Quando
alguma pessoa fizer oferta de manjares ao SENHOR, a sua oferta será de flor de
farinha; nela, deitará azeite e, sobre ela, porá incenso. Da oferta de manjares
tomará o sacerdote a porção memorial e a queimará sobre o altar; é oferta
queimada, de aroma agradável ao SENHOR. Levítico 2:1 e 9.
A oferta de manjares ou oferta de
cereais tipifica Cristo em Seu viver humano. A fina flor de farinha, o elemento
principal da oferta de cereais, significa a humanidade de Cristo, que é fina,
perfeita, tenra, equilibrada, e adequada de toda maneira, sem qualquer excesso
ou deficiência. A fina flor de farinha da oferta de manjares era produzida a
partir do trigo que tinha passado por muitos processos, que significam os
vários sofrimentos de Cristo que O fez “um homem de dores”. Era desprezado e o mais rejeitado entre os
homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens
escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Isaías 53:3.
A oferta de manjares fala da humanidade
pura e perfeita de nosso bendito Senhor, e é um tema que requer a atenção de
todo o verdadeiro filho de Deus. Existe, contudo, uma consideração que devemos
apreciar de uma forma fundamental, que é a doutrina da humanidade de Cristo.
Sabem por quê? Porque satanás tem procurado diligentemente, desde o princípio,
induzir as pessoas em erro a este respeito. Quase todos os erros principais que
se têm introduzido na igreja, revelam o propósito satânico de minar a verdade quanto
à Pessoa de Cristo. No princípio era o
Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de
graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai. João
1:1 e 14.
Todas as ofertas de manjares eram
oferecidas e queimadas sobre o altar, significando que Cristo em Sua humanidade
oferecida a Deus, como alimento, passou por meio do fogo testador. O fogo em Levítico 2 significa o Deus consumidor,
não para julgamento, mas para aceitação. O consumir da oferta de manjares pelo
fogo significa que Deus aceitou Cristo como Seu alimento de cheiro suave. O
preparo da oferta de cereais em um forno, em uma assadeira, ou em uma
frigideira, significa diferentes tipos de sofrimentos experienciados por Cristo
em Sua humanidade. Vocês se lembram de um bolo perfurado, relacionado ao verbo
traspassar? O perfurar ou traspassar dos bolos significa um tipo dos
sofrimentos de Cristo em Sua humanidade.
Contudo, um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e
água. João 19:34.
Na oferta de manjares, o azeite e a fina
flor de farinha são mesclados e não podem ser separados. Consequentemente,
comer a fina flor de farinha é comer o azeite. A figura em Levítico 2 indica
fortemente que a maneira de sermos nutridos com a humanidade de Cristo, e,
portanto experienciá-lO em Seu viver humano é pelo Espírito. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se
alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo
é a minha carne. João 6:51.
A necessidade urgente do nosso coração é
conhecer este Homem perfeito em sua humanidade. Aquele que se fez carne, Ele é
o amado de nossa alma e o nosso coração anseia por isto. Se estivéssemos
compenetrados, providos de uma fé simples, da verdade que à direita da
Majestade nos céus está um Homem real. Um cujo amor é insondável, cujo poder é
onipotente, cuja sabedoria é infinita, cujos recursos são inesgotáveis, cujas
riquezas são inexauríveis, cujo ouvido está sempre atento às nossas petições,
cuja mão está aberta a todas as nossas necessidades, cujo coração está cheio de
ternura e amor inefável por nós. Se tivermos a visão de Cristo quanto mais
felizes e não há nada que o coração possa desejar que não tenhamos em Jesus. Porém Cristo é tudo em todos. E estais
perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade; Colossenses
3:11b. e 2:10.
Quão confortante e edificante é para “o
homem interior” estar ocupado com Aquele que foi perfeito e é perfeito em todos
os Seus caminhos e que em tudo deve ter a preeminência! Queridos irmãos, a
sombra deste Homem perfeito passa perante nós na “flor de farinha” que formava
a base da oferta de manjares. Não havia nela um grão mal moído. Nada desigual,
nada desproporcional, nada revelava aspereza. Não importava qual fosse a
pressão vinda do exterior, a superfície era sempre uniforme. O Senhor nunca foi
perturbado por quaisquer circunstâncias. Nunca teve de retroceder um passo ou
retirar uma palavra. Viesse o que viesse enfrentava sempre as circunstâncias
com aquela uniformidade admiravelmente simbolizada na “flor de farinha”. Agora
podemos entender Hebreus 4:15 Porque não
temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes,
foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
Quem de fato possuía e possui a
perfeição total e absoluta é somente Cristo Jesus. A concepção da humanidade de
Cristo, pelo Espírito Santo, no ventre da virgem descobre um dos mais profundos
mistérios que pode prender a atenção da mente renovada. É plenamente revelado
no Evangelho de Lucas; e isto é inteiramente característico, visto que, através
de todo esse evangelho, parece ser objetivo especial do Espírito Santo revelar,
na Sua maneira terna e divina, “o Homem Cristo Jesus”. Jesus foi perfeito em
toda Sua maneira de viver, porque não tinha pecado. Ele veio para tirar o
pecado, por isso Ele era o ente santo, separado dos pecadores. Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o
Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso,
também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus. Lucas 1:35.
Desta magnífica passagem aprendemos que
o corpo humano que o Filho eterno de Deus tomou foi formado pela “virtude do
Altíssimo”. Um corpo lhe foi preparado. Vamos ler dois textos: Salmos 40:6 e Hebreus 10:5 Sacrifícios e
ofertas não quiseste; abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo
pecado não requeres. Pelo que, entrando no mundo, diz: Sacrifício e oferta não
quiseste, mas corpo me preparaste.
Foi um verdadeiro corpo humano;
verdadeiramente “carne e sangue”. Não há aqui fundamento possível para as
teorias inúteis e inconsistentes do agnosticismo ou misticismo; nenhuma
justificação para as frias abstrações do primeiro ou a fantasia obscura do
último. Tudo é profunda, sólida e divina realidade. O que os nossos corações
necessitam é precisamente o que Deus nos deu. A primitiva promessa havia
declarado que “a semente da mulher havia de ferir a cabeça da serpente”, e
ninguém, a não ser um verdadeiro homem, podia cumprir esta predição, alguém
cuja natureza humana fosse tão real quanto era pura e incorruptível. E todos
aqueles que não creem neste fato da encarnação de Cristo, infelizmente fazem
parte do anticristo. Porque muitos
enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais não confessam Jesus Cristo
vindo em carne; assim é o enganador e o anticristo. 2 João 1:7. Cristo, o
Deus que foi manifestado em carne, foi necessário que sofresse para perfeita
manifestação e pleno cumprimento do grande mistério da redenção. Era Seu supremo
propósito “trazer muitos filhos à glória”. Não queria “ficar só”, e, portanto,
Ele, como “o grão de trigo”, devia “cair na terra e morrer”. Quanto melhor
compreendermos a verdade da Sua Pessoa, tanto melhor compreenderemos a graça da
Sua obra. Quando o apóstolo fala de Cristo como havendo sido consagrado pelas
aflições considera-O como “o príncipe da nossa salvação”. É motivo de grande
alegria e louvor crermos que na Sua morte Ele também nos levou a morrer em Seu
corpo Santo naquela cruz. O Justo morreu pelos injustos para nos conduzir a
Deus. Pois também Cristo morreu, uma
única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus;
morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, 1 Pedro 3:18. Aleluia!
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