Indo
eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta,
hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se
assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Lucas 10:38-39.
O senhor Panton disse certa vez com
muita sabedoria: “Porque Deus vive em mim na Pessoa de Cristo, posso fazer
todas as coisas que o próprio Deus é capaz de fazer.” Uma senhora morreu, e, na
lápide, estavam inscritas as palavras que ela própria costumava dizer: “Ela fez
o que não era capaz de fazer!” Como cristãos, temos um destino glorioso para
cumprir que vai além de nós mesmos. A qualificação para fazer a obra de Deus
não se encontra no estudo teológico, na fé sólida, no entusiasmo e no amor pelas
almas, mas no fato de a pessoa estar totalmente tomada por Deus. Ele precisa de
homens e mulheres que tenham sido, eles mesmos, crucificados a fim de pregar
aos outros a cruz de Seu Filho. Paulo declarou em 1 Coríntios 2:2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus
Cristo e este crucificado.
Em nosso texto base, Maria recebeu Jesus
em um plano mais alto do que fez sua zelosa irmã. Jesus não estava em busca de
mero desempenho doméstico. Escutar Seu ensinamento O honrou mais do que
ocupar-se com Suas necessidades físicas. Muitos imaginam que Marta fez todo
trabalho doméstico sozinha. Mas a verdade é que Maria ajudou Marta com as
preparações da refeição. Ela não evitou os “deveres de cozinha”. A reclamação
inicial de Marta confirma esta observação. Marta disse a Jesus que Maria a
“deixou” servir sozinha. Marta
agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se
aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha
deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha
ajudar-me. Lucas 10:40.
Você não pode deixar alguém a menos que
este alguém já estivesse com você. Maria deixou sua irmã terminando a refeição
e foi escutar a Jesus na sala. Jesus queria derramar o que estava em Seu
próprio coração no coração dos que escutavam. Uma mulher se instalar na sala
com os homens era culturalmente inadequado e ofensivo. Maria rompeu uma linha
invisível e sentou no espaço masculino. Maria sentou na posição de um discípulo
e Jesus não a reprovou por isso. Maria,
pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:42b.
Um discípulo no primeiro século não era
alguém que aprendia academicamente, como se escutasse uma conferência, tomasse
notas e estudasse. Um discípulo era um aprendiz que aprendia uma forma de vida.
A primeira lição do discipulado cristão é sentar-se aos pés do Senhor Jesus e
aprender Dele. Assim, quando Maria se sentou aos pés de Jesus na sala, aquilo
não constituiu em um pequeno escândalo. Maria tomou a postura de um discípulo. Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia,
mas criei-me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a
exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para com Deus, assim como
todos vós o sois no dia de hoje. Atos 22:3.
Naquele tempo, todo rabino somente tinha
discípulos masculinos, mas Jesus foi a rara exceção. Ele deu as boas-vindas a
mulheres, para serem discípulos também. Por outro lado, Marta em sua severa
acusação, estava na verdade dizendo: “Minha irmã está na sala, atuando como um
homem, quando deveria estar comigo na cozinha me ajudando”. A repreensão de
Jesus a Marta foi dócil. Também não saiu dos lábios de Maria nenhuma palavra de
defesa. Isso nos mostra a importância e necessidade que temos de aprender Dele.
Mateus 11:29 Tomai sobre vós o meu jugo
e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso
para a vossa alma.
Quando nós aprendemos Dele, faremos tudo
na suficiência de Cristo, como Ele quer e supre. Por isso todo o nosso serviço
para o Senhor deve originar-se de uma direção clara do Senhor. Ser um discípulo
diz respeito a seguir a liderança do Senhor e fazer o que Ele nos diz para
fazer. A atenção de Maria foi cravada “em uma coisa”. E tanto o salmista como
Paulo falaram disso. Leiamos Salmos 27:4
e Filipenses 3:13: Uma coisa peço ao
SENHOR, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do SENHOR todos os dias da
minha vida, para contemplar a beleza do SENHOR e meditar no seu templo. Irmãos,
quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me
das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão.
Não estamos condenando Marta, mas ela
viu seu serviço para Jesus como um ato de amor e adoração. O Senhor deseja que
O conheçamos. A nossa obra, ou seja, a nossa atividade principal é conhecer
Aquele que por Deus foi enviado. O que me surpreende é que a maior parte dos
Marias que encontrei na minha vida costumava ser Marta. Essas pessoas com boas
intenções, elas criam que se não fizessem alguma atividade em suas denominações
se sentiam culpadas, condenadas, e isto motivadas pelo dever religiosos e pela
obrigação imposta pelos seus líderes. Elas tentavam ganhar pontos de escoteiro
com um Deus que deixou de manter uma contagem de pontos há mais de dois mil
anos. Quando, pois, Jesus tomou o
vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. João
19:30.
Nós não podemos confundir o serviço com
um relacionamento com o nosso Senhor. Muitas pessoas tiveram o privilégio de
descobrir a profunda e dolorosa revelação de que tinham estado servindo ao
ídolo do “serviço” e não ao próprio Deus. Muitos também descobriram que a fonte
do serviço deles; a força na qual confiaram para servir a Deus, não era a vida
de Cristo. A fonte era a força e energia natural deles mesmos. Além disso,
perceberam que a própria identidade e segurança deles estavam envolvidas no seu
serviço. Por isso almejavam atenção para a sua obra. É também a razão de se
tornarem críticos e juízes do serviço, (ou não serviço) de outros. Todo serviço
deve fluir da comunhão com o Senhor se for para ter valor permanente. Todo
serviço deve encontrar a sua fonte na vida de Cristo, e assim ele não levará ao
desanimo ou à animação. Porque Deus é
quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
Filipenses 2:13.
Uma coisa perigosa é estar tão ocupado
para o Senhor que você não tenha tempo para buscá-lo e esperar pela Sua
direção. Por isso que a atuação “religiosa” é a forma de a alma caída tentar
duplicar a obra do Espírito Santo. Todo serviço deve fluir de um mover de Deus
em nós, então teremos um profundo desejo agudo de agradar a Deus e nunca
esperaremos ser notado por outros. Se você viver para agradar os homens, terá a
sua recompensa aqui e agora. Mateus 6:2
Quando, pois, deres esmola, não toques trombeta diante de ti, como fazem os
hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em
verdade vos digo que eles já receberam a recompensa.
Amados irmãos, não importa se o mundo
tenha ouvido, ou aprove, ou entenda, pois o único aplauso que estamos
destinados a buscar é aquele das mãos marcadas pelos pregos. Perder isto de
vista é viver no nível humano, em que os números, os louvores e o aplauso
determinam a sua felicidade. Portanto, aprendamos a viver diante de um
Auditório de Uma só Pessoa: Cristo. Portanto,
quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a
glória de Deus. 1 Coríntios 10:31. Amém.
Ouça os estudos em áudio no YOUTUBE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário