"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

CAIM E ABEL: ATITUDES DIFERENTES II

E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. Gênesis 4:4
Hoje nós estaremos considerando o sacrifício de Abel. Pela fé, Abel compreendeu a gloriosa verdade que Deus podia ser aproximado por meio de sacrifício, que havia a possibilidade de um pecador pôr a morte de outrem entre si mesmo e as conseqüências do seu pecado, para que as exigências da natureza de Deus e os tributos do Seu caráter pudessem ser satisfeitos pelo sangue de uma vítima imaculada, ou seja, uma vítima oferecida para cumprir as exigências de Deus, e as profundas necessidades do pecador. Está é, em breves palavras, a doutrina da cruz, unicamente na qual a consciência do pecador pode encontrar descanso, porque nela Deus é plenamente glorificado. E todos nós sabemos que Deus o Pai, já havia providenciado o Cordeiro antes da fundação do mundo. Mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós. 1 Pedro 1:19-20.
Todo pecador divinamente convencido deve sentir que a morte e o julgamento estão na sua frente, como o “justo galardão dos seus feitos”. Ele nem tão pouco pode por coisa alguma que possa cumprir ou alterar esse destino. Pode afadigar-se e trabalhar, pode com o suor do seu rosto, produzir uma oferta; pode fazer votos e resoluções; pode alterar o seu modo de vida; pode reformar o seu caráter; pode ser moderado, ter boa moral, ser reto, e na aceitação da palavra humana, “bom religioso”. É impossível ao pecador, por suas próprias obras, colocar-se a si próprio na vida e triunfo, do outro lado da “morte e juízo”. De fato, as suas próprias obras são realizadas apenas com o propósito de prepará-lo, se for possível, para essas realidades temidas. Por quê? Porque pelas obras da lei ninguém poderá ser justificado diante de Deus. Visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado. Romanos 3:20.
É precisamente neste ponto onde a cruz entra. Nessa cruz o pecador convicto pode ver a provisão divina para toda a sua culpa e necessidades. O homem também pode ver a morte e o julgamento retirado inteiramente de cena, e a vida e glória estabelecidas em seu lugar. O Senhor Jesus Cristo tirou as perspectivas da morte e do julgamento, tanto quanto diz respeito ao verdadeiro cristão, e enche-o de vida, dá-lhe justiça e glória. Isto é muito claro em 2 Timóteo 1:9-10. Que nos salvou e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos, e que é manifesta, agora, pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o qual aboliu a morte e trouxe à luz a vida e a incorrupção, pelo evangelho. Jesus glorificou a Deus tirando aquilo que nos conservaria separados para sempre da Sua santa e bem-aventurada presença, e aniquilou o pecado; por isso o pecado foi tirado. Jesus em Sua morte destruiu a morte para sempre.
Agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado. Hebreus 9:26b.
Toda a realidade espiritual que nós temos em Cristo Jesus, era apresentado, em figura, no sacrifício de Abel. Não houve intenção da parte de Abel em pôr de lado a verdade quanto à sua própria condição e lugar como pecador culpado; ele não tentou afastar a espada inflamada e forçar o seu caminho de regresso à árvore da vida; nem fez a oferta insolente dum “sacrifício incruento”, nem ofereceu ao Senhor os frutos duma terra amaldiçoada: ele tomou a verdadeira posição de pecador, e como tal, pôs a morte de uma vitima ente si e os pecados, e entre estes e a santidade de um Deus santo. Tudo isso era muito simples. Abel merecia a morte e juízo, porém achou um substituto. Assim é com todo o pecador contrito, perdido, e cônscio da sua culpa. Cristo é o seu substituto, o seu sacrifício. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6:5.
Todo pecador descobrirá, à semelhança de Abel, que o fruto da terra nunca lhe poderá valer, ainda que pudesse oferecer a Deus os mais deliciosos frutos da terra. Nada senão o sacrifício perfeito do Filho de Deus pode dar sossego ao coração e à consciência. Todo aquele que pela fé se assegura dessa realidade divina gozará daquela paz que o mundo não pode dar nem tirar. É a paz que põe a alma de posse desta paz. Quando morremos com Cristo, somos justificados do pecado e conseqüentemente a paz se torna uma verdade espiritual e experimental na vida de todo aquele que crê. Porquanto quem morreu está justificado do pecado. Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Romanos 6:7 Romanos 5:1. É por isso que Abel ofereceu maior sacrifício do que Caim. Não se trata de uma questão de sentimentos, como muitos pensam. É inteiramente uma questão de fé num fato consumado. Fé dada à alma de um pecador por meio do poder do Espírito Santo. Esta fé é alguma coisa completamente diferente do mero sentimento do coração, ou do assentimento do intelecto. O sentimento não é fé. O assentimento do intelecto não é fé. Alguns fazem da fé o mero assentimento do intelecto. Mas isto é terrivelmente falso. Faz da fé uma questão humana, ao passo que é realmente divina. Põe-na ao nível do homem, ao passo que ela vem de Deus. A fé não é uma coisa de hoje nem de amanhã. É um princípio imperecível, emanado de uma origem eterna, a saber, do Próprio Deus; apossa-se da Verdade de Deus, e põe a alma na Sua presença. Porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Colossenses 3:3. A fé crê no que Deus diz, crê na Sua Palavra, compreende-O tal qual Ele se revelou na Pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo. Isto é vida, justiça e paz. Conhecer a Deus como Ele é, é a súmula de toda a benção presente e eterna. Quando a alma encontra Deus, encontra tudo que possivelmente necessita nesta vida ou na vida futura; contudo Deus só pode ser conhecido por meio da revelação, e pela fé que Ele próprio dá. “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus”.
É dessa maneira que podemos em certa medida, compreender o significado e poder do relato onde diz que Abel ofereceu maior sacrifício do que Caim. Caim não tinha fé, e, portanto, ofereceu um sacrifício incruento. Abel tinha fé, e, portanto, ofereceu “o sangue e a gordura”, os quais, em figura, mostram a apresentação da vida, e também a excelência inerente da Pessoa de Cristo. “O sangue” manifesta a primeira; enquanto que “a gordura” expõe a segunda. Tanto o sangue como a gordura eram proibidos como alimentos pela economia Mosaica. O sangue é a vida, e o homem, debaixo da lei não tinha direito à vida. Somos informados pelas Escrituras Sagradas que, a não ser que comamos o sangue, não temos vida em nós mesmos. Cristo é a vida. Não há uma centelha de vida fora dEle. Fora de Cristo é tudo morte. Porque a vida da carne está no sangue. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. Levítico 17:11a. e João 1:4.
Lembremos irmãos, que o Senhor Jesus deu a Sua vida na cruz; e a essa vida o pecado foi, por imputação, ligado, quando o bendito Senhor foi pregado na cruz. Dando a Sua vida, Jesus entregou também o pecado com ela ligado, de maneira que o pecado foi eficientemente tirado, tendo sido deixado na morte, donde o Senhor ressuscitou triunfante, no poder de uma nova vida, à qual a justiça é tão claramente ligada como o pecado o foi a essa vida que Ele deu na cruz. Isto nos ajudará a compreender uma expressão empregada pelo Senhor depois da Sua ressurreição. Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. Lucas 24:39.
Por favor, preste atenção. Ele não disse “carne e sangue”; porque na ressurreição Jesus não tomou, na Sua bendita Pessoa, o sangue que tinha derramado na cruz para expiação pelo pecado. Todos sabem pela Palavra de Deus que a “alma da carne está no sangue”. A atenção a este ponto terá o efeito de aprofundar em nossas almas a compreensão de como o pecado foi plenamente tirado pela morte de Cristo; e sabemos que o que quer que for que contribua para aumentar a nossa compreensão dessa realidade gloriosa deve, necessariamente, contribuir para o estabelecimento da nossa paz, e para a mais eficiente elevação da glória de Cristo, no que se refere à sua ligação com o nosso testemunho e serviço. Consideremos o texto do profeta maior em Isaías 53:12b. Porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu. Já o culto de Caim era uma forma religiosa sem fé, mas Abel ofereceu a Deus seu coração, trazendo-se a si mesmo. Caim tem de escolher entre dominar sua inveja, ou ser dominado e consumido por ela. Nega-se a defrontar-se com o pecado e é levado pela violência. Vê-se o desenvolvimento do mal. Atrás do fratricídio está o ódio, atrás do ódio a inveja, e atrás da inveja o orgulho ferido. Parece que o “caminho de Caim” inclui prestar culto segundo as inclinações do homem natural, perseguir os cristãos verdadeiros, recusar arrepender-se, e excluir Deus de sua própria vida. Infelizmente muitos seguem o caminho de Caim e não o de Abel. Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim. Judas 1:11a. Continua...

Nenhum comentário: