"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Alegra-vos no Senhor

Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos. Filipenses 4:4.
A alegria é um dos aspectos do fruto do Espírito Santo. Conseqüentemente trata-se de uma qualidade espiritual, como subproduto do desenvolvimento do cristão em sua vida espiritual. Portanto, temos aqui o chamamento não apenas para a alegria, mas também para um desenvolvimento espiritual superior, o que nos confere confiança, regozijo e o senso de bem-estar, a despeito de nossas circunstâncias externas. Os crentes filipenses, que naquela época começavam a entrar na terrível era das perseguições contra os cristãos primitivos, e que já eram testemunhas dos sofrimentos e das perseguições que tinham atingido o apóstolo Paulo, precisavam de raízes espirituais profundas para que pudessem enfrentar a tudo, inabaláveis, com confiança e alegria. As Escrituras Sagradas nos mostram seguramente que o responsável pela nossa alegria é o Senhor Jesus Cristo. Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. João 15:11.
Os ímpios vivem na busca incessante da alegria, mas sem nunca a encontrarem: ocupam-se e exaurem-se em sua procura, mas tudo em vão. Visto que os seus corações se afastaram decididamente do Senhor, olham para este mundo em busca de alegria, ainda que aqui ela não exista. Correm diligentemente após as suas sombras, somente para serem escarnecidos por elas. Faz parte dos decretos soberanos dos céus que coisa alguma pode tornar felizes aos pecadores, senão Deus, na pessoa de Jesus Cristo. Mas é exatamente nisso que os incrédulos não crêem, pelo que também vão de criatura a criatura, de uma cisterna rota para outra, perguntando onde se pode encontrar a melhor alegria. Cada coisa terrena que os atrai, promete-lhes: “A alegria só pode ser achada em mim”. Mas logo ficam desapontados. Não obstante, não cessam de procurar a alegria, hoje, naquilo que ontem os tinha enganado. Se, após muitas tentativas eles descobrem a futilidade de um conforto promissor, voltam-se para outro qualquer, dando-se com eles o que disse o Senhor Jesus em João 4:13. Afirmou-lhe Jesus: Quem beber desta água tornará a ter sede.
Vamos verificar agora outro ponto: Há certos “crentes” que imaginam que regozijar-se é um pecado. Alguns crentes têm sido ensinados principalmente pela força do exemplo, ou como um subentendido, e não por ensinamento direto que o seu dever é viverem na melancolia. Esses imaginam que os sentimentos de alegria são produzidos pelo diabo, que se disfarça em anjo de luz. Concluem eles que a felicidade, em um mundo de pecado, como aquele em que vivemos, é praticamente uma espécie de iniqüidade. Julgam ser uma presunção se regozijarem no conhecimento do fato de que os seus pecados foram perdoados; e se porventura vêem novos convertidos se regozijando no Senhor, não se demoram a dizer-lhes que em breve estarão flutuando no Poço do Desânimo. A todos quantos concebem tais pensamentos, exortamos, sob oração, que ponderem sobre o assunto e leiam o imperativo da Palavra de Deus que nos diz em 1 Tessalonicenses 5:16. Regozijai-vos sempre.
Sem dúvida não pode ser inseguro fazer aquilo que Deus nos ordenou. O Senhor nunca estabeleceu qualquer embargo contra a alegria. Mas é Satanás quem se esforça por fazer-nos dependurar as nossas harpas. Não existe qualquer preceito nas Escrituras que nos ordene: “Entristecei-vos no Senhor sempre: uma vez mais o digo, entristecei-vos”. Pelo contrário, há uma exortação clara nos seguintes termos: Salmos 33:1. Exultai, ó justos, no SENHOR! Aos retos fica bem louvá-lo.
O Espírito Santo, neste ponto, fala acerca da alegria como um dever pessoal, presente e permanente, para todos quantos fazem parte do povo de Deus. O Senhor não deixou a nosso bel-prazer estar alegres ou estar tristes, mas antes, estabeleceu que a alegria é um dever para nós. Não regozijar-se é um pecado de omissão. Da próxima vez que você se encontrar com um cristão que transborda de alegria, não o repreenda; ao invés de pôr em dúvida a fonte divina de seu júbilo, julgue a si mesmo devido ao seu estado de desânimo. Naturalmente que não devemos pensar aqui em alguma alegria carnal, isto é, uma alegria que tem origem em questões carnais. É inútil alguém buscar a alegria nas riquezas terrenas, porquanto, com freqüência, adquirem asas e se vão embora. Outros procuram desfrutar alegria em seu círculo familiar; mas este permanece completo apenas por alguns anos, quando muito. Por isso mesmo, se nos devemos alegrar “sempre”, nossa alegria deverá estar firmada em objetos que perduram para sempre. Vamos este lindo texto em 1 Pedro 1:3,4 e 6a. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros. Nisso exultais.
Não devemos pensar aqui em alguma alegria fanática. Existem certas pessoas, dotadas de natureza muito emotiva, que só se sentem alegres quando estão meio desvairadas; mas terrível é a reação. Não é essa alegria na qual estou tratando, aludimos aqui a um deleite inteligente, constante, proveniente do coração, firmado no próprio Deus. Cada atributo divino, quando é contemplado pelos olhos da fé, faz o coração remido entoar louvores. Cada doutrina do evangelho, quando é verdadeiramente apreendida, provoca satisfação, louvor e regozijo. Neemias 8:12. Então, todo o povo se foi a comer, a beber, a enviar porções e a regozijar-se grandemente, porque tinham entendido as palavras que lhes foram explicadas.
A alegria é mesmo um dever cristão. Talvez você, por esta altura, esteja prestes a exclamar: “Mas minhas emoções de alegria e de tristeza não estão sob o meu controle; não posso evitar ficar triste ou alegre, conforme o ditarem as circunstâncias”. Porém, repito: Alegrar-se no Senhor é um mandamento divino; e a obediência a Ele depende em grande parte de nós mesmos. Tenho a responsabilidade de controlar as minhas próprias emoções. Naturalmente que não poderei evitar ficar triste na presença de pensamentos entristecedores, mas poderei recusar-me a permitir que minha mente se demore nos mesmos. Poderei derramar meu coração diante do Senhor, pedindo alívio, lançando sobre Ele os meus fardos. Posso buscar a graça para meditar acerca da Sua bondade, de Suas promessas e do glorioso futuro que me aguarda. Vamos ler juntos Salmos 16:11. Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente.
Preciso decidir se prosseguirei e me postarei de pé sob a luz, ou se me ocultarei entre as sombras. Não regozijar-se no Senhor é muito mais do que um infortúnio; é um pecado que precisa ser confessado e abandonado. Irmãos, não podemos nos esquecer jamais desta bendita declaração da Palavra de Deus: “Alegrai-vos sempre no Senhor”. Não há outro no qual nos possamos regozijar “sempre”. Tudo o mais varia e é inconstante. Aquilo que nos agrada no dia de hoje pode provocar-nos asco amanhã. Mas o Senhor é sempre o mesmo, podendo Ele ser motivo da nossa alegria nos períodos de adversidade, tanto quanto nos períodos de prosperidade. Se porventura somos violentamente perseguidos, se as nossas perdas temporais são pesadas, consideremos que o Senhor é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações. Salmos 46:1.
O nosso Pai estará sempre pronto a dar-nos Seu apoio e socorro, contanto que nos abriguemos em Seus braços. Ele cuidará de nós de modo que não nos permitirá andar “ansiosos de coisa alguma” Os indivíduos mundanos vivem sobrecarregados de cuidados os mais exigentes; mas essa não deveria ser jamais a atitude dos cristãos. Gosto muito de uma frase que tem na casa dos nossos irmãos Adauto e Rose: “Aqui até a tristeza pula de alegria”. Onde Cristo habita a tristeza precisa ir embora, ou pular de alegria. Precisamos dar atenção a raiz da alegria, ou seja, o manancial da alegria é a fé. Leiamos o texto de Romanos 15:13. E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo.
Há uma admirável provisão no evangelho, tanto naquilo que exige de nós como naquilo que nos confere, outorgando aos corações dos que crêem uma aura de calma e de tranqüilidade. O evangelho tira a carga da culpa falando de paz às consciências pesadas. Remove o medo de Deus e o terror da morte que calcam a alma, enquanto ela está sob a condenação. Confere-nos o próprio Deus como porção dos nossos corações, como o grande objeto de nossa comunhão. O evangelho nos dá alegria, porque a alma descansa em Deus. Porém, essas bênçãos se tornam nossas somente quando delas nos apropriarmos pessoalmente. É necessário que a fé as receba; e quando isso ocorre, o coração é invadido de paz e alegria. E o segredo da alegria constante consiste de mantermos aberto o canal, continuando tal como começamos. É a incredulidade que entope o canal. Se houver apenas ínfimo calor em torno da ponta de um termômetro, não nos poderemos admirar que o mercúrio assinale um grau tão baixo. Assim também, se houver uma fé fraca, a alegria não poderá ser intensa. Por isso, precisamos orar diariamente para recebermos nova percepção sobre a preciosidade do evangelho, apropriemo-nos de seu bendito conteúdo e então haverá a renovação do nosso regozijo. Para isso precisamos andar na verdade da Palavra de Deus, e quando andamos na verdade, o coração de nosso Pai-celestial também ficará muito alegre. Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade. 3 João 1:4.
Andar na verdade é caminhar nas pisadas de Cristo, é negar a si mesmo e tomar a cruz e segui-lo. Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Lucas 9:23. Amém

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