Porque
Cristo enviou-me não para batizar, mas para pregar o evangelho; não em
sabedoria de palavras, para que a cruz de Cristo se não faça vã. 1 Coríntios
1:17.
Jesus determinou claramente que seus
discípulos pregassem o Evangelho. Não há a menor dúvida na ordem do Senhor
Jesus. Ide por todo o mundo e pregai o
Evangelho a toda criatura. Marcos 16:15.
A missão principal que glorifica a Jesus
Cristo é a pregação do Evangelho. Os discípulos deveriam se envolver
fundamentalmente com a pregação marcante da boa nova ou Evangelho da salvação.
Tudo o que eles deveriam fazer para as pessoas era: Pregar o Evangelho. O fato
de pregarmos a Bíblia nem sempre significa que estamos pregando o Evangelho.
Muitas vezes nossas prédicas ressaltam mais a lei do que a graça. A lei aponta
para aquilo que precisamos fazer; enquanto a graça trata do Evangelho, de tudo
aquilo que Deus já fez por nós em Cristo Jesus, e está fazendo em nós, mediante
o seu Espírito. Pregar o Evangelho nada tem a ver com a mensagem que mostra
aquilo que o homem tem que realizar. A ênfase da pregação do Evangelho se
fundamenta em tudo o que Deus já fez por meio de Jesus Cristo. Peter De Jong
dizia que uma das características dos falsos profetas e pregadores tem sido
sempre pregar o que o povo quer ouvir. A mensagem do Evangelho causa
constrangimento ao mérito humano, pois anula por completo os valores e
importância de nossa parte. Como ensina Agostinho, a graça de Deus não encontra
homens aptos para a salvação, mas torna-os aptos a recebê-la. Sabemos pelas
Escrituras que a mensagem do Evangelho se vincula essencialmente com a morte e
ressurreição de Jesus Cristo. A boa notícia proclamada na base do Evangelho se
fundamenta na morte e ressurreição de Jesus, produzindo efeitos universais e
eternos em favor de cada pessoa. Também
vos notifico, irmãos, o Evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também
recebestes e no qual também permaneceis; pelo qual também sóis salvos, se o
retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão. Porque
primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras. 1Coríntios 15:1-4.
Aqui o apóstolo Paulo mostra que a
pregação do Evangelho aborda os resultados decorrentes da morte, sepultamento e
ressurreição de Jesus Cristo, em benefício da humanidade. A Bíblia revela que o
pecado entrou no mundo por um homem e contaminou a raça inteira. Todos nós já
nascemos neste mundo corrompidos pelo pecado e particularmente depravados. Em
virtude do pecado original somos uma geração perversa e radicalmente contrária
a tudo que se relaciona à santidade de Deus. Nascemos iníquos; cada um tende a
agradar a si mesmo, e a tendência de agradar o eu é o início de toda a
desordem. A criança mais ingênua já traz uma dose mortal de rebeldia,
fingimento e egoísmo, que a torna naturalmente desobediente, mentirosa e possessiva.
Os mais profundos problemas do homem estão dentro dele mesmo. É em nosso coração que está o mal, e é de lá
que ele precisa ser arrancado, já dizia o revolucionário e agnóstico Bertrand
Russell. Mesmo sem apresentar uma solução satisfatória para o coração do homem,
Russell sabia que o problema do homem está nele mesmo, e que tudo o que o homem
toca, ele perverte, como ensinava Philip Hughes. O Evangelho é a solução de
Deus para o problema do coração do homem. Do mesmo modo que o pecado entrou no
mundo por um homem, Adão, poluindo completamente toda a humanidade; assim
também, por um homem, Jesus Cristo, entrou a graça do Evangelho para libertar
todo aquele que nele crê. O Evangelho é a mensagem cristã destinada àqueles que
fizeram o melhor que podiam e falharam. É o anúncio de Deus que apresenta a
conclusão final para a questão embaraçosa do pecado no coração humano. O grande
pregador inglês Campbell Morgan mostrou com precisão: O Evangelho não denuncia
pecado nem pronuncia julgamento. Ele anuncia salvação. Ele é a proclamação dos
atos divinos de libertação plena, realizados em Jesus Cristo, em prol do
condenado indigno e incapaz. O Evangelho da graça é a satisfação de Deus às
exigências da lei. Não há requerimento da lei que não esteja cumprido nos requisitos
do Evangelho.
Deste modo, pregar o Evangelho é
anunciar abertamente e com clareza tudo aquilo que Cristo fez na cruz em
proveito de todos os pecadores. É apregoar a morte de Jesus como total
favorecimento da graça, na substituição do pecador. Ninguém precisa se
sacrificar mais, para conseguir amenizar as consequências do pecado. Pregar o Evangelho é publicar os efeitos
espirituais da reabilitação moral mediante a justificação compartilhada no
sacrifício de Cristo crucificado. Uma vez que Deus nos identificou na morte
juntamente com Cristo, temos garantido o nosso perdão incondicional. Pregar o
Evangelho é enaltecer a obra consumada de Cristo, contentando as solicitações
reclamadas na ética requintada da lei. É aclamar a vitória de Cristo ressuscitado
como suficiente para suprir os efeitos do pecado, no coração do ser humano.
O grande risco do Cristianismo é pregar
religiosidade presumindo estar pregando o Evangelho. Não há nada mais distante
do Evangelho do que uma religião baseada em nossos esforços, a fim de merecer
as credenciais da salvação e nos tornar empenhados no programa da santificação.
O Evangelho não é uma conquista de nossa diligência, mas uma dádiva de Deus
ante nossa inabilidade espiritual e vileza moral. O Evangelho da graça procede
da cruz, de Cristo crucificado, assim como, a luz e o calor na terra provêm do
sol. Por este motivo, o apóstolo Paulo tomou o cuidado de mostrar o perigo de
se esvaziar a pregação do Evangelho com a sublimidade de palavras. Frequentemente
nós deixamos escapar a essência do Evangelho com um discurso eloquente tecido
na excelência das palavras. O apóstolo enfrentou esta crise quando esteve em
Atenas. Por isso, quando chegou em Corinto tomou o cuidado de pregar uma
mensagem particularmente evangélica. Porque
nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. A
minha palavra, e a minha pregação, não consistiu em palavras persuasivas de
sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, para que a vossa
fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus. 1Coríntios 2:2,4-5.
A mensagem do Evangelho está estribada
totalmente na graça de Deus sob os efeitos da obra de Cristo crucificado. A
ênfase na pregação do Evangelho recai no milagre Divino de transformar o pecador
pelos méritos suficientes de Jesus Cristo crucificado. A pregação viva do
Evangelho é um desencadear maravilhoso de prodígios. E a maior maravilha que
Deus pode fazer atualmente, é tomar um homem do mundo, contaminado pelo pecado,
sem a menor evidência de santidade, e torná-lo santo mediante a obra perfeita
de Cristo crucificado, colocando-o de volta naquele mesmo mundo impuro,
conservando-o santo, pelo poder da vida de Cristo ressuscitado. Porque não me envergonho do Evangelho de
Cristo, pois é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê: primeiro
do judeu, e também do grego. Romanos 1:16.
O Evangelho não nos torna perfeitos aqui
na terra, mas nos faz perfeitamente dependentes de toda a perfeição de Cristo,
para que, a nossa perfeita aceitação diante de Deus, seja somente, mediante a
graça. Amém! Graça e paz.
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