"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A Palavra e a obediência

Eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas. 1 Pedro 1:2.
Todos os crentes professos estão acordes, pelo menos quanto à teoria em que é dever obrigatório daqueles que trazem a vida de Cristo honrá-Lo e glorificá-Lo neste mundo. Entretanto, acerca de como isso deve ser feito, acerca do que Deus exige de nós quanto a essa finalidade, há imensa gama de opiniões. Muitos supõem que honrar a Cristo meramente significa unir-se a alguma “igreja”, tomando parte de suas várias atividades e dando-lhes apoio. Outros imaginam que honrar a Cristo significa falar a Seu respeito a outros, ocupando-se diligentemente no trabalho pessoal de evangelização. Outros parecem sentir que honrar a Cristo significa pouco mais do que fazer contribuições financeiras liberais em benefício de Sua causa. Poucos, realmente, são os que percebem que Cristo só é honrado quando vivemos santamente para Ele, e isso se andarmos em sujeição à Sua vontade revelada. Poucos são os que verdadeiramente acreditam naquela palavra que diz em 1 Samuel 15:22 Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros.
Não seremos cristãos, sob hipótese alguma, a menos que nos tenhamos rendido totalmente a Cristo e que tenhamos recebido a Cristo o Senhor. Satanás anda enganando a muitos hoje em dia, levando-os a suporem que estão confiando na “obra consumada” de Cristo, para salvação de suas almas, ao mesmo tempo que seus corações permanecem inalterados e que o “ego” continua a governar as suas vidas. Ouçamos o que diz a Palavra de Deus: A salvação está longe dos ímpios, pois não procuram os teus decretos. Salmos 119:155.
Irmãos, estamos realmente buscando os decretos de Deus? Estamos pesquisando com diligência a Sua Palavra, para descobrir o que Ele ordenou? Vejamos a exortação da Palavra de Deus a este quesito: Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. I João 2:4. O que poderia ser mais claro do que isso? Vejamos a clara advertência dos lábios do próprio Senhor Jesus: Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando? Lucas 6:46.
A obediência ao Senhor na vida diária, e não apenas na forma de palavras ribombantes nos lábios, é o que Cristo exige. Que mensagem perscrutadora e solene é aquela que se acha em Tiago 1:22: Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.
Existem muitos “ouvintes” da Palavra, ouvintes regulares, ouvintes reverentes, ouvintes interessados; mas, infelizmente, aquilo que ouvem não incorporam em suas vidas, ou seja, a Palavra não guia o seu caminho. E Deus é quem diz que aqueles que não são praticantes da Palavra meramente enganam a si mesmos! Enfelizmente, quantos existem assim na Cristandade, nesta nossa época! Não são hipócritas desavergonhados, mas apenas estão iludidos.

Supõem que por terem aumentado o cabedal de seus conhecimentos bíblicos, aumentou também a sua espiritualidade. Supõem que o mero ouvir a um servo de Cristo, ou que a mera leitura de seus escritos os alimenta com a Palavra. Nada disso! “Alimentamo-nos” com a Palavra de Deus somente quando nos apropriamos dela pessoalmente, quando mastigamos e assimilamos em nossas vidas aquilo que ouvimos ou lemos: Sempre que a vida não se amolda mais perfeitamente à Palavra de Deus, desde o coração, o conhecimento acrescido somente servirá para agravar a condenação da alma. Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade, será punido com muitos açoites Lucas 12 :47.
Essa é uma das mais proeminentes características dos “tempos perigosos” que atualmente atravessamos. As pessoas ouvem um pregador após outro, vão a esta e aquela conferência, lêem livros e mais livros sobre temas bíblicos, e, no entanto, jamais chegam a ter um conhecimento vital e prático da verdade, de tal modo que o seu poder e eficácia fiquem impressos sobre suas almas. Existe aquilo que poderíamos chamar de “hidropisia” espiritual, e multidões estão sofrendo desse mal. Quanto mais ouvem, tanto mais desejam ouvir: bebem sermões e discursos com avidez, mas suas vidas em nada se modificam para melhor. Antes, sentem-se orgulhosos de seu conhecimento, e não se humilham no pó diante de Deus. Mas a fé dos eleitos de Deus consiste no “pleno conhecimento da verdade, segundo a piedade”, ainda que isso seja ignorado pela vasta maioria. Deus nos deu a Sua Palavra não apenas com o intuito de instruir-nos, mas também com o propósito de orientar-nos, para que soubéssemos o que Ele requer que façamos. A primeira coisa de que precisamos, pois, é do claro e distinto conhecimento de nosso dever; e a primeira coisa que Deus requer de nós é a prática conscienciosa do dever, que corresponda ao nosso conhecimento. Esta verdade esta clara em Miquéias 6:8: Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus. O Senhor Jesus salientou a mesma particularidade, quando disse em João 15:14: Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando.
Quando cremos em nossa morte e ressurreição juntamente com Cristo, ganhamos todos os recursos espirituais para sermos obedientes a Sua Palavra. O Senhor Jesus não apenas satisfez, em favor de Seu povo, os requisitos da justiça divina, mas igualmente assegurou que Seus discípulos os satisfariam pessoalmente. Cristo garantiu-nos o Espírito Santo, o qual opera em nós aquilo que o Redentor fez por nós. O grandioso e glorioso milagre da salvação consiste do fato de que os salvos são regenerados. Há um trabalho de transformação operado neles. Seu entendimento é iluminado, seus corações são modificados e sua vontade é renovada. São feitos “novas criaturas”, conforme vemos em 2 Coríntios 5:17 Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. A partir daí o coração se inclina para a lei de Deus: certa disposição foi transmitida ao coração que corresponde às exigências da lei; há um desejo sincero de executá-la. Por essa razão também é que a alma vivificada pode dizer: Ao meu coração me ocorre: Buscai a Minha presença; buscarei, pois, SENHOR, a Tua presença Salmo 27:8.
Cristo não apenas prestou obediência perfeita à lei, visando à justificação de Seu povo, que nEle confia, mas também conquistou para eles aqueles suprimentos de Seu Santo Espírito que são essenciais para a santificação deles, e que é a única coisa que pode transformar criaturas carnais, capacitando-as a prestar obediência aceitável a Deus. A obediência não consiste apenas da sujeição a algum preceito externo, mas consiste em render eu a minha vontade à autoridade de outrem. Por conseguinte, a obediência a Deus depende do reconhecimento, vindo do coração, de que Cristo é o Senhor, de que Ele tem o direito de determinar, e de que o meu dever é anuir. Obedecer é sujeitar totalmente a alma ao jugo bendito de Cristo. Aquela forma de obediência que Deus requer só pode proceder de um coração que O ama. A obediência que se origina do temor do castigo é uma obediência servil. Aquela obediência prestada a fim de obter favores da parte de Deus é egoísta e carnal. Mas a obediência espiritual e aceitável é prestada com alegria: trata-se da livre reação favorável do coração agradecido pela consideração e pelo amor desmerecidos de Deus por nós. Colossenses 3:23-24 Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo.
Neste ponto venho rogar intensa e amorosamente a prezado igreja nesta manhã que dê toda a atenção a este detalhe. Todo o indivíduo que se considera salvo, mas que não tem amor genuíno pelos mandamentos de Deus, na realidade está se iludindo a si mesmo. Declarou o salmista: Quanto amo a tua lei! Salmos 119:97a. E novamente no Salmo 119:127. Amo os teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado.
A obediência parcial nem pode ser reputada como obediência. A verdadeira obediência espiritual é imparcial. O coração renovado não seleciona e nem escolhe entre os mandamentos de Deus: o indivíduo que age dessa maneira não procura cumprir a vontade de Deus, mas a sua própria. Não nos equivoquemos quanto a esse particular, se não desejamos sinceramente agradar a Deus em todas as coisas, então na realidade não desejamos agradá-Lo em qualquer coisa. O problema em não obedecer a Deus e seus mandamentos reside em nós mesmos e chama-se egocentrismo. Por isso o nosso Senhor disse: Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23.
É por intermédio da obediência à Palavra que purificamos as nossas próprias almas. É por meio da obediência que obtemos a atenção dos ouvidos de Deus. Por outro lado, a desobediência é uma barreira para as nossas orações. Leiamos Jeremias 5:25. As vossas iniqüidades desviam estas coisas, e os vossos pecados afastam de vós o bem.
Através da obediência obtemos preciosas e íntimas manifestações de Cristo para a nossa alma. Se estivermos palmilhando a senda da sabedoria em completa sujeição a Deus, então descobriremos que: Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas paz. Provérbios 3:17. Amém.

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