A fé, dentre todas as virtudes, é a que menos dá valor a si mesma. Devido à sua própria natureza, a fé raramente tem consciência de sua própria existência. Tal como o olho, que vê tudo que é posto à sua frente, mas não enxerga a si próprio, assim também a fé se ocupa apenas do objeto sobre o qual se fixa, e não dá a mínima atenção à si mesma. Enquanto estivemos na contemplação de Deus, não veremos a nós mesmos - bendito seja esse desprendimento. O homem tem se esforçado para purificar-se, e nada tem a relatar senão repetidos fracassos, e conhecerá o verdadeiro alívio quando deixar de dar demasiada importância à sua alma, e passar a olhar somente para Aquele que é perfeito. E quando estiver olhando para Cristo, as próprias coisas que por tanto tempo vem tentando fazer, serão finalmente realizadas dentro dele. Será Deus a operar nele tanto o agir como o efetuar. A fé, por si mesma, não é um ato meritório, o mérito está nAquele em quem a fé é depositada. A fé, portanto, é uma reorientação de nossa visão; consiste em deixarmos de focalizar sempre o nosso "eu", e colocarmos Deus no foco da nossa visão. O pecado corrompeu a visão da nossa alma, tornando-a preocupada consigo mesma. A incredulidade põe o "eu" onde só Deus deveria estar, conduzindo-nos perigosamente perto do pecado de Lúcifer, que disse: "Acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei... serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14:13,14).
Quando erguemos os olhos para contemplar a
Deus, encontramos sempre o Seu olhar amigo fitando-nos diretamente, porque está
escrito que os olhos do Senhor percorrem a terra. A voz da experiência afirma:
"Tu, ó Deus, me vês". Quando os olhos da fé, alongando sua visão, se
encontram com os olhos de Deus, que perscrutam a alma, então o céu já começou
nesse mundo". Amém! Graça e paz.
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