E
aconteceu que, ao se completarem os dias em que devia ele ser assunto ao céu,
manifestou, no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém. Lucas
9:51.
O Filho eterno tornou-se o Filho encarnado
para que pudesse dar Sua vida como o Filho crucificado. Ele se tornou o Filho
do Homem para que pudesse morrer pela raça humana. Em nosso texto base vemos
que Jesus sabia o que ia acontecer com Ele em Jerusalém. Mas, Ele sabia também
que isso era a vontade do Pai. Foi por isso que Ele determinou que ia para
Jerusalém e nada iria impedi-lo. Jesus foi muito determinado, e por isso escolheu
deliberadamente o caminho da humilhação que leva à cruz, em troca daquilo que o
Pai havia proposto a Ele, que era a sua noiva, ou seja, a igreja. Hebreus 12:2b. O qual, em troca da alegria
que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está
assentado à destra do trono de Deus.
A hora de Jesus de ir para cruz está aproximando-se,
agora está mais próxima. Jesus sabia que a sua hora estava chegando. Que hora
terrível seria aquela! Até este tempo Ele não tinha explicado o que queria
dizer ao repetir frequentemente as palavras “minha hora”. Muitas vezes Ele
predisse Sua morte e ressurreição, mas os discípulos não compreenderam Sua
fala. Nesta ocasião, entretanto, Ele falou mais explicitamente em João 12:23b. É chegada a hora de ser
glorificado o Filho do Homem.
As horas mais solitárias que alguém já
passou sobre a terra foram as horas do Calvário; pois Jesus, além de ser Filho
de Deus; era também Homem ao morrer por nós. Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me
desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora. João 12:27.
Jesus entrou em agonia no Getsêmani e seu
suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. O único evangelista
que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico. O
suar sangue, ou “hematidrose”, é um fenômeno raríssimo. É produzido em
condições excepcionais: para provocá-lo é necessária uma fraqueza física,
acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção,
por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-se
carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Mas ele foi traspassado pelas nossas
transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Isaías 53:5.
Que hora mais dolorosa foi essa para o
nosso Senhor. As aflições físicas já tão violentas ao fincar os pregos, em
órgãos extremamente sensíveis e delicados, faziam-se ainda mais intensos pelo
peso do corpo suspenso pelos pregos, pela forçada imobilidade do paciente, pela
intensa febre que sobrevinha, pela ardente sede produzida por esta febre, pelas
convulsões e espasmos. Você pode imaginar aquilo que Jesus deve ter provado;
uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se
pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode
provar. Tudo isso foi por você querido irmão. E tudo foi por amor a todos nós. Romanos 5:8. Mas Deus prova o seu próprio
amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda
pecadores.
É prova de um amor descomunal,
impraticável por uma Pessoa. Quem daria sua própria vida por amar a outra,
suportando tamanho sofrimento? Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde:
de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma
tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as câimbras, a
asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancam um lamento: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer: Deus meu,
Deus meu, por que me desamparaste? Marcos 15:34.
As horas do Calvário realmente foram as
mais difíceis e solitárias pelas quais ninguém na terra jamais passou; e o
Filho do Homem, Jesus Cristo, as sofreu. Por que o Senhor da Glória teve que
sofrer de forma tão extrema? Para redimir muitas e muitas pessoas escravizadas!
E até hoje são acrescentados diariamente novos justificados à Sua posteridade.
Mas tudo começou nessa terrível cruz solitária. Quanto mais se agravava Seu
caminho de morte, quanto mais profundamente Jesus entrava em dores e
sofrimentos, maior e mais real se tornava o fato de que assim o caminho ao reino
dos céus estava sendo aberto para a Humanidade. A cada hora de dores se
aproximava a grandiosa vitória de Jesus, a porta da graça se abria cada vez
mais. Ele
verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o
Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades
deles levará sobre si. Isaías 53:11.
A pergunta é: o que podemos Lhe dar? Na
verdade, a minha e a sua resposta deveria ser bem clara: recomeçar uma vida de
oração intensiva, baseando-nos a partir de agora conscientemente na morte de
nosso Redentor! Nunca mais oremos sem antes pensar porque podemos orar; sem que
tenhamos completa clareza de porque temos o privilégio de orar; e sem estarmos
plenamente convictos de que temos que orar! Pois: Jesus Cristo nos deu, através
de Seus sofrimentos inomináveis e de Sua morte na cruz, a filiação pela qual
podemos exclamar em oração: “Aba, Pai!”. Amém.
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