Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. Mateus 26:35.
Antes de Pedro tornar-se um apóstolo cheio do Espírito Santo, um pregador ungido e um líder eficaz, revelou sua fraqueza e chegou ao ponto de negar a Jesus. Pedro caiu, suas lágrimas foram amargas, mas sua restauração foi completa. A queda de Pedro passou por alguns estágios que nós vamos analisar juntos. O primeiro estágio que levou o apóstolo Pedro a negar a Cristo foi sua autoconfiança. Quando Jesus alertou Pedro acerca do plano de Satanás de peneirá-lo como trigo, Pedro respondeu que estava pronto a ir com Ele tanto para a prisão como para a morte. Pedro subestimou a ação do inimigo e superestimou a si mesmo. Ele pôs exagerada confiança no seu próprio “eu”, e aí começou sua ruína espiritual. Estamos vivendo o apogeu da psicologia de auto-ajuda. As livrarias estão abarrotadas de obras que nos ensinam a confiar em nós mesmos. O cristianismo diz exatamente o contrário. Somos fracos e limitados. Não podemos andar sustentados na bengala da autoconfiança. Precisamos mais da ajuda do alto do que da auto-ajuda. Vejamos a advertência da palavra do Senhor em Jeremias 17:5 Assim diz o SENHOR: Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do SENHOR!
O segundo estágio que levou Pedro a ruína de negar a Cristo foi sua indolência. O mesmo Pedro que havia prometido fidelidade a Cristo e a disposição de ir para a prisão e a morte, agora está cativo do sono no jardim do Getsemani no auge da batalha. Faltou-lhe a percepção da gravidade do momento. Faltou-lhe vigilância espiritual. Estava entregue ao sono em vez de guerrear com Cristo contra as hostes do mal. A fraqueza espiritual de Pedro o fez dormir e, ao dormir, fracassou no teste da vigilância espiritual. As palavras de Pedro eram de confiança, mas suas atitudes, trôpegas. Promessas desprovidas de poder evaporam na hora da crise. O sono substitui a autoconfiança. O fracasso se estabeleceu no palco da arrogância. E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo? Mateus 26:40.
O terceiro estágio que levou Pedro a negar a cristo foi a sua precipitação. Quando os soldados romanos, liderados por Judas Iscariotes e pelos principais sacerdotes, prenderam a Jesus, Pedro sacou sua espada e cortou-lhe a orelha do servo do sumo sacerdote. Então, Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita; e o nome do servo era Malco. João 18:10.
A valentia de Pedro era absolutamente carnal. Porque dormiu e não orou, entrou na batalha errada, com armas erradas e a motivação errada. Pedro deu mais um passo na direção de sua ruína. Ele deslizou mais um degrau rumo ao chão. Precisamos lutar não com armas carnais, mas sim com armas espirituais. Precisamos entrar nessa guerra com os olhos nos céus e os joelhos no chão. Precisamos despojar-nos da autoconfiança para recebermos o socorro que vem do alto, porque a nossa luta não é contra carne e sangue. Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Efésios 6:12.
Irmãos, outro estágio que levou o apóstolo Pedro a ruína foi que ele seguia a Jesus de longe. Mas Pedro o seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado, assentou-se entre os serventuários, para ver o fim. Mateus 26:58. Depois que Cristo foi levado para a casa do sumo sacerdote, Pedro mergulhou nas sombras da noite e seguia a Jesus de longe. Sua coragem desvaneceu. Sua valentia tornou-se covardia. Seu compromisso de ir com Jesus para a prisão e a morte foi quebrado. Sua fidelidade incondicional ao filho de Deus começou a enfraquecer. Não queria perder Jesus de vista, mas também não estava disposto a assumir os riscos de sua ligação com Ele. Ainda hoje há muitos crentes seguindo a Jesus de longe. Ainda guardam certo temor de Deus, mas ao mesmo tempo anestesiam a consciência vivendo em práticas erradas. Dizem-se seguidores de Cristo, mas seus pés estão fincados nas sendas sinuosas que desviam do caminho da verdade. Dizem amar a Deus, mas suas atitudes e obras provam o contrário. Estão na igreja, mas ao mesmo tempo, estão no mundo. Freqüentam os cultos, mas o coração está longe do Senhor. Ao olharmos para a vida de Pedro, estamos diante do espelho. Muitas vezes somos como Pedro. Mostramos autoconfiança, não oramos, somos precipitados e, seguimos a Jesus de longe. Mas graças a Deus, Ele não desiste de nós, assim como não desistiu de Pedro. Lembremos que só de nós vem a nossa ruína; só do Senhor, a nossa restauração. A tua ruína, ó Israel, vem de ti, e só de mim, o teu socorro. Oséias 13:9.
Como o Senhor restaurou a Pedro? Jesus olhou para Pedro exatamente no momento em que ele estava negando, jurando e praguejando, insistindo em dizer que não conhecia Jesus. Os olhos de Jesus penetraram na alma de Pedro e radiografaram as mazelas do seu coração. Aquele foi um olhar de tristeza, mas também de compaixão. Quando Jesus olhou para Pedro, este se lembrou da palavra do Senhor e, ao lembrar-se dela, encontrou uma âncora de esperança e o caminho de volta para a restauração. Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro, e Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe dissera: Hoje, três vezes me negarás, antes de cantar o galo. Lucas 22:61.
O olhar de Jesus é cheio de ternura e misericórdia. Basta um olhar dEle, e toda a dureza de nosso coração se derrete. Seu olhar penetra as câmaras mais interiores da nossa vida. Seu olhar produz em nós arrependimento para a vida. Seu amor nos traz de volta para o verdadeiro sentido da vida. Após aquele penetrante olhar do Senhor, Pedro, saindo dali chorou amargamente. Pedro não chorou o choro de remorso, nem verteu lágrimas da dissimulação. Ele jogou fora o veneno das suas mazelas e, assim demonstrou verdadeiro arrependimento. O choro de arrependimento desemboca na alegria do perdão. Pedro estava muito triste, mas o Senhor deixou um recado peculiar através de um anjo. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse. Marcos 16:7.
Por que Jesus mandou este recado especial para Pedro? Porque Jesus sabia que a essa altura Pedro não se sentia mais digno de ser um discípulo. Pedro havia negado Seu nome, sua fé, suas convicções, seu apostolado e seu Senhor. É maravilhoso saber que Jesus não abre mão do direito que tem de ter-nos para Ele. Ele não abdica do Seu direito de ter-nos totalmente. Podemos errar e pensar em desistir de tudo, mas Jesus jamais desiste de nos amar. Mesmo quando somos infiéis, Ele permanece fiel. 2 Timóteo 2:13 Se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.
Fico pensando quando Pedro foi informado de que o túmulo de Jesus estava vazio, ele correu e entrou no sepulcro e, ao ver os lençóis de linho, retirou-se para casa, maravilhado do que havia acontecido. O poder da ressurreição foi mais um instrumento que Deus usou para levantar Pedro de sua queda. O triunfo de Cristo sobre a morte, o diabo e o inferno deixou Pedro maravilhado. Irmãos, a mesma mão que abriu o túmulo de Cristo abriu os olhos de Pedro. Então Pedro pode crer que ele havia morrido com Cristo. Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. 1 Pedro 2:24.
Irmãos, Jesus é tão cuidadoso em seu amor que armou o mesmo cenário da queda de Pedro para restaurá-lo. O evangelho de João só descreve duas fogueiras. A primeira foi o palco da queda de Pedro; a segunda, o cenário da sua restauração. Cristo queria curar as memórias amargas de Pedro. Ali onde tudo havia começado, deveria ser o lugar mais apropriado do seu recomeço. Pedro tornou-se um pregador ousado depois da sua restauração. Sua mensagem central era mostrar que o Cristo que foi crucificado triunfou sobre a morte. A ressurreição de Cristo tornou-se a grande bandeira da mensagem de Pedro. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos. 1 Pedro 1:3. Amém.
DEUS TE ABENÇOE QUERIDO IRMÃO(A) - GRAÇA E PAZ.
2 comentários:
Muito bom.
Temos nossas ruínas pessoais quando mergulhamos em nosso "eu", visto sermos ainda carnais, por em nosso corpo ainda habitar o pecado.
O drama de Pedro é o nosso, em nosso viver diário, (mesmo que já sejamos nascidos de novo.). Até nas pequeninas coisas "negamos" o Senhor (que nos perdoa)
Entretanto, Pedro negou o Senhor em algo maravilhoso que estava para acontecer: a crucificação.
Foi uma negação terrível, grande, assustadora.
Pedro era judeu e não entendia.
Sua mente era voltada para a restauração de Israel, no aspecto terreno. Acreditava que Jesus era o Messias prometido, para restabelecer o estado de Israel, tanto que cortou a orelha de Malco.
Só entendeu mesmo no Pentecostes, quando o Espírito foi derramado.
Hoje, temos o Espírito em nós, graças a Deus, mas O entristecemos com nossas "pequenas" negações diárias.
Oremos, pois nossa luta não é contra a carne e o sangue mas contras as hostes espirituais da maldade, nas regiões celestiais, onde estamos assentados.
Não estejamos arruinados com as coisas deste mundo, mas vencedores pelo vitupério de Cristo, isto é, mais do que vencedores. Creamos nisto. Amém.
Rui Roberto - Arapongas
PAZ DO SENHOR!!!
IRMÃO CLÁUDIO.
É COM IMENSA ALEGRIA QUE HOJE VENHO LHE VISITAR E TE SEGUIR, OBRIGADA POR SUAS PALAVRAS EM MEU BLOG.
GOSTEI MUITO DESSE TEXTO, POIS GERALMENTE O EXCESSO DE CONFIANÇA PODE NOS AFASTAR DO AMOR DE DEUS, PORTANTO DEVEMOS SER VIGIANTES E TOTALMENTE DEPENDENTES DELE, PORQUE SÓ ELE NOS TORNA FORTES.
QUE SUA VIDA E SEU MINISTÉRIO SEJAM DE INFINITAS BENÇÃOS E VOLTE SEMPRE QUE QUISER.
NA GRAÇA E PAZ DO SENHOR
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