"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A EFICÁCIA DO EVANGELHO

E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Lucas 3:9.

Estas foram as palavras com que João Batista, o grande precursor do Messias e do Seu Evangelho, resumiu a essência e o âmago da mensagem e da revelação. Ele queria que o povo da sua época entendesse que a nova ordem que estava por se iniciar realmente iria ser completamente nova, e totalmente diferente de tudo que eles tinham visto ou experimentado até então. E a grande diferença seria exatamente esta característica, ou seja, a eficácia do evangelho. Dali para frente não mais seria apenas a poda das folhas e dos galhos, um tratamento superficial do problema; "o machado seria posto à raiz das árvores". Esse foi o grande tema da pregação de João, o ponto que ele considerou mais importante e digno de ênfase. A pregação de João Batista não era um amansa leão, mas uma forte confrontação com o pecado do homem. Lucas 3:7. Dizia ele, pois, às multidões que saíam para serem batizadas: Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira vindoura?

Ele dizia isso não só porque a condição do povo exigia que fosse enfatizado, mas também porque esta é a característica mais extraordinária do Evangelho do Senhor Jesus. Mateus 23:33. Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno? No entanto, tal é a perversão da mente humana resultante do pecado, que não há nada em conexão com o Evangelho que seja tão prontamente esquecido, ou tão freqüentemente ignorado ou até mesmo negado. Isto é porque tem muita gente negando as suas origens com uma camuflagem neurótica de bondade fingida, mas a nossa essência é venenosa com diz Salmos 58:4. Têm peçonha semelhante à peçonha da serpente; são como a víbora surda, que tapa os ouvidos.

O Evangelho não será eficaz enquanto deixamos de pregar "todo o disígnio de Deus". Talvez em nenhuma outra época o Evangelho de Cristo tenha sido tão deturpado e desvirtuado como em nossos dias. A principal característica da perspectiva religiosa da nossa época é ambigüidade. E o que é pior, é que reivindicam que esse elemento de ambigüidade é uma das qualidades mais caracteristicamente cristãs. Houve um tempo em que as fronteiras entre a fé e a incredulidade eram claras e definidas. Todos concordavam que ninguém podia ser cristão ou receber a salvação e ser aceito por Deus, se não cressem em sua morte e ressurreição juntamente com Cristo. O homem ou mulher que cresse na sua inclusão no corpo de Cristo era um cristão; quem negasse essas verdades ou se recusasse a aceitá-las era considerado um incrédulo, por melhor que fosse a sua vida e por mais nobres que fossem as suas idéias de tudo mais. A posição era clara, simples e definida. O apóstolo Paulo jamais deixou de pregar todo desígnio de Deus. Porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus. Atos 20:27.

Mas quem pode afirmar isso a respeito das pregações de hoje? A nossa época é caracterizada exatamente pelo oposto. Hoje, se um homem fala sobre idealismo e expressa belas idéias, se parece que ele faz o bem e demonstra fidelidade e devoção a uma religião, ele é considerado bom e aceitável diante de Deus, mesmo que não creia nesse Deus e se recuse a receber aquilo que Cristo realizou na cruz. Dizem que o bem é visto em todo mal, nada é considerado totalmente negro, tudo está num estado de mistura e movimento. No entanto o nosso Senhor diz que não há ninguém bom. Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Lucas18:19b.

Muitos crêem firmemente que o homem pode se transformar a si mesmo, pode melhorar por seus próprios esforços, e tudo que ele precisa para isso é um pouco de incentivo e encorajamento. Foi daí que veio toda ênfase, nestes últimos cinqüenta anos, sobre instrução, reforma social e coisas desse gênero. Do ponto de vista da Palavra de Deus está tudo errado, pois não resolve o problema do homem, aliás, só o torna frustrado. Quero deixar bem claro que minha oposição se deve ao fato de que isso é tão superficial e tão geral que nem toca na raiz do problema, o qual é muito mais profundo. É exatamente disso que o Evangelho trata ao aplicar o machado à raiz das árvores. O Evangelho sabe que a humanidade sempre tentou se justificar culpando coisas como circunstâncias ou meio ambiente. O homem moderno é cheio de inquietação devido ao corre-corre da vida eles dizem, mas isso não é verdade. A verdade é que qualquer homem, seja o moderno ou não moderno, são perversos, e os perversos não têm paz. Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz. Isaías 57:20-21.

Essa falta de paz no homem sempre vai gerar nele uma coisa chamada insatisfação e com isso passam a cobiçar muitas coisas. Neste mundo em que "jaz no maligno", a criminalidade aumenta a cada dia, e graças a Deus que poucas pessoas são criminosas, mas todos os criminosos são pessoas. Portanto, condições ideais não produzirão pessoas ideais fora do Evangelho. O verdadeiro problema do homem é que ele gosta do pecado, tem prazer na iniqüidade e anseia por coisas que sabe serem ilícitas. Lembre-se que foi no paraíso que Adão caiu; foi em Canaã, e não no Egito, que o povo de Israel caiu nas piores profundezas de idolatria e inimizade contra Deus; foi o Messias, o Filho de Deus, que o mundo antigo crucificou. E esta geração atual é uma das mais ímpias e pagãs que o mundo já viu, e apesar de todas as reformas e o progresso deste século e o aumento da ciência e do conhecimento. A árvore deve ser julgada pelo fruto que produz. Essa indefinição e incertezas na religião, negando a expiação e a velha doutrina da graça, estão sendo postas à prova há muito tempo. Pois hoje o que vale é os "meus" interesses satisfeitos pela religião e não os de Deus. Tantos jejuns e aflições de almas coitadinhas, mas no fundo o que está por trás são os interesses egoístas e mesquinhos. Por que jejuamos nós, e tu não atentas para isso? Por que afligimos a nossa alma, e tu não o levas em conta? Eis que, no dia em que jejuais, cuidais dos vossos próprios interesses e exigis que se faça todo o vosso trabalho. Isaías 58:3.

Não estaria na hora de colocar o machado à raiz das árvores? Não estaria na hora de nos defrontarmos conosco mesmos com franqueza e honestidade? Mas há uma forma de expressar a mesma verdade, e é, num certo sentido, a diferença entre o judaísmo e o Evangelho, a diferença entre a perspectiva modernista do homem e a perspectiva cristã do homem e seu pecado. O ponto de vista não-cristão simplesmente olha para os pecados em si, e quer apenas acabar com esses pecados. Por essa razão tenta pôr fim às guerras, tenta aprovar leis de temperança e outras coisas desse gênero, pois não pode ver como o Evangelho deixa claro, que o problema real não é simplesmente que cometemos pecados, e sim que sentimos o desejo de cometê-los. Esse é o nosso problema, e nos é revelado somente pelo Evangelho, o qual nos esquadrinha e examina as profundezas do nosso ser e coloca o machado à raiz. E somente a cruz pode atingir a raiz do nosso problema, que somos nós mesmos. Gálatas 2:20a. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim.

O Evangelho nos revela o que realmente somos, revela a depravação, a perversão da nossa natureza, expõe as raízes e deixa claro que nossa condição é tão enferma que uma simples poda dos galhos, ou aplicação de um remédio superficial não adianta; a mudança tem que ser radical e fundamental. A única esperança para a humanidade é o novo nascimento, um começo completamente novo, uma nova natureza. E novo nascimento é Deus tirando o nosso velho coração na nossa morte em Cristo e dando-nos um novo coração pela ressurreição juntamente com Cristo, para que nós possamos viver em novidade de vida. É por isso que a verdadeira eficácia do Evangelho só pode ser vista em toda a sua extensão quando consideramos a obra do nosso bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo. A mensagem do Evangelho nos leva para a cruz em Cristo, e se você crer neste maravilhoso sacrifício, você passa a pertencer à família de Deus e agora você é um ser espiritual. Você não é um ser humano que está passando por uma experiência espiritual. Você é um ser espiritual que está vivenciando uma experiência humana. Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Colossenses 3:3.

Por amor a mim e a você, Jesus não evitou nada, enfrentou todas as dificuldades e todas as obrigações. Não se retraiu de coisa alguma, pelo contrário, enfrentou tudo. Até mesmo submeteu-Se ao batismo, sem realmente precisar, suportou as contradições e os abusos dos pecadores sem reclamar. Todos os poderes do diabo e do inferno se voltaram contra Ele, e Ele foi provado e tentado em todas as formas, contudo, no fim pôde Se voltar para Deus e dizer: Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer; João 17:4. Meus irmãos que maravilha, nada ficou incompleto!

Assim sendo, vejamos Sua morte por um momento, considerando que foi uma expiação pelo pecado do mundo todo. O que nos é dito a respeito? Bem, de acordo com João, Seu sofrimento foi suficiente para todos. Vejamos que linda declaração em 1 João 2:2. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro. O mundo todo! O machado colocado à raiz das árvores. O autor de Hebreus vai dizer exatamente a mesma coisa. Referindo-se à morte sacrificial do Senhor, ele diz: Jesus, porém, tendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de Deus, Hebreus 10:12. Jesus levou sobre Si os pecados do mundo todo, cumpriu a Lei, silenciou a zombaria dos demônios, e satisfez a Deus. O sacrifício foi completo. Foi realmente consumado, de uma vez por todas, e por toda a eternidade! Será que não ficou nem mesmo um restinho de sacrifício para mim? Hebreus 10:26 Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados.

O Evangelho de Jesus Cristo não vem a nós com idealismos e generalidades vagas e inúteis, ele é completo, eficaz e drástico. Coloca o machado à raiz das árvores. Ele expõe nossa necessidade, porém, glória a Deus, trata dela com a mesma eficácia! Sim, ele convence, mas também salva, e por toda a eternidade. A obra está feita. Já foi consumada e vocês nada precisam fazer senão crer e "produzir frutos dignos de arrependimento", caso contrário toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Lucas 3:9b. Deus os abençoe ricamente. Amém.

Pr. Cláudio Morandi - 04/06/2008


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