E a oferta de manjares, que daquilo se fará, trarás ao SENHOR; será apresentada ao sacerdote, o qual a levará ao altar. Levítico 2:8.
Irmãos, se o nosso coração se compraz no Cristo das Escrituras, fugiremos segura¬mente dos falsos “cristos” que Satanás nos apresenta. Se nos alimentarmos da realidade de Deus, rejeitaremos sem hesitação as limita¬ções de Satanás. Este é o melhor meio de escapar aos enredos do erro, qualquer que seja a sua forma e caráter. Nós precisamos conhecer a Cristo e nos relacionarmos com Ele e também estarmos sempre atentos a sua voz para não dar ouvidos a voz do estranho e seguir o estranho. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. João 10:14 e 27.
A necessidade urgente do nosso coração é conhecer este Homem perfeito em sua humanidade. Aquele que se fez carne, Ele é o amado de nossa alma e o nosso coração anseia por isto. Se estivéssemos compenetrados, providos de uma fé simples, da verdade que à direita da Majestade nos céus está um Homem real. Um cujo amor é insondável, cujo poder é onipotente, cuja sabedoria é infinita, cujos recursos são inesgotáveis, cujas riquezas são inexauríveis, cujo ouvido está sempre atento às nossas petições, cuja mão está aberta a todas as nossas necessidades, cujo coração está cheio de ternura e amor inefável por nós. Se tivermos está visão de Cristo quanto mais felizes e elevados seríamos e quanto mais independentes dos meios corren¬tes da criatura estaríamos, fosse qual fosse o canal por onde viessem. Não há nada que o coração possa desejar que não tenhamos em Jesus. Porém Cristo é tudo em todos. E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade; Colossenses 3:11b. e 2:10
Só podemos encontrar plena satisfação para nossa alma no coração que manifestou o seu amor em gotas de sangue. Estamos procurando a proteção de um poder eficaz? Nada mais tem a fazer senão olhar para Aquele que criou o mundo. Sente necessidade de uma sabedo¬ria infalível para guiá-lo? Se entregue Aquele que é a sabedoria; o qual por nossos pecados foi feito por Deus sabedoria. A mente divina e as afeições divinas encontraram um objetivo perfeito em Jesus Cristo, homem; e, seguramente, se existe na Pessoa de Cristo o que pode satisfazer a Deus perfeitamente, há também o que nos deveria satisfazer, e nos satisfará, na proporção em que, pela graça do Espírito Santo, andarmos em comunhão com Deus. Andarmos em comunhão com Deus é andarmos na luz. Ora, a mensagem que, da parte dele, temos ouvido e vos anunciamos é esta: que Deus é luz, e não há nele treva nenhuma. Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. 1 João 1:5 e 7.
O Senhor Jesus Cristo foi o único Homem perfeito que já pisou esta terra. Era todo perfeito; perfeito em pensamento, palavras e ação. Na bendita Pessoa de Cristo vemos que a benevolência e a economia são ambas perfeitas. Uma não interfere com a outra. Cada uma brilha na sua própria esfera. Não podia despedir a multidão faminta; tampouco podia permitir que um simples fragmento do que Deus criara fosse desperdiçado. Supria com mão-cheia e liberal as necessidades da família humana, e, quando isso fora feito, guardava cuidadosamente cada átomo deixado. A mesma mão que estava sempre aberta a toda a forma de necessidade humana estava firmemente fechada contra todo o desperdício. Nada havia de mesquinho nem tampouco de extra¬vagante no caráter do Homem perfeito. Amada igreja, o Varão perfeito veio do céu e voltou para o céu. É por isso que temos que “buscar as coisas lá do alto” onde Cristo vive. Sendo Ele perfeito e está no céu, entendemos que toda perfeição vem do alto. Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança. Tiago 1:17.
Quão confortante e edificante é para “o homem interior” estar ocupado com Aquele que foi perfeito e é perfeito em todos os Seus caminhos e que em tudo deve ter a preeminência! Queridos irmãos, a sombra deste Homem perfeito passa perante nós na “flor de farinha” que formava a base da oferta de manjares. Não havia nela um grão mal moído. Nada desigual, nada desproporcio¬nal, nada revelava aspereza. Não importava qual fosse a pressão vinda do exterior, a superfície era sempre uniforme. O Senhor nunca foi perturbado por quaisquer circunstâncias. Nunca teve de retroceder um passo ou retirar uma palavra. Viesse o que viesse enfrentava sempre as circunstâncias com aquela uniformidade admiravelmente simbolizada na “flor de farinha”. Agora podemos entender Hebreus 4:15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
Em todas estas coisas desnecessário é dizer que Jesus está em flagrante contraste com os Seus mais honrados e consagrados servos. Por exemplo, Moisés. As Escrituras nos dizem que ele era o mais manso sobre a terra: Era o varão Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia sobre a terra. Números 12:3. No entanto, Moisés falou irrefletidamente certa vez, conforme afirma a Palavra de Deus em Salmos 106:33b. Moisés falou irrefletidamente. Em Pedro vemos um zelo e uma energia que, por vezes, eram excessivos; e, também noutras ocasiões, uma covardia que o levava a fugir do lugar de testemunho e vitupério. Fazia afirmações de uma devoção que, quando chegava a altura de agir, não se via. Em Paulo, o mais consagrado dos servos, descobrimos considerável desigualdade: dirigiu palavras ao sumo sacerdote que teve de retirar.
Quem de fato possuía e possui a perfeição total e absoluta é somente Cristo Jesus. A concepção da humanidade de Cristo, pelo Espírito Santo, no ventre da virgem descobre um dos mais profundos mistérios que pode prender a atenção da mente renovada. É plenamente revelado no Evangelho de Lucas; e isto é inteiramente característico, visto que, através de todo esse evangelho, parece ser objetivo especial do Espírito Santo revelar, na Sua maneira terna e divina, “o Homem Cristo Jesus”. Jesus foi perfeito em toda Sua maneira de viver, porque não tinha pecado. Ele veio para tirar o pecado, por isso Ele era o ente santo, separado dos pecadores. Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. Lucas 1:35. Desta magnífica passagem aprendemos que o corpo humano que o Filho eterno de Deus tomou foi formado pela “virtude do Altíssimo”. Um corpo lhe foi preparado. Vamos ler dois textos: Salmos 40:6 e Hebreus 10:5 Sacrifícios e ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não requeres. Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não quiseste, mas corpo me preparaste. Foi um verdadeiro corpo humano; verdadeiramente “carne e sangue”. Não há aqui fundamento possível para as teorias inúteis e inconsistentes do agnosticismo ou misticismo; nenhuma justificação para as frias abstrações do primeiro ou a fantasia obscura do último. Tudo é profunda, sólida e divina realidade. O que os nossos corações neces¬sitam é precisamente o que Deus nos deu. A primitiva promessa havia declarado que “a semente da mulher havia de ferir a cabeça da serpente”, e ninguém, a não ser um verdadeiro homem, podia cumprir esta predição, alguém cuja natureza humana fosse tão real quanto era pura e incorruptível. E todos aqueles que não crêem neste fato da encarnação de Cristo, infelizmente fazem parte do anticristo. Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. 2 João 1:7. Cristo, o Deus que foi manifestado em carne, foi necessário que sofresse para perfeita manifestação e pleno cumpri¬mento do grande mistério da redenção. Era Seu supremo propósito “trazer muitos filhos à glória”. Não queria “ficar só”, e, portanto, Ele, como “o grão de trigo”, devia “cair na terra e morrer”. Quanto melhor compreendermos a verdade da Sua Pessoa, tanto melhor compreenderemos a graça da Sua obra. Quando o apóstolo fala de Cristo como havendo sido consagrado pelas aflições considera-O como “o príncipe da nossa salvação”. É motivo de grande alegria e louvor crermos que na Sua morte Ele também nos levou a morrer em Seu corpo Santo naquela cruz. O Justo morreu pelos injustos para nos conduzir a Deus. Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, 1 Pedro 3:18. Aleluia!
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