"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

E SE NÃO PERDOAR?

Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão; porque com a medida com que tiverdes medido vos medirão também.  Lucas 6:37-38.
Um dos fundamentos básicos do Evangelho é a doutrina do perdão mediante o sacrifício vicário de nosso Senhor Jesus Cristo. A cruz é o único preço do perdão, capaz de pagar a dívida dos nossos pecados, e a justiça de Deus é que patrocina esta cobrança. Dr. Oswald Chambers sustentava com muita propriedade que é um completo absurdo dizer que Deus nos perdoa porque Ele é Amor. A única base pela qual Deus nos pode perdoar é a cruz de Cristo. A Lei não pode ser transgredida nem a pena comutada. A justiça de Cristo, declarada na corte do Tribunal celeste, é nossa única absolvição, completa e final. Para nos reconciliar com Deus, o Senhor Jesus Cristo nos incluiu juntamente com Ele na cruz e nos justificou completamente dos nossos pecados, a fim de sermos perdoados pela sua infinita Graça. E como dizia Ian Murray, Deus nunca perdoa o pecado sem, ao mesmo tempo, mudar a natureza do pecador. Pecador perdoado é, de fato, um perdoador.
Eu sou fã incondicional da Graça de Deus. Não há nada mais admirável e extraordinariamente fantástico do que a operação plena da Graça de Deus. Jesus quando terminou a sua missão terrena e voltou para sua casa, deixou o portão aberto com um bilhete: Tudo está pago. Não apaguem as luzes, e não se preocupem com o consumo da energia. Não atendam aos cobradores, pois a conta já está quitada. E não se preocupem com os ladrões, tomei a providência de deixar todos os pertences assegurados. Está consumado. Vós sois a luz do mundo. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar.  João 19:30, Mateus 5:14a e 16 e João 10:28-29.
Max Lucado afinou a sua pena ao escrever esta jóia: Ver o pecado sem a Graça é desesperador. Ver a Graça sem pecado é arrogância. Vê-los em série é conversão. Deus nos perdoou completamente de todos os nossos pecados mediante esta Graça maravilhosa encarnada em Cristo Jesus. Perdão é ficar livre dos pecados mas também desembaraçado para perdoar. Se Cristo me perdoou de todos os meus pecados, porque ainda me mantenho reprimido quanto ao perdão que devo oferecer aos que me ofenderam? Nós nunca poderemos perdoar alguém mais do que Jesus já nos perdoou. Ora, se Deus nos perdoou tanto por meio da Graça em Cristo, Ele também nos concede a Graça para perdoarmos realmente aqueles que nos tem prejudicado. Todos aqueles que reconhecem a gravidade do seu pecado e a generosidade da Misericórdia de Deus, se mostram sensíveis para desonerar os impostos lesivos que lhes foram tributados. Não é possível  usufruir do perdão gracioso de Deus e não ser capaz de perdoar com benevolência. Por outro lado, o perdoador percebe a arrogância que se esconde numa atitude de indisposição ao perdão. Alexander Alud mostra que a pessoa que sabe que é susceptível à queda estará mais pronta a perdoar as ofensas dos seus semelhantes. É preciso compreender a nossa humanidade falível, para poder exercer com complacência o perdão sincero. Se realmente experimentamos o perdão de Deus e conhecemos a nossa estrutura falida, não há porque negar o perdão a quem nos danificou. Não há transgressão tão grave que o Amor legítimo não seja capaz de absolver. Não existe mágoa tão profunda que o genuíno perdão não releve por completo. O Cristianismo é a manifestação integral do Amor de Deus no sentido de perdoar perfeitamente o ser humano, a fim de torná-lo perito na arte graciosa de perdoar. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Efésios 4:32.
Ninguém pode se declarar realmente salvo se não é capaz de perdoar o seu ofensor. Não estamos dizendo que esta é uma atitude  fácil, ou que sejamos naturalmente habilitados para este mister. C S Lewis escreveu: Todos dizem que perdoar é uma ideia agradável até terem algo para perdoar. Mas, o perdão trivial é vulgar e leviano. Se está fácil perdoar, não se trata de uma ofensa autêntica, mas de um esbarrão que se desmancha com uma simples desculpa. Escusar é uma indulgência muito leve para as personalidades bem educadas. Perdoar não é uma mera desculpa de gente polida; é um gesto profundo de assumir a perda sem contabilizar todos os prejuízos. Perdoar é absolver o crime e banir do coração todo desejo de desforra. É soltar o réu distante do preconceito ressentido de uma possível recaída. É apagar a mácula sem a recordação sensível de uma nódoa permanente. Perdoar é esquecer que um dia foi ferido, pois os golpes foram sarados pelo bálsamo do sublime amor, sem deixar torpes cicatrizes. Aqueles que dizem que perdoam mas não esquecem, simplesmente enterram a machadinha, deixando o cabo de fora para usá-la da próxima vez. Os animais matam por instinto. Os homens se vingam por maldade. Os salvos perdoam por Amor. Se Deus nos perdoou tudo e completamente em Cristo Jesus, por que não liberamos o perdão aos nossos agressores? Errar é particularmente humano. Perdoar é essencialmente divino. Se somos humanos, erramos com frequência; mas se somos filhos de Deus, pela fé em Cristo, temos a reiterada disposição para perdoar. Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós; acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Colossenses 3:12-14.

Não há nada que nos identifique tanto com Deus, como a vida de Amor, cheia das atitudes perdoadoras. Deus em Cristo nos perdoa os nossos pecados como se jamais tivessem sido cometidos, e nós, pela Graça, somos capacitados a perdoar com a mesma disposição. Ambrósio, um dos mais notáveis teólogos da igreja cristã, dizia: Não me vangloriarei por ser justo, mas por ser remido; não por ser livre do pecado, mas porque meus pecados são perdoados. Sua ênfase na dependência da graça removia totalmente qualquer presunção de auto-suficiência orgulhosa. Desde que Deus nos perdoa radical e continuamente em Cristo Jesus, nossa postura deve ser também de legítimos perdoadores, sem qualquer afetação de liberalidade, assim como Deus em Cristo nos perdoou. Deus nos perdoar, é próprio da sua Graça, que nos justificou em Cristo. E nós perdoarmos, é consequência do amor de Cristo em nossos corações. Uma vez perdoados, para sempre perdoando. Nada neste mundo vil e em ruínas ostenta a suave marca do Filho de Deus tanto como o perdão. Por outro lado, o perdão deve ser também enfocado em relação a nós mesmos. Há muita gente que pensa como Ausonius: Você deve perdoar muitas coisas nos outros, porém nada em você mesmo. Isto é a copia fiel do recado da Serpente: Como Deus sereis. Esta teomania tem sustentado a mensagem do perfeccionismo com uma austeridade insuportável. Quem continua a temer castigos ainda não ouviu a Cristo nem à voz do Evangelho. Se Deus já me perdoou, por que eu também não hei de me perdoar? Nestes dias de complexo de culpa, talvez a mais gloriosa palavra seja, perdão. O perdão de Deus incondicional, por meio de Jesus Cristo; o perdão aos outros mediante o amor de Cristo em nossos corações; e o perdão a nós mesmos, por já termos sido perdoados totalmente pela Graça. Perdoa-me, por ser perdoado e não ter perdoado ainda aos outros, e a mim mesmo! Amém! Graça e Paz amados de Abba.

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