Como
pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava mui desfigurado, mais
do que o de outro qualquer, e a sua aparência, mais do que a dos outros filhos
dos homens), assim causará
admiração às nações, e os reis fecharão a sua boca por causa dele; porque
aquilo que não lhes foi anunciado verão, e aquilo que não ouviram entenderão.
Isaías 52:14-15.
Todas as coisas que Jesus Cristo veio
fazer neste mundo têm a ver com os decretos divinos anteriormente estabelecidos
por Deus. Os decretos redentores de Deus foram estabelecidos na eternidade e,
nunca são elaborados ou executados à parte de Jesus Cristo. Por essa razão, a
Escritura sempre usa a expressão “em Cristo” quando menciona o decreto redentor
de Deus. Quando a ação redentora de Deus é aplicada a nós, pelo Espírito Santo,
somos habilitados a crer, e temos acesso, pela fé em Cristo, às coisas que Ele
fez por nós. Mas vós sois dele, em
Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e
santificação, e redenção. 1 Coríntios 1:30.
Em nosso texto básico podemos observar
que a humilhação de Jesus Cristo não passou despercebida, mesmo às pessoas
comuns do povo. A aparência de Jesus Cristo causou espanto em todos os homens
comuns que o viram. Ninguém, ao ver Cristo, pode furtar-se ao espanto do
sofrimento do Servo sofredor. A expressão “fechar a boca” está indicando o
silêncio diante do espetáculo tão deprimente pelo qual nosso Senhor passou. A
aparência de dor e a atitude perante a dor que o Servo sofredor teve fez todas
as nações se espantarem. No tempo exato da morte de Jesus Cristo, havia muitas
pessoas de várias nações perambulando em Jerusalém. E as multidões se
espantaram diante do espetáculo da crucificação saíam batendo nos peitos.
Muitas nações certamente estavam representadas ali naquela hora, e o espanto
era geral diante daquele quadro triste que fora imposto ao Homem de Dores. Era desprezado e o mais rejeitado entre os
homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens
escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Isaías 53:3.
Todas essas coisas pela qual Jesus
passou eram uma exigência do pacto eterno da redenção. A fim de salvar
pecadores, o Servo sofredor teria de ser contemplado pelos homens e causar
admiração e espanto neles pelo seu sofrimento. Jesus foi rejeitado em sua
aparência física.
Porque
foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha
aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.
Isaías 53:2.
Os seres humanos sempre se aproximam uns
dos outros por causa de alguma coisa que os atrai. A beleza física é algo que
mais aproxima e atrai os seres humanos. Eles são atraídos pela formosura de
qualquer natureza. Quando se aproximaram de Jesus Cristo, logo eles se
desapontaram, porque não havia nenhuma beleza que os agradasse. Os homens
rejeitaram a presença de Jesus Cristo porque ela causava uma espécie de
incômodo e algum tipo de repulsa. Portanto, se alguém se aproxima de Jesus
crendo nEle, não foi por atração física. O cinema americano tem sido pródigo em
apresentar Jesus com bela aparência a ponto das pessoas ficarem atraídas mais
por sua aparência física do que por seu caráter divino-humano. É por isso que
muitos rejeitam a pregação da cruz, pois a cruz é lugar de morte. Quando nós
rejeitamos a palavra de uma pessoa, rejeitamos a própria pessoa. Quem é de Deus ouve as palavras de Deus;
por isso, não me dais ouvidos, porque não sois de Deus. João 8:47.
Irmãos o meu e o seu pecado atingiram a
natureza humana total de nosso Senhor. As nossas enfermidades atingiram o corpo
e a alma de Jesus, com sofrimentos físicos e morais. Precisamos entender que
nada do nosso Salvador escapou à manifestação da justiça divina. Jesus assumiu
todas as coisas humilhantes tanto do corpo quanto da alma, por causa dos nossos
pecados que levou sobre Si. Isaías 53:4 Certamente,
ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e
nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
O nosso Senhor Jesus Cristo levou tudo
de nós lá na cruz e também foi traspassado pelas nossas transgressões. Isaías 53:5 Mas ele foi traspassado pelas
nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
Jesus quando foi pendurado no madeiro,
um soldado atravessou-lhe o lado com uma lança, mas esse traspassamento é mais
profundo do que o gesto grosseiro e brutal daquele soldado. Foi o próprio Deus
quem atravessou as entranhas do Redentor com a manifestação da sua ira. A ira
divina caiu sobre a natureza física de nosso Senhor Jesus, porque naquele
momento, Deus estava contemplando os pecadores, os quais o Verbo encarnado
substituía, e não a Pessoa de Seu Filho. O castigo físico que Ele levou foi de
natureza penal, judicial. Os homens que o atravessaram foram apenas
instrumentos malignos nas mãos do Todo-Poderoso cheio de ira. Para livrar
pecadores desse traspassamento provocado pela ira divina, Deus exigiu que o Seu
Filho fosse atravessado em suas entranhas, sofrendo substitutivamente em lugar
deles. Foi da vontade do Pai que Jesus fosse moído na cruz: Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo,
fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a
sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas
suas mãos. Isaías 53:10.
Para livrar aqueles que o Redentor
substituiu, de passarem por esse esmagamento pela ira divina, o Pai exigiu que
o seu Filho encarnado suportasse essa “moedura”, que vinha da Sua parte, embora
seus instrumentos fossem humanos. O flagelo que veio sobre Jesus foi muito mais
duro e severo porque os seus algozes, judeus e romanos, pretenderam que Ele
sofresse mais do que os outros homens comuns. Para que não fôssemos pisados por
Deus, e os seus vergões não ficassem para sempre marcados em nós, o Pai estabeleceu
que o Seu Filho se sujeitasse à humilhação desse sofrimento, por causa dos
nossos pecados. 1 Pedro 2:24 levando ele
mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os
pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
As enfermidades de Jesus Cristo foram
também de caráter moral, pois Ele sofreu interiormente como se fosse culpado
pelos pecados que pagava. Ele foi oprimido por Deus, a ponto de sentir profunda
“angústia” de alma, uma sensação extremamente dolorida que lhe causava a morte.
No sofrimento de Cristo cabem perfeitamente as palavras do salmista: Laços de morte me cercaram, e angústias do
inferno se apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza.
Salmos
116:3. A
humanidade de Jesus é que O qualifica a ser Redentor. Sem ela, ou seja, sem as
propriedades humanas, Ele não poderia ser tentado nem sofrer a penalidade da
justiça divina sobre Si, em nosso lugar. Somente um homem pode substituir
homens. E Cristo foi esse homem de Dores que sofreu a penalidade divina para
nos salvar. Não pode haver remissão sem que o pagamento seja feito. Essa
exigência do Pai é absolutamente necessária para que Ele poupasse aqueles que
iria tornar seus filhos em Cristo. O pagamento feito pelo Filho é que libera o
Pai para poder perdoar, justificar, santificar etc. Todo processo de salvação
do pecador é iniciado por causa do cancelamento da dívida em virtude do
pagamento exigido por Deus e feito pelo filho. Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens. 1
Coríntios 7:23. Amém.
Ouça os estudos em áudio no YOUTUBE:
Um comentário:
Verdade, sem a humanidade de Cristo não haveria possibilidade de redenção de pecadores como nós. Era necessário ser humano, se encarnar para nosso resgate e reconciliação com o Pai. Um ab a todos...
Postar um comentário