Por isso, te digo: perdoados lhe são os
seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa,
pouco ama. Lucas 7:47.
De todas as mulheres mencionadas no Novo
Testamento, ninguém pode ser comparada a Maria de Magdala. Magdala era uma
cidade próxima ao mar da Galileia. Era suja e descuidada, e também conhecida
pela prostituição descontrolada. Muitas das jovens da cidade cresciam no
pecado. Maria Madalena foi uma delas. Muito jovem, Maria aprendeu o sombrio
ofício de vender seu corpo por dinheiro. Ela se tornou meretriz, uma mulher da
noite. Poucos sabiam que essa prostituta pecadora, desesperançosa e possuída
pelo demônio estivesse destinada a encontrar o Amado de sua alma. Como a
maioria das pessoas na Palestina, Maria de Magdala ouvira as grandes notícias
sobre o profeta que fazia milagres, chamado Jesus de Nazaré. Para onde Jesus
ia, Ele curava os doentes e expulsava demônios. Maria se mudou para a vila de
Naim, na Galiléia. Nesse momento de sua vida adulta, Maria é uma alma
desesperada. Desde a adolescência, ela ganhava a vida como prostituta; sofria
de depressão e tinha tendências suicidas. Por muitos anos ela fora assombrada
por maus espíritos, sete, para ser mais exato. Lucas 8:2 e também algumas mulheres
que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada
Madalena, da qual saíram sete demônios.
O seu dia chegou. Maria ouve que Jesus
entrou na cidade de Naim. Ela escuta as notícias de como Ele levantara um homem
da morte. Ouvindo isso, ela procura o Senhor. Ela não estava muito longe de
casa quando vê uma multidão agrupada. Então, Maria vê Jesus. Ela é absorvida
pela autoridade de Suas palavras. E também percebe uma graciosidade e pureza
que ela nunca tinha visto antes em nenhum homem. Sem demonstrar timidez, Maria
se aproxima dEle. Jesus olha para ela com surpreendente familiaridade. Como em
um lampejo de revelação divina, o Senhor se recorda. Jesus se recorda que ela
fora escolhida para ser parte de Sua gloriosa noiva antes da fundação do mundo.
Jesus expeliu sete demônios e a perdoa de todos os seus pecados, porque somente
ele tem poder para perdoar pecados. Ele
é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas enfermidades.
Salmos 103:3.
Depois que Maria foi perdoada, ela queria
encontrar-se com Jesus novamente, pois ela foi conquistada por aquele amor
puro, amor incondicional, amor doador. Disseram a ela que Jesus havia sido convidado
e estava na casa de Simão. Simão pertence a uma classe de “não pecadores”
chamados fariseus. Ele faz parte daquela turma de “xerifões” de Deus e que
proclamam a si mesmo como especialistas em gerenciamento de pecado. Quando
Jesus chegou à casa do fariseu, Simão, entretanto, ignora todas as cortesias de
praxe de um lar oriental. Ele não cumprimenta com um beijo, não unge a cabeça
dEle com óleo nem lava os pés de Jesus. Jesus não menciona a negligência de
Simão como hospedeiro. Ao contrário, Jesus recosta-se à mesa com elegância,
junto com Simão e seus amigos. É neste momento que a porta se abre e Maria
Madalena entra na sala. Ela não foi convidada, mas ainda assim caminha
destemidamente. Quando Maria entra, ela vê Jesus e começa a chorar. Ela caminha
diretamente até Ele e se posiciona aos seus pés. Ela abre um pequeno frasco de
perfume valioso que está preso em seu pescoço, e o derrama aos pés de Cristo. Lucas 7:37a.-38 Ela soube que Jesus
estava jantando na casa do fariseu. Então pegou um frasco feito de alabastro,
cheio de perfume, e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com
suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os
ungia com o ungüento.
Ela fez algo inadmissível, escandaloso. O
que acontece em seguida deixa Simão e seus amigos horrorizados. Ela solta seus
cabelos e enxuga os pés de Jesus como se fosse uma toalha. E naqueles dias, uma
mulher soltar os cabelos em público era um verdadeiro escândalo. Seria como uma
mulher “fazer topless” em nossos dias. Os fariseus estão chocados. Sua roupa
revela que ela é uma prostituta, uma pecadora. Não há duvidas alguma. Eles
ficam lívidos. Por quê? Porque Jesus, esse suposto profeta, não a impede de
continuar a fazer o que eles consideram um ato vergonhosamente erótico: soltar
os cabelos e beijar os pés de Jesus. Irmãos observem que Jesus não a repreende,
em nenhum momento. Já os fariseus estão achando impossível Jesus ser um
profeta. Leiamos o texto em Lucas
7:39 Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora
profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.
Mas o Senhor sabe exatamente quem ela é.
Ela é parte de Sua gloriosa noiva, escolhida nEle antes da fundação da criação.
E está fazendo o que se espera que uma noiva faça: ela está demonstrando seu
amor livremente. E o Senhor não está ofendido. Nunca em Seu ministério o Senhor
havia sido amado assim. O que Maria está fazendo? Está simplesmente devolvendo
o amor que Ele derramou sobre ela anteriormente. O que Simão e os outros
fariseus estão fazendo? Eles a estão julgando. Para suas mentes débeis, eles
são de uma classe diferente dessa mulher. Ela é pecadora, eles não. Eles se
consideravam muito especiais em si mesmos. Lucas 18:11a. O fariseu, posto em
pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não
sou como os demais homens.
Em relação a isso, há somente uma Pessoa
no Universo que tem o direito de pensar assim: Jesus Cristo, a própria Justiça.
Mas não há tal espírito nEle. Graças a Deus que nosso Senhor não se vê assim.
Porque se assim fosse, nenhum de nós teria esperança. Fico profundamente
impressionado por o Senhor não tenha exigido nada de Maria. Ao contrário,
recebeu seu ato ousado como prova de seu amor por Ele. Maria amou Jesus a muito
custo. Ela o amou na presença dos fariseus julgadores, na casa deles, sem ser
convidada. Ela “tomou o Reino dos céus violentamente” e amou seu Senhor com
ousadia e sem reservas. Mateus
11:12 Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado
por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele.
Mas o que acho ainda mais surpreendente é
a completa confiança que Maria tinha em Jesus de que Ele receberia seu ato de
adoração. Ela não teve medo do Senhor, só amor. 1 João 4:18 No amor não
existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz
tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.
E Lucas fecha as cortinas dessa cena com
as seguintes palavras do Senhor: Então,
disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. Lucas 7:48.
Acho essa história muito encorajadora de
várias formas. No entanto, o que mais nos impressiona é saber quem Maria
Madalena era. Ela personifica a profundidade da queda. Ela era uma meretriz,
vendida ao pecado, possuída por sete demônios. Mas apesar de tudo isso, foi
escolhida para ser parte da imaculada noiva de Cristo. Ainda mais surpreendente
ainda é que, apesar de sua trágica condição, ela acreditou que era digna de
amar o Senhor Jesus Cristo. De algum modo, Maria tocou a graça divina. De
alguma maneira ela viu nos olhos de Cristo o amor que Ele tinha por ela. E, com
uma audácia desenfreada, ela aceitou seu perdão e o amou cegamente. O amor de
Maria por seu Senhor não era senão um reflexo do amor incondicional que Cristo
tinha por ela. A história termina com o Senhor dizendo a ela: “Vai em paz”. E
em paz ela foi embora. De fato, ela seguiu a encarnação de paz pelo resto de
sua vida. Porque ele é a nossa
paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que
estava no meio, a inimizade. Efésios 2:14.
A devoção que Maria tinha pelo Senhor é
admirável porque foi além da vida terrena de Jesus. Depois que Ele morreu,
vamos encontrá-la amando-O além do túmulo. Tudo o que restou foi o corpo sem
vida de Deus, a quem ela amava. Ainda assim, essa mulher tão devotada ainda o
seguia, cega e apaixonadamente. Embora Ele estivesse morto, ela ainda cuidava
dEle. Marcos 16:1 Passado o
sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para
irem embalsamá-lo.
Que lição para nós que não o vemos! Ela o
amou mesmo apesar de morto. Talvez essa seja a razão pela qual ela recebeu o
alto privilégio de ser a primeira testemunha da ressurreição de Cristo. Agora lhe pergunto: o que
provocou tal devoção? Simplesmente isso: Maria creu na opinião do Senhor sobre
ela. Ela aceitou a opinião de Cristo e não a dela própria. Ela era pecadora e
Cristo a perdoou, e ela creu que foi perdoada. Isaías 43:25 Eu, eu mesmo, sou o
que apago as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados não me
lembro.
A cena da ressurreição contém ecos fortes
do jardim do Éden. O primeiro Adão encontrou sua noiva em um jardim. Quando ela
foi feita de seu lado, Adão lhe deu o nome de “mulher”, mas por seu pecado, o
primeiro Adão terminou a vida em um túmulo. Gênesis
5:5 Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos; e morreu.
O último Adão, Jesus Cristo, foi posto em
um túmulo, mas Ele ressuscitou em um jardim. Já ressurreto, a primeira pessoa a
vê-lo foi Maria. E suas palavras para ela são reveladoras. Ele disse: “Mulher”.
Leiamos João 20:15a.
Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras?
Que linda imagem! O primeiro Adão
encontrou sua noiva, a primeira mulher, em um jardim, mas ele transformou o
jardim em uma sepultura. O segundo Adão (Cristo) encontrou sua noiva, a segunda
mulher, em um jardim que um dia já tinha sido um sepulcro. Então, quem é Maria
Madalena? Ela é você e eu. Vasos caídos. Mas escolhidos em Cristo antes dos
tempos, santo e sem mácula, uma parte da mulher mais bonita do mundo, a noiva
de Cristo, a igreja. Sejamos como Maria: amemos o Senhor, por que Se alguém não ama o Senhor, seja
anátema. Maranata! 1 Coríntios 16:22. Amém.
Ouça os estudos em áudio no YOUTUBE:
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