"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

quinta-feira, 18 de junho de 2009

O amor a verdade

E com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. 2 Tessalonicenses 2:10.
Muitas pessoas andam equivocadas quanto a esse particular, confundindo o desejo intenso de adquirir conhecimento com o amor espiritual à verdade. Entretanto, muito depende da finalidade ou alvo que temos, quando examinamos a Palavra de Deus. Se tratamos da simples questão de nos familiarizarmos com o seu conteúdo, de nos tornarmos melhor versados quanto a seus detalhes, é bem provável que o canteiro de nossas almas permanecerá na esterilidade; porém, se com desejo regado por oração a examinamos para ser corrigidos, para sermos sondados pelo Espírito Santo, para amoldarmos os nossos corações a Seus santos requisitos, então podemos esperar a bênção divina. Também se faz necessário respondermos algumas questões pertinentes: Estou adquirindo ódio maior contra o pecado, e estou sendo praticamente libertado de seu poder e de sua poluição? Estou obtendo maior intimidade com Deus e com o Seu Cristo? Minha vida de oração está se tornando mais saudável? Minha obediência é mais completa e mais jubilosa? Tenho-me separado mais do mundo, em meus afetos e em minha conduta? Estou aprendendo a fazer uso correto e proveitoso das promessas de Deus, deleitando-me dessa maneira em Sua pessoa, para que a sua alegria seja a minha força diária? Se pudermos responder sim as essas perguntas, significa que amamos a Sua Palavra. Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! Salmos 119:97.
Ninguém poderá ler as Escrituras, com qualquer medida de atenção, sem descobrir o quanto elas têm a dizer sobre o amor; portanto, compete, a cada um de nós, averiguar, cuidadosamente e sob oração, se essa virtude se encontra em nós em estado rígido e se está sendo corretamente exercida. Em primeira Corintios 13, o Espírito Santo diz-nos que embora um crente professo possa falar fluente e eloqüentemente sobre as realidades divinas, se não tiver amor, será como o metal, o qual, embora faça ruído ao ser tangido, não tem vida alguma. Que embora um crente profetize e compreenda todos os mistérios e possua todo o conhecimento, e ainda que a sua fé seja tão potente ao ponto de realizar milagres, contudo, se lhe faltar o amor, espiritualmente será sem valor. Embora um crente seja benévolo e dê todas as suas possessões materiais para sustento dos pobres, e ainda que entregue seu corpo ao martírio, mas, se lhe faltar o amor, isso não lhe será de qualquer proveito. Quão imenso é o valor aqui conferido ao amor; e quão essencial para mim é certificar-me de que o possuo! 1 João 2:5a. Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus.
O amor por aqueles a quem o Senhor remiu é uma evidência segura de que possuímos o amor espiritual e sobrenatural do próprio Senhor Jesus. Sempre que o Espírito Santo realiza um nascimento sobrenatural, fará igualmente que essa nova vida entre em exercício, e também produzirá nos corações, nas vidas e na conduta dos santos as suas graças sobrenaturais, uma das quais consiste em amarmos a todos quantos pertencem a Cristo, por amor a Cristo. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros. João 13:35.
O amor cristão é uma graça espiritual que permanece nas almas dos santos, juntamente com a fé e a esperança. Trata-se de santa disposição, insuflada neles, quando são regenerados. Não é menos que o amor de Deus derramado em seus corações pelo Espírito Santo. O amor é um princípio justo, que busca o mais alto bem do próximo. É o reverso mesmo do princípio do egoísmo e do interesse próprio, que se encontra em nós por natureza. Consiste não apenas de consideração afetuosa por todos quantos trazem a imagem de Cristo, mas também envolve o poderoso desejo de promover o bem estar dos mesmos. E não é nenhum sentimento passageiro, que facilmente se sente ofendido, porque é antes uma força dinâmica permanente, que as “muitas águas” da fria indiferença ou que os “dilúvios” da desaprovação não podem apagar e nem afogar. E embora fiquemos muito aquém do grande exemplo de amor, tem idêntica essência ao amor daquele sobre quem foi dito: Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. João 13:1b.
Tiramos verdadeiro proveito da Palavra quando descobrimos que o amor cristão é divinamente transmitido. Vamos ler em 1 João 3:14. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.
O amor aos irmãos é o fruto e o efeito de um novo e sobrenatural nascimento, operado em nossas almas pelo Espírito Santo, sendo uma bendita evidência do fato de que fomos escolhidos em Cristo pelo Pai divino, antes de haver mundo. Amar a Cristo e àqueles que Lhe pertencem, faz parte congênita da natureza divina de que Ele nos tornou participantes através do Seu Santo Espírito. Esse amor aos irmãos deve ser um amor peculiar, de modo que ninguém, senão os regenerados, pode possuir, e como ninguém, além deles, pode exercer; doutro modo, o apóstolo não o teria mencionado tão particularmente. Como disse o pastor S. E. Pierce: “É de sorte tal que aqueles que não o possuem também não são regenerados”. Por isso mesmo está escrito em 1 João 3:14. Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.
O amor aos irmãos envolve muito, muito mais do que simpatizarmos com a companhia daqueles cujo temperamento é semelhante ao nosso, daqueles cujos pontos de vista concordam com os nossos. Não é algo que pertença apenas à natureza humana, mas é antes algo espiritual e sobrenatural. O amor nos liga de coração àqueles em quem percebemos algo de Cristo. Portanto, trata-se de muito mais do que de espírito fraterno: abrange a todos em quem podemos ver a imagem do Filho de Deus. Por conseguinte trata-se de amarmos aos homens por amor a Cristo, devido aquilo que vejo de Cristo na pessoa deles. E é o Espírito Santo quem me atrai e conquista para o Cristo que habita em meus irmãos e irmãs na fé. 1 Pedro 1:22-23 e 25. Tendo purificado a vossa alma, pela vossa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente. A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente. Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada.

Isso é feito não quando buscamos agradar aos nossos irmãos ou nos tornarmos simpáticos segundo a estima deles, mas quando buscamos verdadeiramente o bem deles. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos. I João 5:2. E qual será o teste que verifica o grau de meu amor pessoal ao próprio Deus? Esse teste é a minha observância dos Seus mandamentos. Leiamos João 14:15. Se me amais, guardareis os meus mandamentos. Vamos ler mais um texto em João 15:10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço.
O caráter genuíno e a intensidade de meu amor a Deus não podem ser aperfeiçoados pelas minhas palavras, nem pela beleza com que entôo os Seus louvores, e, sim, pela minha obediência à Sua Palavra. E o mesmo princípio opera no caso de minhas relações com os meus irmãos na fé. Irmãos, se temos esta visão, devemos praticá-la. Vejamos a suprema exortação da Palavra de Deus em Filipenses 4:9. O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai; e o Deus da paz será convosco.
Se porventura exploro demoradamente as falhas de meus irmãos e irmãs, se estou andando em companhia deles mas procurando sempre a minha vontade própria e o que me agrada, então é que não os “amo”. Vamos ler juntos este texto de Levítico 19:17. Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado.
O amor deve ser exercido segundo os moldes divinos, e nunca às custas de deixar eu de amar a Deus; de fato, é somente quando Deus recebe o lugar que Lhe convém, em meu coração, é que o amor espiritual pode ser exercido por mim para com meus irmãos. O verdadeiro amor espiritual não consiste em procurar satisfazê-los, e, sim, de agradar a Deus e de ajudá-los. Mas só poderei ajudá-los na vereda ordenada por Deus. Mimar e afagar uns aos outros não é demonstração de amor fraternal. O amor fraternal é algo santo, e não algum sentimento carnal ou alguma indiferença frouxa acerca da senda que nos convém palmilhar. Os “mandamentos” de Deus são expressões do seu amor, bem como de sua autoridade; por isso mesmo, se os ignoramos, apesar de buscarmos ser gentilmente afeiçoados uns aos outros, isso não será “amar”, sob hipótese alguma. O exercício do amor deve estar em perfeita conformidade com a verdade revelada de Deus. Veja que bela ilustração deste amor temos nas Escrituras Sagradas em 3 João 1:1. O presbítero ao amado Gaio, a quem eu amo na verdade.
Lembremo-nos de que Deus nos amou tanto que deu Seu único Filho para morrer numa cruz em nosso favor, mas naquela cruz fomos atraídos, crucificados, mortos, sepultados e ressuscitados juntamente com Ele e estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus. Totalmente salvos! Isto é nos assegurado quando cremos em Sua Palavra. Portanto quero encerrar com este versiculo da Palavra para refletirmos: Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. 1 João 4:11. Amém.

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