Ora,
o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 1 Coríntios 2:14.
De modo claro, as Escrituras sagradas
mostram que a situação do ser humano, à luz da revelação divina, é de absoluta
perdição. Ele é escravo do pecado, é ignorante em relação às coisas do
Espírito, está morto para Deus, está cativo à vontade do diabo, ama as trevas,
não tem nenhum interesse por Deus. A condição do homem é desesperadora porque
ele não pode escolher outra coisa senão o pecado. Ele é dirigido por sua
natureza caída, e obedece fielmente aos desejos de seu coração corrupto. Depois
da rebelião no Éden, o homem perdeu o seu “livre-arbítrio”. Nascemos neste mundo
portadores de uma natureza rebelde e antagônica a Deus e só escolhemos o mal.
Porém, isto não significa que não possamos ser pessoas morais ou ilibadas.
Havia um homem na terra de Uz, cujo nome
era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal. Jó 1:1.
Não só podemos ser pessoas distintas,
mas também podemos ser extremamente religiosos e zelosos com as coisas de Deus.
A Bíblia registra exemplos marcantes de pessoas muito “espirituais” e bondosas,
contudo, elas não eram regeneradas. Tanto Nicodemos como o centurião Cornélio são
exemplos claros dessa verdade. Não podemos confundir comportamento humano com
depravação espiritual. Morava em
Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana,
piedoso e temente a Deus com toda a sua
casa e que fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a Deus. Atos 10:1-2.
A Palavra de Deus nos mostra claramente,
que é somente por intermédio de um ato divino que o homem pode ser salvo. O
milagre da regeneração, ou o novo nascimento se tornou uma questão sine qua non
para a salvação do perdido. No estado de total escuridão e miséria, o homem
nada pode fazer em benefício de si mesmo para ser salvo. A religião tenta de várias
maneiras salvar o homem, mas é inútil. Se Deus não interferisse a favor do
homem, não haveria esperança. O nosso fim seria a perdição eterna, porque aquele
que está morto em delitos e pecados está impedido de tomar qualquer tipo de
decisão. Porque, assim como, em Adão,
todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. 1 Coríntios 15:22.
Deus, por sua espontânea vontade,
entregou o seu Filho amado para morrer numa cruz e nos fazer morrer Nele com a
finalidade de nos salvar. A obra mais significativa deste universo foi
realizada num palco chamado o Lugar da Caveira. O Senhor Jesus consumou a nossa
redenção quando entregou a sua vida por nós. João Batista ganhou a revelação em
seu coração de que Jesus era muito mais do que simplesmente homem. No livro de João 1:29b está escrito: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado
do mundo!
As Escrituras relatam que o cordeiro a
ser sacrificado deveria ter características especiais. O cordeiro será sem
defeito, macho de um ano. Na velha dispensação, o animal que era ofertado tinha
que ser o melhor do rebanho, e sem defeito algum. Jesus Cristo é o santo
Cordeiro de Deus. O apóstolo Pedro testemunhou sobre o Senhor: o qual não cometeu pecado, nem dolo algum
se achou em sua boca; 1Pedro 2:22.
Cristo Jesus, totalmente santo, morreu
numa cruz aos 33 anos, e isto equivale a idade de um cordeiro de 1 ano. Ele foi
crucificado às 9 horas da manhã, e ficou pendurado na cruz, em agonia profunda,
até as 3 horas da tarde: À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que quer dizer:
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? Mateus 27:46.
O Amado Senhor ficou 6 horas exposto à
vergonha naquele madeiro. Ali, sozinho, Ele pagou por toda a culpa do nosso
pecado. Mas no momento de sua morte, Ele nos incluiu em seu corpo, para que a
nossa natureza rebelde fosse Nele crucificada. Assim diz as Escrituras em João 12:32-33 E eu, quando for levantado da
terra, atrairei todos a mim mesmo. Isto dizia, significando de que gênero de
morte estava para morrer.
Não fomos incluídos no sofrimento de Cristo,
mas sim, em sua morte. Contudo, não fomos somente incluídos em sua morte,
ganhamos também uma nova vida por causa de sua ressurreição: E, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e
nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. Efésios 2:6.
A regeneração é um milagre divino. É um
ato gracioso que teve a sua origem na vontade soberana de Deus. Uma vez
regenerados, podemos nos arrepender e crer. Nós não nos arrependemos e cremos
para sermos regenerados, o inverso é a verdade bíblica. Ninguém consegue se
arrepender se Deus não nos der o arrependimento. Deus exaltou a Cristo Jesus
nosso Senhor, para nos conceder o arrependimento conforme o registro bíblico em
Atos 5:30-31 O Deus de nossos pais ressuscitou
a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe
e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de
pecados.
É o homem que se arrepende, mas o
arrependimento nos é dado por Deus. Deus nunca se arrependeu ou creu por alguém
e Ele nunca o fará. Mas quando olhamos para a bendita obra do Calvário, vemos
toda a bondade de Deus em prol do pecador, certamente seremos conduzidos ao
arrependimento verdadeiro. Romanos 2:4 Ou
desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando
que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?
O arrependimento e a fé são as
evidências e não a causa da regeneração. O homem está 100% morto em delitos e
pecados. Suponhamos que um homem que
tenha estado morto por 20 anos te cumprimente na rua um dia. Você concluiria
que o homem se cansou de ser morto e decidiu pedir a um grande médico que
realizasse um milagre e lhe desse vida? Todos sabemos a resposta. Não há uma
fagulha de luz no homem que o motive a se arrepender e crer em Deus. Ao mesmo
tempo em que a Bíblia exorta o homem a se arrepender e crer no evangelho,
também ensina que tanto o arrependimento como a fé são dons divinos. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé;
e isto não vem de vós; é dom de Deus. Efésios 2:8.
O verdadeiro arrependimento provoca em
nós o repúdio pelo pecado. A Bíblia registra em Ezequiel 36:31: Então, vos lembrareis dos vossos maus caminhos e dos
vossos feitos que não foram bons; tereis nojo de vós mesmos por causa das
vossas iniqüidades e das vossas abominações.
Ninguém que recebeu a vida santa de
Cristo pode amar o pecado. Isto é um completo absurdo. O regenerado não é
perfeito, mas está nas mãos DAQUELE que é perfeito, e Aquele que é perfeito,
aperfeiçoa. A nova criatura não nutre
nenhuma afinidade para com aquilo que foi a causa da morte de seu querido
Senhor. Uma vez salvos em Cristo Jesus, a nossa inclinação agora é para a
justiça de Deus. Não somos mais escravos do pecado, pois verdadeiramente fomos
libertos pelo Senhor. O novo nascido tem uma inclinação natural às coisas do
alto. Há uma sede da presença de Deus no íntimo de todo o filho de Deus. O
salmista descreve bem o anelo da alma dos redimidos: Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Salmo
42:1-2. Amém.
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Um comentário:
Anelar por Deus é impossível ao cristão que está sem apetite espiritual. Ele precisa reconhecer que está carente da presença de Deus e se esforçar para buscar isto, como o Apóstolo Pedro fala: "Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascido, o leite racional, não falcificado, para que, por ele, vades crescendo." 1Pd 2.2.
Aprendamos com esta excelente mensagem do Pr. Claudio.
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