Assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor. Efésios 1:4.
Há duas perguntas que cada crente deve fazer o mais cedo possível. A primeira é: “Deus me aceita totalmente?”. E a segunda: “Se me aceita, em que base Ele o faz?”. É crucial. Que devastação freqüentemente permeia a vida de alguém, seja jovem ou velho, rico ou pobre, salvo ou perdido, que não tem certeza de ser aceito, ainda que em nível humano.
Porém muitos crentes, quer “batalhadores” quer “vegetativos”, movem-se através da vida sem este precioso fato sobre o qual descansar e construir: “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado” (Efésios 1:5-6).
Cada crente é aceito pelo Pai, em Cristo. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). A paz é de Deus em relação a nós, através de Seu Amado Filho – sobre isso, a nossa paz deve se basear. Deus é capaz de estar em paz conosco através de nosso Senhor Jesus Cristo, “havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz” (Colossenses 1:20). E nós nunca devemos esquecer que Sua paz está fundamentada apenas e tão somente na obra da cruz, totalmente à parte de qualquer coisa, o que quer que seja, em nós ou de nós, visto que “Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5:8).
Uma vez que começa a descansar sobre este maravilhoso fato, nossa fé torna-se uma atitude permanente. Então ela pode ser, se necessário, “rejeitada, sim, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa” (1a.Pedro 2:4). Esta é a influência confirmadora que a maioria dos crentes está carente atualmente. Há um século atrás, J.B.Stoney escreveu: “O bendito Deus nunca muda em relação à aceitação pela qual Ele nos recebeu, por causa da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ah! Nós mudamos do estado no qual Deus sempre pode estar a nosso favor como registrado em Romanos 5:1-11. Muitos supõe que porque são conscientes de pecados, devem dessa forma renovar sua aceitação com Deus”.
A verdade é que Deus não mudou. Seus olhos repousam sobre a obra de Cristo consumada pelo crente. Quando você não está andando no Espírito, você está na carne: você voltou para o velho homem que foi crucificado (Romanos 6:6). Você deve ser restaurado à comunhão e, quando você o é, você encontra sua aceitação da parte de Deus intacta e imutável. Quando pecados são introduzidos há o temor de que Deus tenha mudado. Ele não mudou, você mudou. Você não está andando no Espírito, mas na carne. Você tem que se julgar a si mesmo a fim de ser restaurado. ‘Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados’ (Mateus 26:28). Mas, se teus pecados não são encontrados lá, onde podem ser? ‘Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo pecado’ (Hebreus 10:18). Deus efetuou a reconciliação; Ele sempre permanece fiel a ela. Ah! Nós mudamos em relação a ela, e a tendência é supor que o bendito Deus mudou em relação a nós. Ele certamente julgará a carne se nós não julgarmos, mas Ele nunca abandona o amor que Ele expressou ao pródigo e, nós o encontramos, quando a nuvem que é produzida pelo andar na carne se dissipa, Seu amor, bendito seja o Seu Nome, nunca mudou.
A base de Deus deve ser a nossa base para aceitação. Não existe nenhuma outra. Fomos “aceitos no Amado”. Nosso Pai está completamente satisfeito com Seu Amado Filho a nosso favor, e não há razão para nós não estarmos. Nossa satisfação pode nascer e descansar apenas na Sua satisfação. É de Deus para nós, e não de nós para Deus. J.N.Darby foi muito claro em relação a isso: “Quando o Espírito Santo convence o homem, Ele não o faz no sentido do que o homem é para Deus, mas no que Deus é para o homem. As almas raciocinam a partir do que são em si mesmas, se será que Deus pode aceitá-las. Não é desse modo que Ele pode te aceitar; você está procurando justiça em si mesmo como a base de aceitação para Ele. Você não encontrará paz enquanto continuar raciocinando desta maneira. O Espírito Santo sempre parte do princípio do que Deus é, e isso produz uma mudança completa em minha alma. Isso não significa que eu abomine o meu pecado, na verdade eu posso até estar caminhando muito bem; mas eu ‘me abomino’. É assim que o Espírito Santo convence; Ele nos mostra o que somos e esta é a única razão porque Ele freqüentemente parece ser muito duro e não dar paz para a alma, visto que não somos aliviados até que experimentalmente, de coração, reconheçamos o que somos.
Até que a alma chegue àquele ponto, Ele não lhe dá paz – Ele não poderia; isso equivaleria a curar a ferida superficialmente. A alma precisa continuar até perceber que nada há sobre o que descansar a não ser a abstrata bondade de Deus; e então, ‘Se Deus é por nós, quem será contra nós?’ (Romanos 8:31b).
É triste que hoje, a maioria dos crentes realmente raciocinem exatamente o oposto – a partir de si mesmos para Deus. Quando tudo vai bem, e Deus parece estar abençoando, então eles sentem que Ele os ama e aceita. Mas quando há tropeços, e tudo parece seco e duro, então eles sentem que Ele não os ama nem aceita. Como pode ser isso? Nada há a nosso respeito que nos recomende a Deus, nossa aceitação está em Cristo, além do fato de que a maioria do nosso desenvolvimento espiritual vem através de tempos duros e secos. Graças a Deus, Ele nos aceitou em Seu Filho, e sobre este FATO devemos descansar nossa fé. Da mesma forma que na justificação, nossa aceitação é apenas pela GRAÇA. Em seu clássico, ROMANOS, VERSÍCULO POR VERSÍCULO, Wm.R.Newell apresenta alguns pensamentos intrigantes dessa graça: “Não havendo razão alguma na criatura pela qual a graça devesse ser derramada, a criatura deve desistir de tentar dar razão a Deus para fazê-lo.” “Ela foi aceita em Cristo, que é a sua posição!” “Ela não está em reprovação.” “Em relação à sua vida passada, ela não existe diante de Deus: morreu na cruz, e Cristo é a sua vida.” “A Graça, uma vez derramada, não é recolhida: pois Deus sabia todas as exigências humanas de antemão: Sua ação foi independente delas e não dependente.”
“Crer, e consentir em ser amado mesmo não tendo valor algum, é um grande segredo”.
“Recuse-se a fazer ‘decisões’ e ‘votos’; pois isto é confiar na carne”.
“Espere ser abençoado, embora percebendo cada vez mais sua falta de valor”.
“Confie na mão disciplinadora de Deus (treinamento infantil) como uma marca de Sua gentileza”.
“Esperar ‘ser melhor’ (e assim, aceitável) é falhar em ver-se a si mesmo em Cristo apenas”.
“Ficar desapontado consigo mesmo é ter crido em si mesmo”.
“Ficar desencorajado é incredulidade – em relação propósito de Deus e Seu plano de benção para você”.
“Ser orgulhoso, é ser cego! Pois não temos lugar diante de Deus em nós mesmos”.
“A falta da benção Divina, porém, vem da incredulidade, e não de nossa devoção falha”.
“Pregar benção como resultado da devoção, é mudar a ordem de Deus, e equivale a pregar Lei e não Graça. A Lei fez a bênção do homem depender da devoção; a Graça confere bênção imerecida e incondicional: nossa devoção pode seguir, mas nem sempre faz assim – na medida adequada”.
Temos tido medo de crer realmente em Deus? Alguns têm tido medo até de permitir que outros realmente creiam nEle? Não devemos esquecer nunca que “Os caminhos de Deus nem sempre são os caminhos do homem. Para alguns homens o perigo constante é a única razão para agir, e muitas religiões e psicologias são dependentes do medo para manter seus discípulos na linha. O medo, também tem um lugar no Cristianismo, mas Deus tem motivações maiores e mais efetivas do que o medo, e uma delas é o amor. Freqüentemente o medo depois de algum tempo produz apenas indiferença, mas o amor cresce em mais amor. Prometer a um homem a certeza de sue destino pode parecer, em nível humano, brincar com fogo; mas isso deixa Deus fora do cenário. Aqueles que têm a mais profunda apreciação pela graça não continuam a pecar. Além disso, o medo produz a obediência dos escravos; o amor gera a obediência dos filhos”. – J.W.Sanderson, Jr.
“Pois também se a trombeta der som incerto, quem se preparará para a batalha?” (1a. Coríntios 14:8).
Até que o Cristão esteja absolutamente certo de sua posição e esta certeza esteja apoiada exclusivamente nas Escrituras, ele não estará completamente firme. “Estai, pois, firmes...” (Efésios 6:14a).
“Ora, nosso Senhor Jesus Cristo mesmo e Deus, o nosso Pai, que nos amou e nos deu eterna consolação e boa esperança, pela graça, consolem o vosso coração e vos confirmem em toda boa obra e boa palavra”. (2a.Tessalonicenses 2:16-17).
Graça e paz
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