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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O CONFLITO DAS VONTADES NO CORAÇÃO

"JESUS disse-lhe: a minha comida é fazer a vontade é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra" - João, 4:34.

Segundo o dicionário Aurélio: Vontade é capacidade de escolha, de decisão. Firmeza, ânimo. Desejo ou determinação expressa. Estamos vivendo uma época em que as pessoas expressam abertamente e de várias formas suas vontades, seja na moda, na escola, no trabalho, no seio da família, na Igreja, enfim, liberdade de expressão como um direito que assiste a todos.

A lei da física nos ensina que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Na lei de Deus duas vontades não podem ocupar o mesmo corpo. A volição do homem expressa em palavras ou através da sua maneira de viver encontra resistência ao deparar-se com a vontade do Pai. A vontade do homem tem como objetivo sua exaltação e independência de Deus, já a vontade de Deus glorifica Ele mesmo e traz libertação ao homem, escravo do pecado.

A vontade do homem no Éden foi oposta à vontade de Deus e pela sua desobediência perdeu a comunhão, tornando-se escravo, não tendo mais domínio sobre sua vontade, mas servindo ao seu senhor: o pecado, conforme vemos em Romanos, 7:15 e 17 "Porque o que faço não o aprovo, pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim".

Quando Samuel envelheceu colocou seus filhos para serem juízes sobre Israel, mas o povo não aceitou e exigiu um rei. A vontade do povo era ser como as demais nações: "... constitui-nos pois agora um rei sobre nós para que ele nos julgue, como o tem todas as nações" - I Sam, 8:5. A vontade de Deus era Samuel, através de quem Deus reinava sobre Israel, conforme vemos no versículo 7 "Ouve a voz do povo em tudo quanto te disserem, pois não têm rejeitado a ti, antes a mim me tem rejeitado para Eu não reinar sobre eles". A vontade do povo foi Saul, que mais tarde Deus rejeitou pela sua desobediência.

Davi foi a vontade de Deus - "Então disse o Senhor a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o Eu rejeitado para que não reine sobre Israel?enche o teu vaso de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé, o belemita, porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei" - I Sam, 16:1. Davi amava Deus e obedecia Sua vontade, era um homem segundo o coração de Deus.

As muitas mulheres que o rei Salomão amou lhe perverteram o coração e o tornou idólatra em sua velhice. Deus o orientara para não se misturar, mas Salomão ouviu seu coração e desobedeceu a Deus.

"Pelo que disse o Senhor a Salomão: Pois que houve isto em ti, que não guardaste o concerto e os meus estatutos que te mandei, certamente rasgarei de ti este reino e o darei a teu servo" - I Reis, 11:11.

Observamos na palavra de Deus que Ele permite ao homem seguir sua vontade, mas antes alerta sobre as consequências inevitáveis que virão, como vemos em Galatas, 6:7 "Não vos enganeis: de Deus não se zomba, pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará".

O pecado entrou no mundo como consequência da vontade do homem. Cristo veio como resultado da vontade do Pai. O amor de Deus entregou o Filho para libertar o homem rebelde de sua vontade de viver no pecado.

A vontade de Cristo submeteu-se à vontade do Pai para cumprir as Escrituras. Ele é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo, 1:29). No Getsêmani isso ficou muito claro quando disse em Mateus, 26:39: "Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice, todavia não seja como eu quero, mas como Tu queres". E ainda no versículo 42 "Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem Eu o beber, faça-se a Tua vontade".

Um servo não tem vontade, vive para o seu senhor: "Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo como seu Senhor" - Mateus, 10:25. Portanto, andar com Deus significa destruição total de nossas vontades, pois esta, é incapaz de servi-lo. A vontade própria do homem não quer estar submissa, quer dominar, determinar a ação do sujeito. Vive para a satisfação própria e de forma egoísta só pensa em seus próprios benefícios.

A vontade do homem só estará sujeita á vontade de Deus quando crer na sua morte e ressurreição com Cristo, conforme Romanos 6:6 - "Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado". Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça" - versículo 14.

Sem a morte da vontade do homem, permaneceríamos dominados por uma vontade corrompida e separada de Deus. Logo, aquele que vive para Deus não vive mais para satisfazer sua própria vontade, mas como Cristo e revestidos dEle, se alegra na vontade do Pai. "Eis que venho... para fazer, ó Deus, a Tua vontade" - Hebreus, 10:7.

Estar na vontade do Pai é encontrar descanso no meio das tempestades e paz, independente do que aconteça ao nosso redor. O coração novo, dado por Deus em Cristo, se alegra na vontade do Pai e a realiza de boa vontade, movido pelo amor, conforme lemos em Efésios, 6:6 "Não servindo a vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus".

Embora o mundo seja criação de Deus, vive desconectado da vontade de seu criador. Estamos no mundo, mas não somos do mundo, vivemos no mundo, mas não seguimos sua fôrma de vida, conforme Romanos 12:2 "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

Pela graça do Pai sabemos agora que só a Sua vontade é boa, agradável e perfeita. Firmados nestas verdades e no sacrifício vivo de Cristo o conflito das vontades é vencido pela boa, agradável e perfeita vontade de Deus, que prevalece e permanece para sempre.

Que o Pai nos ensine a amar a Sua vontade acima dos nossos valores, coisas ou pessoas, para que como Cristo possamos orar: Estou aqui (no mundo), ó Pai, para fazer a Tua vontade. Amém.

Julio Sérgio Busolo - 07/04/2008

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