Então, foram
abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de
figueira, e fizeram para si aventais. Gênesis 3:7.
A primeira coisa que nos consta ter sido feita
pelo homem foi um avental, logo após Adão e Eva terem pecado, e a consciência
lhes ter feito sentir a sua culpa, e a vergonha da sua nudez. Então eles
procuraram
assim tornarem-se apresentáveis perante Deus, e esperando que os seus sinceros
esforços merecessem a Sua aprovação. Mas nenhuma vestimenta que o homem natural
providencie para a carne será agradável a Deus. Deus nos fez agradáveis a si em
Cristo. Efésios 1:6. Para louvor e glória da sua graça, pela qual
nos fez agradáveis a si no Amado.
Ora é precisamente isto que tanta gente se
esforça por fazer. Dizem: “Faço o melhor que posso”; “procuro respeitar os
mandamentos da lei de Deus”; “procuro seguir o exemplo de Jesus”, etc. Esforços
humanos! Esforços religiosos! O homem está sempre disposto a fazer o que quer
que seja para evitar confessar a Deus a sua culpa. Tais aventais são muito
apreciados entre os homens; porém, aos olhos de Deus são uma abominação.
Vós sois os que vos justificais a vós
mesmos diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois aquilo que é
elevado entre homens é abominação diante de Deus. Lucas 16:15.
Deus havia dado uma ordem ao casal Adão e
Eva para que não comessem do fruto da “árvore do conhecimento do bem e do mal”,
porque eles morreriam certamente. O salário do pecado é a morte. Eles comeram e
não morreram. Alguém aceitável a Deus deveria morrer em lugar deles. Este é o
significado da salvação. Mas Deus já tinha dado a promessa do Salvador
Substituto. A semente da serpente feriria o calcanhar da semente da mulher. Porei inimizade entre ti e a mulher, entre
a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe
ferirás o calcanhar. Gênesis 3:15.
Agora vamos examinar alguns aventais de
folhas de figueira com os quais o homem natural
está tentando fazer-se aceitável a Deus e preparado para o céu. O
primeiro avental que o homem pressupõe ser salvo é pelo seu caráter.
Caráter feito em casa são os dizeres sobre a porta da vida de um homem justo
aos seus próprios olhos. Ele tem de admitir fraquezas e falhas, mas não chama
pecado de pecado nem admite que ele tem alguma grande necessidade. Ele se vê
justo aos seus próprios olhos. Há
daqueles que são puros aos próprios olhos e que jamais foram lavados da sua
imundícia. Provérbios 30:12.
Neste processo de auto aperfeiçoamento o
homem justo aos seus próprios olhos se compara consigo mesmo e fica muito
satisfeito; ele também se compara com outro homem e, fica mais do que
satisfeito, como o fariseu de Lucas
18:11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus,
graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e
adúlteros, nem ainda como este publicano.
Ele se felicita e até mesmo elogia suas
virtudes para Deus. Mas há uma medida que ele esqueceu de tomar. Ele nunca
colocou sua vida de justiça própria ao lado da limpa, imaculada, impecável vida
do Filho do Homem para ver quão infinitamente distante ele se encontra da
justiça que Deus aceita. Deus demanda nada menos do que a absoluta justiça em
todos aqueles que são aceitáveis a Ele, e essa é uma exigência que nenhum ser
humano poderá cumprir por ele mesmo. Somente no Evangelho é que a justiça de
Deus pode ser satisfeita. Visto que a
justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo
viverá por fé. Romanos 1:17.
Essa tendência irrequieta, de querer fazer
qualquer coisa, em vez de aceitar o dom gratuito de Deus, baseia-se no fato de
que o homem não gosta de se reconhecer culpado, ou seja, de confessar-se
desesperadamente arruinado, irremediavelmente perdido, e completamente incapaz
de fazer seja o que for que possa contribuir para a sua própria salvação. No
entanto, o homem sempre prefere fazer tal tentativa! Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a
sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Romanos 10:3.
Outro avental que o homem tenta erigir
sobre o enorme abismo produzido pelo pecado entre Deus e o homem é o da educação.
O clamor é: “Dê a cada um uma educação e então elevem padrões, suscitem ideais
e mudem o meio ambiente. Desse modo cria-se um desejo por melhores condições de
vida e uma vida melhor acontecerá”. Hoje há homens e mulheres inteligentes
proclamando que o que é necessário para a salvação dos indivíduos e das nações
é uma educação maciça. Bem diferente do que Jesus disse a Nicodemos, que por
sinal era moralista e também mestre em Israel. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. João
3:7.
A educação algumas vezes tem até mesmo
conduzido a uma deterioração do caráter e conduta. A educação se torna um
avental quando o anseio do homem natural é de estudar os ensinamentos de Cristo
e aprender Seus princípios de vida para homens como indivíduos e como membros
da sociedade para que, através da obediência a Seus ensinamentos se tornem
melhores cidadãos. Neste contexto a educação é absolutamente tolice e coisa
fútil. Vamos ficar com aquilo que Deus fez em Cristo. Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela
carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne
pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o
pecado. Romanos 8:3. Amém.
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