Curam superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há paz. Jeremias 6:14; 8:11.
O profeta Jeremias declara um fato
alarmante sobre o povo de Israel. Apesar de terem profetas, havia um sério
problema com eles: “A quem falarei e testemunharei, para que ouçam? Eis que os
seus ouvidos estão incircuncisos e não podem ouvir; eis que a palavra do Senhor
é para eles coisa vergonhosa; não gostam dela” (Jr 6:10). O fato deles não
amarem a palavra do Senhor tornava seus ouvidos insensíveis a ela. Assim, a
ferida deles não era curada. Os profetas profetizavam paz, enquanto o real
problema nunca era resolvido, o pecado do povo não era curado. Isso porque o
próprio povo se recusava a ouvir o que Deus tentava lhes falar. O Senhor disse:
“Ponde-vos à margem no caminho e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é
o bom caminho; andai por ele e achareis descanso para a vossa alma; mas eles
dizem: Não andaremos. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos ao
som da trombeta; mas eles dizem: Não escutaremos” (vs 16 e 17). Havia uma
decisão deliberada de recusar ouvir a direção do Senhor. Isso pode parecer
estranho a nós, mas no Novo Testamento, o Apóstolo Paulo diz algo muito
semelhante acerca dos últimos dias: “Pois haverá tempo em que não suportarão a
sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias
cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à
verdade, entregando-se às fábulas” (2Tm 4:3,4).
No Salmo 129 vemos uma figura da obra da
cruz. Longos sulcos, algo profundo sendo realizado sobre aquele que o escreveu.
“Muitas vezes me angustiaram desde a minha mocidade, Israel que o diga; desde a
minha mocidade, me angustiaram, todavia, não prevaleceram contra mim” (vs 1,2).
Esse testemunho é um reflexo da obra da cruz. O Apóstolo Paulo ilustra isso
claramente em seu ministério: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. Em tudo somos
atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados;
perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; levando sempre
no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso
corpo” (2 Co 4:7-10).
Essa obra da cruz visa uma cura profunda,
não superficial. Como vemos no livro de Jó, o Senhor faz a ferida, e Ele mesmo
a ligará (Jó 5:18). Ele mesmo passou pela morte e pode nos conceder Sua vida de
ressurreição. Que não venhamos a resistir, como o povo de Israel, à palavra e
caminhos do Senhor, mas que possamos nos entregar Àquele que julga retamente,
sabendo que cada circunstância que vivemos hoje é ordenada para que o Viver de
Jesus se manifeste em nosso corpo carnal. Assim, poderemos experimentar a vida
abundante que o Senhor deseja nos dar. Que a superficialidade dos nossos dias
não venha a nos contaminar, levando-nos a conceder ao ego a supremacia em nossa
vida. Amém.
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