"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

domingo, 3 de agosto de 2008

A ALEGRIA DOS PACIFICADORES

Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Mateus 5:9.

Como poderíamos definir a palavra paz? A paz é um estado de calma e tranqüilidade, livre de agitação e conflito; um estado de harmonia, de uma ordem mantida sem violência; um estado de amizade e de acordo. A paz também significa liberdade de espírito, ou seja, espiritualidade sem os transtornos que o pecado traz. O termo hebraico envolvido na tradução paz é o bem conhecido SHALOM. Além de "paz", esta palavra pode significar bem, feliz, tranqüilo, saúde e prosperidade. O termo grego envolvido é EIRENE que tem as idéias de paz, harmonia, unidade, acordo, descanso e quietude. No entanto, a nossa sociedade sem Deus ela está a cada dia mais agitada e sem paz. Muito se tem feito para se obter a paz, mas uma pessoa que ainda não nasceu de novo ela não tem paz. Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz. Isaías 57:20-21.

A idéia de paz predomina na Bíblia. As Escrituras começam com paz no jardim do Éden e terminam com paz na eternidade. Na verdade, poderíamos traçar o curso da história bíblica pelo tema da paz. O pecado do homem interrompeu a paz no jardim. Na cruz, Cristo se tornou nossa paz quando fomos atraídos, crucificados, mortos e ressuscitados juntamente com Ele. Quando temos está experiência em união com Cristo, ele mesmo passa a habitar no interior de todo o ser humano promovendo a paz. Algum dia, ele virá novamente e seu nome será "Príncipe da Paz". Ele estabelecerá um reino eterno de paz. Atualmente não há paz no mundo por causa de duas razões: a oposição de Satanás e a desobediência do homem. A queda de alguns anjos e a queda do homem resultaram em um mundo sem paz. Não é que Deus não queira a paz. Deus não está em guerra com o homem. Tampouco com os anjos caídos. Mas os anjos caídos e o homem estão em guerra com Deus. O homem não tem paz porque ele se tornou inimigo de Deus em decorrência de sua rebeldia com o próprio Deus. Mas o próprio Deus enviou seu único Filho Jesus Cristo, para que através da obra cruz, reconciliasse o pecador com Deus estabelecendo a paz entre ambos. Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo; Romanos 5:1.

Nós só poderemos ter a paz e a promovermos se de fato tivermos o Filho de Deus vivendo em nós. Existem muitas pessoas na busca da paz, mas jamais as encontrarão porque estão buscando fora de Cristo. Algumas pessoas definem paz como ausência de conflito ou briga. Não existe conflito ou briga em nenhum cemitério, no entanto, não procuramos Nele um modelo da paz de Deus. Segundo a visão de Deus, paz é muito mais do que a ausência de algo. Paz é a presença da justiça que produz relacionamentos verdadeiros. A paz não é apenas a suspensão da guerra; a paz é a criação da justiça que reúne inimigos em amor. Assim sendo, só teremos a genuína paz quando crermos que fomos incluídos naquela cruz juntamente com Cristo e perdemos a nossa velha vida, para ganharmos a Sua na ressurreição. Quando temos Cristo, temos paz. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade. Efésios 2:14-16.

Todos aqueles que nasceram de novo, são chamados por Cristo de pacificadores, são os que deverão promover a paz neste mundo perverso e corrompido pelo pecado. Os pacificadores estão aqui para ir muito além do que qualquer um que ganhe o Prêmio Nobel da Paz, porque a paz que oferecem é eterna, divina e verdadeira, ou seja, é o próprio Cristo. A paz na Bíblia nunca se esquiva dos problemas. A paz na Bíblia não é uma paz a qualquer preço. Não é fingimento. A paz na Bíblia supera o problema. Constrói uma ponte. Algumas vezes significa diligência, outras vezes significa dor, às vezes significa angústia; mas, no final, ela é reinante, aliás, ela reina do começo ao fim, porque Cristo é a paz verdadeira. Vamos ler em Tiago 3:17-18: A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz.

Nunca se procura a paz à custa da justiça. Você não conseguirá paz entre duas pessoas a não ser que elas tenham percebido o pecado, a culpa e o erro da amargura e do ódio e tenham resolvido levá-los diante de Deus e corrigi-los. Por isso, a paz vem por meio da pureza. A Bíblia diz em Hebreus 12:14: Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor. Não podemos separar a paz da pureza e nem mesmo a paz da justiça. Está escrito em Salmos 85:10: Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram. Todos nós queremos evitar a briga desnecessária, seja em casa, no trabalho ou em outro lugar qualquer, mas se a evitarmos a ponto de sacrificarmos a verdade, então, comprometemos nossos princípios e não temos paz alguma, temos apenas uma trégua, um cessar-fogo, uma guerra fria, um tempo para recarregar as armas. O Senhor Jesus disse em Mateus 10:34 Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada.

Este versículo parece estar em oposição direta a esta bem-aventurança. O que Jesus está querendo dizer é que, haja o que houver, não veio para trazer paz. Jesus sabia que deveria haver luta antes da possibilidade de haver paz. Freqüentemente, tenho dito o seguinte sobre a pregação do evangelho: você precisa deixá-los furiosos com você antes de deixá-los felizes. Você precisa preocupá-los antes de fazer com que se sintam melhor. Você precisa fazer com que se sintam mal antes de fazer com que se sintam bem. O mesmo acontece quando se traz a verdadeira paz ao mundo. Primeiro, a espada cai e, por causa da espada, pode vir a paz, porque é a espada da pureza, a espada da justiça, a espada da santidade. Na epístola de Judas esta idéia é sustentada, lemos: Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Judas 1:3.

Irmãos precisamos ser contenciosos a respeito de algumas coisas. Assim, colocamos o evangelho em ação, e ele irrita, condena e traz briga e contenda. Mas, quando se resolve o conflito pela fé em Cristo, há verdadeira paz. Não devemos abandonar a doutrina da palavra de Deus e a nossa convicção e também não devemos faltar com a verdade só porque ela ofende alguém. Pelo contrário, devemos trazê-la à tona e deixar que ofenda para que a pessoa consiga a verdadeira paz. Se lidarmos com a verdade, seremos uns divisores, uns perturbadores, uns separadores, pois não há outro jeito. Mas aquele em quem está a minha palavra fale a minha palavra com verdade. Que tem a palha com o trigo? - diz o SENHOR. Jeremias 23:28b.

O que precisamos encarar, então, é um homem interiormente corrompido, um homem que dá origem ao mal. Este tipo de coração nunca pode ter paz, porque a paz é resultado de santidade e justiça e, os pacificadores semeiam o fruto da justiça. É por esse motivo que são bem-aventurados. Agora se duas pessoas estão brigando, é por causa do pecado. Elimine o pecado e a briga cessa. Os únicos verdadeiros pacificadores no mundo são aqueles que levam as pessoas à conhecerem a justiça de Deus que é Cristo Jesus e este crucificado, porque estão ligados aos padrões de Deus e de Sua santa palavra. Jesus foi o maior de todos os pacificadores, mas será que ele evitou conflitos? Não mesmo. Mataram-no. Porém, ele aceitou isto porque sabia que, no final, a paz seria alcançada. O homem pode procurar no mundo inteiro, ir de conselheiro em conselheiro, participar de encontros, redigir tratados e pular de religião em religião e nunca encontrar a paz. Por quê? Porque a paz não pode ser encontrada em nossa razão humana ou em nossas circunstâncias, mas em uma pessoa chamada Jesus. João 16:33: Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

Em nosso mundo, geralmente exaltamos as pessoas que rompem a paz, não aquelas que a promovem. Já percebeu isso? Pagamos ingressos caros para assistir dois homens se acabando no ringue. Os reinos do mundo sempre prestaram as maiores honras aos guerreiros. Reverenciamos o grande deus da coragem. O viril, o aproveitador, o obstinado, o agressivo, o feroz, o auto-suficiente. Estes são os heróis. As heroínas são mulheres que lideram a luta por seus direitos e fazem exigências, incitam brigas e disputas e tudo isso em nome da paz! Somos uma sociedade completamente composta de pessoas que lutam por seus direitos e exaltam a si próprias. Precisamos ter bem esclarecido em nossas mentes que Deus não quer conflitos. As pessoas dizem: "Que tipo de Deus temos? Olhe para as guerras! Por que ele não acaba com elas?" Temos que entender que não foi ele quem as começou. Não são suas guerras. Em Jeremias 29:11, o profeta escreveu: Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais.

O melhor que há na pacificação é que podemos ir até alguém que está em guerra com Deus e estabelecer a paz entre esta pessoa e Deus através da pregação do evangelho. No momento em que essa pessoa chegar diante de Jesus Cristo e for reconciliada por meio de sua morte e ressurreição juntamente com ele, então, vai haver paz. Evangelismo é pacificação. O melhor modo de ser um pacificador é pregar o evangelho da paz de maneira que a alienação do homem em relação a Deus e ao corpo de Cristo possa chegar ao fim e ele estar em paz. Muito diferente dos hipócritas e presunçosos fariseus que pensavam que tinham todo o direito de combater Roma, pregar sua teologia e pisar nas pessoas. Criavam conflitos por onde quer que fossem. Menosprezavam as pessoas e dividiam a sociedade em grupos e facções. Estes fariseus haviam entendido tudo errado os ensinos de Jesus Cristo. Deus não quer uma elite espiritual, mas alguns pobres e humildes pecadores que saibam que não têm coisa alguma para oferecer a não ser seus pecados. Uma vez que estamos mortos em Cristo e ressurretos com Ele, somos filhos de Deus e com a capacidade de sermos promotores da paz. Você quer ser um pacificador? Fale de Jesus Cristo para alguém. O que eu ganho com isso? Segundo esta bem-aventurança, você será chamado de filho de Deus. Eu não poderia pensar em uma coisa melhor para ser chamado, e você? Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; Gálatas 3:26.

Pr. Cláudio Morandi - 01/12/2007

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