"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O AMOR DE CRISTO PELO PAI: HOLOCAUSTO

Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. Lucas 22:42.
Irmãos, conforme já tratamos domingo passado, quando analisamos que o Senhor Jesus fugia daquilo que a Sua obra trazia para Si, ou seja, a separação do Pai, por ter Ele de levar sobre Si o pecado da humanidade em Seu corpo Santo. A Sua mente santa e pura fugia ao pensamento de contato com o pecado; e Seu coração não admitia a ideia de perder, por um momento sequer, a luz do semblante de Deus. Mas por outro lado, a cruz tinha outro aspecto. Aparecia à vista de Cristo como uma cena em que Ele podia revelar plenamente os segredos profundos do Seu amor ao Pai. Foi por amor ao Pai que o Senhor Jesus Se ofereceu totalmente, para cumprir plenamente a vontade de Deus. Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste; Eis aqui estou no rolo do livro está escrito a meu respeito, para fazer, ó Deus, a tua vontade. Hebreus 10:5 e 7b.
O Senhor Jesus Cristo fazia sempre as coisas que agradavam ao Pai, Ele sempre fez a vontade de Deus. No holocausto, Jesus não se ofereceu como Aquele que foi feito maldição por nós, mas como Aquele que apresenta ao coração do Pai um perfume de incomparável fragrância. É por isso que o pecador culpado encontra, incontestavelmente, na cruz uma resposta divina aos mais profundos e ardentes desejos do coração. O verdadeiro filho de Deus encontra na cruz aquilo que cativa todas as afeições do seu coração e deixa aturdido todo o seu ser moral. Mas há alguma coisa na cruz que ultrapassa as mais elevadas concepções dos santos ou dos anjos; isto é, a profunda devoção do coração do Filho para com o Pai e como Este a apreciou. Levítico 1:13b. O sacerdote oferecerá tudo isso e o queimará sobre o altar; é holocausto, oferta queimada, de aroma agradável ao SENHOR.
Irmãos, este é um assunto elevado da cruz, que é manifestado de um modo tão notável no holocausto. Nunca podemos nos esquecer que Cristo veio para fazer a vontade de Deus. Caso contrário, não poderia haver lugar para a ação voluntária no caso de uma pessoa que era compelida, pela própria necessidade da sua posição, a morrer. Se Cristo tivesse carregado com o nosso pecado na Sua vida, então segue-se que a Sua morte seria obrigatória e não um ato voluntário. Este é especialmente o caso no holocausto, porquanto não é uma questão de carregar com o pecado ou de sofrer a ira de Deus, mas inteiramente de dedicação voluntária, manifestada na morte da cruz. No holocausto reconhecemos uma figura de Deus o Filho, cumprindo, por intermédio de Deus Espírito, a vontade de Deus Pai. Isto Ele fez de “sua própria vontade”. Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. João 10:17.
Foi um ato voluntário da Sua própria parte; dar a Sua vida para tornar a tomá-la. Isto Jesus fez porque Ele deleitava-se em fazer a vontade de Deus. O Senhor Jesus nunca se deteve para averiguar até que ponto qualquer ato ou circunstância O afetaria. Ele se aniquilou a Si mesmo e também renunciou a tudo. E, por isso, quando chegou ao fim da Sua carreira, pôde refletir sobre o passado, olhar para trás e, com os olhos levantados ao céu dizer: Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; João 17:4.
É impossível contemplar a obra de Cristo sob este aspecto sem que o coração se sinta cheio das mais gratas afeições para com a Sua Pessoa. É neste ponto que podemos entender a nossa identificação com Cristo em Sua morte e ressurreição. Porque antigamente quando eram feitos os sacrifícios havia também uma identificação do adorador com o holocausto. Leiamos Levítico 1:4 E porá a mão sobre a cabeça do holocausto, para que seja aceito a favor dele, para a sua expiação. O ato da imposição das mãos exprimia completa identificação. Por este ato significativo o oferente e a oferta tornavam-se um; e esta unidade, no caso do holocausto, assegurava ao oferente que a sua oferta era aceita. A aplicação deste fato a Cristo e ao cristão realça uma verdade das mais preciosas, uma das mais largamente desenroladas no Novo Testamento, a saber: a identificação eterna do cristão com Cristo e a sua aceitação em Cristo. Qual ele é, somos nós também neste mundo. Também sabemos que o Filho de Deus é vindo e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro; e estamos no verdadeiro, em seu Filho, Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna. 1 João 4:17b e 1 João 5:20.
Nada menos do que isso nos podia aproveitar. O homem que não está em Cristo está nos seus pecados. Não há terreno neutro. Ou estamos em Cristo ou fora dEle. Não se pode estar parcialmente em Cristo. Ainda que seja apenas a espessura de um cabelo que se interponha entre vós e Cristo, estais num estado positivo de ira e condenação. Agora se você está “em Cristo”, você é “qual ele é” perante Deus, e assim considerado na presença da santidade infinita. Esse é o ensino claro da Palavra de Deus. Em Cristo estamos perfeitos, somos membros do Seu corpo e o Pai nos fez “agradáveis a Si no amado”. Quando cremos em nossa morte e ressurreição com Cristo, estamos unidos eternamente a Ele. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. 1 Coríntios 6:17.
Irmãos, não é possível que a Cabeça esteja num grau de aceitação e os membros noutro. Não; a Cabeça e os membros são um. Deus considera-os um; e, portanto, são um. Esta verdade é, ao mesmo tempo, o fundamento da mais elevada confiança e da mais profunda humildade. Dá-nos a mais completa segurança. Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afastemos envergonhados na sua vinda. 1 João 2:28.
Quando lemos nas Escrituras Sagradas que fomos justificados, ninguém mais pode nos acusar, porque foi o próprio Deus em Cristo quem nos justificou. Portanto, não é possível haver qualquer acusação contra Aquele com quem estamos unidos. Dá-nos uma profunda impressão da nossa própria nulidade, visto que a nossa união com Cristo é baseada na morte da velha natureza e na abolição total de todos os seus direitos e pretensões. Você morreu no corpo do Cordeiro meu irmão, minha irmã. Agora a Cabeça e os membros são considerados na mesma posição de infinito favor e aceitação perante Deus. Damos graças a Deus, porque tudo isto se baseia na perfeição divina da obra de Cristo; precisamente como no caso do holocausto, em que a aceitação do adorador era baseada na aceitação da oferta. Não era uma questão de saber o que ele era, mas simplesmente do que era o sacrifício. Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo! Hebreus 9:14. Estudando este tema do holocausto, vemos que é absolutamente indispensável não esquecer que o ponto principal que ressalta dele não é ir ao encontro da necessidade do pecador, mas apresentar a Deus aquilo que Lhe é infinitamente agradável. Cristo, como é prefigurado no holocausto, não é para a consciência do pecador, mas para o coração de Deus. Além disso, no holocausto a cruz não é demonstração da abominação do pecado, mas a devoção inabalável de Cristo ao Pai. E é dentro desse contexto que o cristão sabe que em si mesmo, ele não é absolutamente nada, mas estando em Cristo é um adorador purificado. Foi o próprio Deus quem nos colocou em Cristo. Mas aquele que nos confirma convosco em Cristo e nos ungiu é Deus, que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração. 2 Coríntios 1:21-22. Graças a Deus pela oferta de Cristo a Deus, e na Sua oferta santo nos tornou. Uma vez estando em Cristo podemos chegar diante do Pai não mais como pecador culpado, mas como sacerdote em adoração, vestido com os vestidos de glória e ornamento. Ocupar-me da minha culpa na presença de Deus, não é pelo que me diz respeito, humildade, mas sim incredulidade, pelo que respeita ao sacrifício de Cristo. Hoje nós podemos olhar para a cruz e entender que Cristo consumou até mesmo na morte, a vontade do Pai. Cristo entrou no céu com a Sua própria justiça, levando consigo os sinais de ter completado a Sua obra. As cinzas atestavam que o sacrifício estava consumado e que havia sido aceito por Deus. As cinzas, postas ao lado do altar, indicavam que o fogo tinha consumido o sacrifício, que era um sacrifício não apenas consumado, mas aceito. As cinzas da expiação do pecado declaravam que o pecado fora julgado. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas. Hebreus 1:3. Amém.
DEUS TE ABENÇOE.

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