções são essenciais, porém se pressupomos que certas emoções são essenciais, podemos muito bem nos tornar vítimas do diabo, passando o resto da nossa vida na infelicidade, presos em superficialidade e miséria, embora sejamos verdadeiramente cristãos. Portanto, evite o erro de concentrar demais em suas emoções. Acima de tudo, evita o terrível erro de colocá-las no centro. Salmos 34:8a. Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom.
Voce nunca vai ver enquanto não provar; não vai saber, nem sentir, enquanto não experimentar. Devemos primeiramente experimentar a verdade como uma realidade em nossas vidas, porque a verdade é algo dirigido à nossa mente, ou seja,é o dom supremo de Deus ao homem; e é quando compreendemos a verdade e nos submetemos a ela, que as emoções se seguem. Nunca devo fazer a mim mesmo a pergunta: “Que sinto a respeito disso?” A primeira pergunta deve ser: “Creio nisso, aceito isso, isso tomou conta de mim?” Quero concluir este estudo dizendo que devemos pôr o único que tem o direito de estar ali, o Senhor da glória, que tanto nos amou, que foi à cruz e levou sobre Si o castigo e a vergonha dos nossos pecados, e morreu e também nos fez morrer em Seu corpo, para nos dar uma vida nova na ressurreição. Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Colossenses 3:3.
Pr. Claudio Morandi

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