"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sábado, 21 de novembro de 2015

A MESA DO SENHOR


Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos. Mateus 26:26-27.
A ordenação da Ceia do Senhor deve ser considerada por toda mente espiritual, como uma prova particularmente tocante do benigno cuidado do Senhor e de Seu terno amor por Sua Igreja. Desde a época
de sua instituição até o tempo presente, a Ceia tem sido um testemunho contínuo, embora silencioso, da verdade que o inimigo tem procurado corromper e colocar de lado por todos os meios ao seu
alcance, de que a redenção é um fato consumado para ser desfrutado até pelo mais simples renascido em Jesus. A Ceia continua a comunicar, a todo ouvido circunciso e a toda mente espiritual, a mesma verdade profunda e preciosa, pois ela anuncia “a morte do Senhor até que venha”. Porque, todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha. 1 Coríntios 11:26.
O corpo foi oferecido, o sangue foi derramado uma vez, para não ser mais repetido; e o partir do pão nada mais é do que o memorial dessa verdade emancipadora. Portanto, com que profundo interesse e gratidão deveria aquele que nasceu de novo contemplar “o pão e o cálice”! Sem que seja proferida uma única palavra, são ali anunciadas
verdades ao mesmo tempo tão preciosas quanto gloriosas: a graça reinando; a redenção consumada; o pecado tirado; a justiça eterna introduzida; o aguilhão da morte banido; a glória eterna assegurada; “graça e glória” reveladas como o dom gracioso de Deus e do Cordeiro; a unidade de “um só corpo”, assim batizado por “um Espírito”. Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. 1 Coríntios 12:13.
A mesa do Senhor é uma grande festa, porque conduz a alma, num abrir e fechar de olhos, de volta no tempo, através de um período de dois mil anos, e mostra-nos o próprio Senhor, “na noite em que foi traído”, sentado à mesa da ceia e instituindo ali uma festa que, desde aquela noite solene até ao raiar da manhã, deveria conduzir cada filho de Deus, ao mesmo tempo, para a cruz que passou e para a glória que nos foi transmitida e virá! Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos. João 17:22.
A mesa do Senhor tem fortalecido; confortado e levado refrigério ao coração de muitos amados filhos de Deus. É doce pensarmos nisto; é doce termos em mente, quando nos reunimos, no primeiro dia da semana, em torno da mesa do Senhor, que apóstolos, mártires e santos têm se reunido em torno deste banquete e encontrado ali, segundo a sua medida de compreensão, refrigério e bênção. Que eu e você, possamos penetrar com mais alento e inteligência no significado da Ceia do Senhor, e com uma experiência mais profunda nessa bem-aventurança que é o partir aquele pão que é a “comunhão do corpo de
Cristo” e o beber daquele cálice que é a “comunhão do sangue de Cristo”. Porventura, o cálice da bênção que abençoamos não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos não é a comunhão do corpo de Cristo? 1 Coríntios 10:16.
Se você, pela graça de Deus, creu em sua atração, crucificação, morte e ressurreição com Cristo, então deve bendizer ao Senhor por sua bondosa consideração instituindo, em vista de nossa necessidade, um memorial da Sua paixão, e também por haver estabelecido uma mesa à qual todos os Seus membros possam se achegar, sem qualquer outra condição além daquela que é indispensável: a ligação pessoal e obediência a Ele. O bendito Senhor conhecia muito bem a inclinação dos nossos corações de nos esquivarmos Dele, e uns dos outros, e pelo menos um dos Seus propósitos na instituição da Ceia foi o de impedir esta nossa tendência. Por isso somos exortados à unidade, conforme Paulo nos diz em 1 Coríntios 1:10 Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no mesmo parecer.
A mesa do Senhor nos mostra que Ele desejava reunir o Seu povo em torno da Sua bendita Pessoa; desejava pôr lhes uma mesa onde, tendo em vista o Seu corpo ferido e o Seu sangue derramado, pudéssemos lembrar-nos Dele e da intensidade do Seu amor por nós, e de onde eu e você pudesse também olhar adiante, para o futuro, e contemplar a glória da qual a cruz é o eterno fundamento. Ali, mais do que em qualquer parte, nós aprendemos a esquecer das nossas divergências e a amarmos uns aos outros; ali podemos ver à sua volta aqueles que o amor de Deus havia convidado para banquetear, e aos quais o sangue de Cristo nos tem tornado idôneos para que ali estivéssemos. Dando graças ao Pai, que vos fez idôneos à parte que vos cabe da herança dos santos na luz. Comei e bebei, amigos; bebei fartamente, ó amados. Colossenses 1:12 e Cântico 5:1b.
Se não compreendermos a natureza desta ordenança, vamos nos perder em nossos pensamentos acerca da mesa do Senhor. A Ceia é, portanto, pura e simplesmente uma festa de ação de graças, de agradecimento por graça já recebida. O próprio Senhor, quando da sua instituição, assinala o seu caráter dando graças: E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de mim. Lucas 22:19.
Louvor, e não oração é a expressão adequada àqueles que se sentam à mesa do Senhor. É verdade que tenhamos muito pelo que orar, muito a confessar, muito que lamentar, mas a mesa não é lugar para lamentações. Nosso cálice é um “cálice de bênção”, um cálice de ação de graças, o símbolo divinamente designado para aquele sangue precioso que obteve nosso resgate. Como, então, poderíamos parti-lo
com corações tristes ou semblantes carregados? Poderiam os membros de uma família, depois das fadigas do dia, se assentar à mesa da ceia com corações tristes e semblantes descaídos? É claro que não. A ceia era a refeição mais importante da família, a única que reunia toda a família. Os rostos que talvez não fossem vistos durante o dia, certamente estariam presentes à mesa da ceia, e não há dúvida de que se sentiriam felizes por estarem ali. O mesmo deveria acontecer na Ceia do Senhor: a família deveria estar reunida ali, e quando reunidos, deveriam estar alegres, verdadeiramente felizes, no amor que os une e os reúne. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Atos 2:44.
É verdade que cada coração pode ter a sua própria história peculiar; suas tristezas íntimas, provas, fracassos e tentações, coisas essas desconhecidas de todos os demais; mas não são elas o objeto a ser contemplado na ceia: expô-las seria desonrar o Senhor da festa, e fazer do cálice de bênção um cálice de dor. A mesa do Senhor deve ser celebrada com festa. Por quê? Vamos ver a resposta em Lucas 12:37
Bem-aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, os encontre vigilantes; em verdade vos afirmo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à mesa e, aproximando-se, os servirá.

O Senhor nos convidou para a festa, e ordenou que, apesar de todas as nossas deficiências, puséssemos a plenitude do Seu amor e a eficácia do Seu sangue entre as nossas almas e tudo mais; e quando o olhar da fé está ocupado com Cristo, não há lugar para nada mais. Por isso, a responsabilidade que cabe à Igreja é a de se conservar pura na doutrina, pura na prática e nas suas associações, e tudo isso com base no fato de ser a Casa de Deus. Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, SENHOR, para todo o sempre. Salmos 93:5. Amém.   

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