Não
cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o
seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma
que pertença ao teu próximo. Êxodo 20:17.
Antes de qualquer coisa é preciso deixar
bem claro a diferença existente entre cobiça, ambição e ganância. É possível
confundirmos uma coisa com a outra e esta confusão pode nos levar a diversas
interpretações equivocadas. Portanto, estejam atentos: Ambição é querer mais,
ganância é nunca estar satisfeito e cobiça é querer o que não é legítimo. O
décimo mandamento trata do culto das coisas. O que é cobiça? Cobiça é o amor
fora de proporção, fora de equilíbrio e fora de lugar. Significa colocar nossa
devoção em “coisas”, como dinheiro, sucesso, fama e transformá-las no centro da
nossa existência, crendo que é o fundamento sobre o qual construímos a
felicidade. As coisas se tornam mais importantes do que as pessoas e suas
necessidades. Mas a felicidade que se origina em coisas costuma ser passageira.
Jesus disse isso de maneira bem melhor em Lucas
12:15 Então, lhes recomendou: Tende
cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não
consiste na abundância dos bens que ele possui.
A Bíblia nos oferece uma enorme lista de
diversas pessoas que cobiçaram de diversas formas diferentes. Adão e Eva
cobiçaram o fruto proibido. Os irmãos de José cobiçaram a posição de favorito
de seu pai. Acã cobiçou uma bela capa babilônica e outros objetos inclusos nos
despojos de Jericó. Acabe cobiçou a vinha de Nabote. Amnom cobiçou Tamar.
Absalão cobiçou a coroa de seu pai. Simão, o mágico, cobiçou o poder de cura
dos apóstolos. Demas cobiçou “este presente século”. Quem pode isentar-se de
pelo menos uma forma de cobiça destas aqui listadas pela Palavra de Deus? Cada um é tentado pela sua própria cobiça,
quando esta o atrai e seduz. Tiago 1:14.
Vemos nas Escrituras que a cobiça surge
em nosso coração através da insatisfação. A cobiça revela a nossa insatisfação.
Freud dizia que o homem é insatisfeito por natureza. Um repórter perguntou a
Nelson Rockefeller: “Quanto dinheiro é necessário para ser feliz?”. O magnata
respondeu: “Um pouco mais”. Salomão tinha razão: Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca
se farta da renda; também isto é vaidade. Eclesiastes 5:10.
Vivemos numa sociedade que nos
transforma em pessoas infelizes se não consumirmos. Os marqueteiros
sofisticados de hoje gastam milhões de reais e trabalham de sol a sol, com o
único propósito de tornar você infeliz e insatisfeito com o que tem. Com toda a
sua habilidade, talento e treinamento, buscam convencer-nos de que se apenas
comprássemos isto ou aquilo, nos sentiríamos mais felizes e seguros neste velho
mundo. Ficar chateado por não adquirir algo que tanto queríamos, comprova a
cobiça existente em nós! Seja a vossa
vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito:
De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei. Hebreus 13:5.
A avareza é o apego demasiado e sórdido
ao dinheiro, é o desejo de adquirir e acumular riquezas. Desse modo, os bens
materiais se transformam em “deus” para os tais avarentos. Essas coisas são
próprias para quem teme o futuro, desconfia de Deus e da Sua providência. Não
somente a avareza, mas também a inveja pertence a esse grupo de pecados. A
avareza e a cobiça caminham juntas. Ambas são impróprias para quem busca o
reino de Deus. Ora, os que querem ficar
ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e
perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males;
e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com
muitas dores. 1 Timóteo 6:9-10.
A vida é tão alegre às sacudidelas num
velho fiat uno, quanto dentro de um BMW. Um casal que tem prazer na companhia
um do outro pode deleitar-se tanto com um jantar de cachorro-quente e feijão,
quanto comer faisão com molho de ameixas em um restaurante cinco estrelas. Você
pode dizer que horas são tão bem com um relógio Champion de cem reais quanto
com um Rolex de mil reais. Paulo disse a Timóteo: Tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes. 1 Timóteo
6:8.
Uma vez que Paulo encontrou a verdadeira
fonte artesiana do contentamento, tudo o mais tinha o sabor de refrigerante
morno. Por que não devo cobiçar a casa, a mulher de meu próximo, ou tudo que
ele tem? Porque Deus sabe que no momento em que começamos a andar por esse caminho,
jamais teremos o suficiente. As coisas materiais não podem satisfazer nossas
mais profundas necessidades. Toda a
nossa insatisfação é produto de uma alma não satisfeita. Somente o Senhor pode
nos satisfazer plenamente. Jeremias
31:25 Porque satisfiz à alma cansada, e
saciei a toda alma desfalecida.
Uma conhecida cadeia de supermercados
costumava começar seu comercial com a pergunta: “Quais são os seus sonhos?
Diga-me o que você realmente deseja para si mesmo e sua família”? O que eles
querem é que você “sonhe” em termos materiais, autoindulgentes: uma casa maior,
um carro novo, uma piscina ou um cruzeiro de duas semanas. Mas um homem
regenerado, aquele que conhecia o Senhor, atrapalhou bastante esse comercial
quando respondeu: “O que realmente quero não tem muito a ver com dinheiro. O
que desejo é uma família que ame o Senhor e ande com Deus. O que aspiro
ansiosamente para meus filhos é um coração fiel a Cristo, sem levar em conta
suas finanças ou circunstancias”. Que benção! Como é bom quando uma família
serve ao Senhor! Porém, se vos parece
mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem
serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus
em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR. Josué 24:15.
Por que o Senhor instituiu o nono
mandamento? Porque Deus sabe tudo sobre a cobiça. Ele sabe que aquilo que
cobiçamos não vai durar. As coisas que as pessoas anseiam possuir e pegar nas
mãos irá um dia escorregar entre os seus dedos. A vida na terra é incerta e
frágil, por isso o nosso Pai celestial quer que nos concentremos naquelas
coisas que vão permanecer para sempre. 2
Coríntios 4:18 Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não
vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.
A cobiça está por trás dos nove
mandamentos anteriores. A cobiça leva uma pessoa a trabalhar sete dias na
semana e não apenas seis. A cobiça leva uma pessoa a desonrar seus pais, se
estes atrapalharem seus planos ambiciosos. A cobiça leva uma pessoa a matar
outra, se sentir alguma ameaça. A cobiça leva uma pessoa a adulterar, manchando
seu leito e o de outra família. A cobiça leva uma pessoa a tirar do outro o que
não lhe pertence. A cobiça leva uma pessoa a prejudicar outra, com falso
testemunho, para benefício próprio. Portanto, não é apenas o “cobiçar” homem ou
mulher, através do olhar, que se transforma numa traição; se desejamos o que
não nos pertence ou nos iludimos com algo ou alguém que não é lícito
possuirmos, já estamos a cometer adultério e a condenar a nossa alma à
perdição. Como se ver livre disso? Morrendo! Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim. Gálatas 2:20a. Amém.
Ouça os estudos em áudio no YOUTUBE:
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