"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sábado, 2 de agosto de 2008

COMO VENCER A TENTAÇÃO

Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar. 1 Coríntios 10:13.

Existem duas palavras gregas e uma hebraica envolvida neste verbete denominado tentação. Na palavra hebraica aparece "MASSAH", que significa "teste" ou "provação" que aparece por cinco vezes no Antigo Testamento. Já a palavra grega "PEIRASMÓS" que significa "teste" ou "prova", é usada no Novo Testamento por vinte vezes. Outra palavra grega usada também no Novo Testamento é "PEIRÁZO", que significa "testar" e/ou "submeter à prova", e essa palavra ocorre por trinta e seis vezes. No original grego, tentação é "peirasmos", que significa "teste", "provação", ou seja, "tentação para a prática do mal". Esse vocabulário pode incluir ou não a idéia de alguma questão moral envolvida. Pode simplesmente indicar um teste difícil, uma prova, e não alguma tentação tendente à prática do mal, uma incitação ao pecado. Por outro lado, essa palavra pode envolver a idéia de incitação ao pecado. Agora precisamos analisar que as tentações à prática do mal ou "tribulações" são humanas. Isso significa apenas que pertencem aos homens, comuns a seu nível, comuns à sua experiência terrena, pelo que também não podem ser algo extraordinário e avassalador para nós. Há uma bem-aventurança especial pronunciada em prol daqueles que resistirem às tentações, a saber, a "coroa da vida", e isso por promessa de Deus.Tiago 1:12 Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.

Entretanto, quando a tentação surge, desaparece a euforia, e com freqüência o cristão sucumbe. Torna-se confuso e fica imaginando como é que pode ser tentado, se Cristo mora dentro dele. Muitas vezes se ouve muitas perguntas do tipo: "Se Cristo está em mim, como é que eu pude ser tentado daquele jeito? Como é possível eu abrigar os pensamentos que me sobrevém?" Devemos entender que tentação não é pecado. Jesus o Filho de Deus, foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado. Lemos em Hebreus 4:15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.

Precisamos ter a ousadia de aceitar esse versículo exatamente como ele se apresenta: Jesus, o homem perfeito, impecável, conheceu a tentação em todas as áreas da vida, de todas as maneiras, como ocorre conosco. Tal compreensão nos convenceria, finalmente, que ser tentado não é pecado; entretanto, cristãos em números incontáveis se autocondenam porque sentem o chamado da tentação. A avaliação exata do que é tentação nos livrará de estar em constante luta contra ela. Nós a reconheceremos como o método escolhido por Deus para firmar-nos na fé. Antes de morrermos e ressuscitarmos com Cristo, éramos um com o mundo, que "jaz no maligno", mundo que consiste de "concupiscência da carne", a concupiscência dos olhos e a "soberba da vida". Agora que fomos libertos em Cristo, fomos transportados para outro Reino, o Reino do Filho do Seu amor! Nós só vamos conseguir ver a feiúra deste mundo estando fora dele. Quando estamos em Cristo é que percebemos como o mundo é na realidade. Vendo-o, sabemos que já não temos parte com ele. Tentação é apelo forte para que voltemos às trevas. É apelo à nossa humanidade, aos nossos apetites físicos, às nossas reações normais de nossas emoções e racionalizações.Vejamos passo a passo o processo da tentação em Tiago 1:14-15 Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

As palavras que Tiago usa são importantes para a nossa compreensão do que está acontecendo. A palavra "cobiça" em geral vem associada ao mal. Contudo, na realidade cobiça significa simplesmente "desejo ou paixão"; anseios normais para a nossa carne humana. A palavra "seduzir" sugere a idéia de "atrair com boa isca", vocabulário próprio de caçadores e pescadores. Significa literalmente, "enganar mediante uma isca". Quando utilizamos palavras como "seduzir" e "isca", imediatamente pensamos em estímulos, excitação, em atração na direção de algo. O âmago da tentação é que nossos desejos humanos são atraídos fortemente na direção de algo existente no mundo. Tiago nos diz que isto não é pecado. Só se torna pecado quando o desejo concebe, ao passarmos da reação à decisão, a fim de perseguir com deliberação o que desejamos. Nós não recebemos corpo ressurreto quando Cisto vem habitar em nós; continuamos a manter ainda todos os apetites físicos normais e comuns ao gênero humano. Ainda sentimos fome, sede, atração sexual, e sentimos-nos cansados após longo dia, exatamente como Jesus se sentia. Se viciamos nosso organismo com drogas, álcool ou pornografia antes de termos sido mortos com Cristo na cruz, não será incomum o corpo sofrer alguns retrocessos e enviar mensagens ao cérebro solicitando alivio para as tensões, como o fazia antes. Portanto, ser tentado não é pecado. Pecado é quando nos rendemos à tentação, por isso Jesus nos adverte a que fiquemos bem acordados e não deixemos de orar. Lucas 22:46 e disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.

O Getsêmani nos mostra Jesus enfrentando as maiores tentações de sua vida. Muitas vezes ele falara de sua morte aos discípulos, morte que se aproximava, e de sua ressurreição. Havia mostrado a eles com clareza que era da vontade do Pai que ele, o Filho, sofresse e morresse. No getsêmani, sendo homem verdadeiro, tudo em sua carne tentava afastá-lo para longe da determinação divina. Aquela tentação foi tão grande que Jesus perguntou ao Pai se não haveria outro caminho. Contudo, nem aqui o Senhor pecou. Pecado é seguir o desejo e escolher a prática proibida. E a realidade baseada em fatos é que raramente os "crentes" vão tão longe. Porém, existem muitos crentes que usam máscaras em todas estas áreas, fingindo que não experimentam reações diante da vida. O fato é que tais crentes estão entre os primeiros a queimar-se espiritualmente, porque a pessoa não consegue viver na irrealidade. A tentação é uma coceira que Deus permite em nossa vida para que possamos crescer um pouco mais em nossa dependência de Jesus. João 15:5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

Ninguém resiste à tentação mediante força de vontade. Mas nós resistimos e a vencemos ao nos voltarmos para Cristo, nossa vida interior. Cristo é reconhecidamente a resposta positiva aos desejos que foram estimulados de maneira negativa. Se fomos convocados para a impaciência, Ele é nossa paciência. Se para o ódio e amargura, ele é nosso amor e nosso perdão. É neste sentido que Deus escolheu a tentação para ser o veículo pelo qual glorificaremos a Jesus durante toda a vida. Atirados num mundo de trevas pesadas, a luz de Cristo dentro de nós é claramente vista. Ninguém vence a tentação mediante a força de vontade. Ainda que tenhamos forças suficientes em nós mesmos para dizer "não", já falhamos e fomos reprovados no teste. Deus não deu permissão à tentação em nossa vida para que mostrássemos ao mundo a força da nossa vontade; a tentação é o meio pelo qual permitirmos que Cristo viva poderosamente em nós. A nova criatura jamais diz "não" à tentação, mas diz "sim" a Cristo, porque ele foi tentado em tudo, e somente Ele pode nos socorrer. Pois, naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados. Hebreus 2:18.

Martinho Lutero disse certa vez: "Minhas tentações têm sido minhas mestras em teologia". A tentação apenas apresenta uma escolha. Embora a tentação seja a principal arma de Satanás para a destruição, Deus quer utilizá-la para nos fortificar. Todas as vezes que nós escolhermos fazer o bem em vez de pecar, estaremos desenvolvendo o caráter de Cristo em nós. Para compreendermos isso, necessitamos primeiramente identificarmos as qualidades do caráter de Jesus. Uma das mais sucintas descrições de seu caráter são o fruto do Espírito, pois Jesus Cristo é a perfeição do amor, da alegria, da paciência e de todos os outros frutos encarnados em uma única Pessoa. Ter o fruto do Espírito Santo é ser semelhante a Cristo. Todo aquele que creu na sua morte com Jesus na mesma cruz, pela ressurreição recebe a vida de Cristo, e com isso Deus desenvolve o fruto do Espírito em sua vida, permitindo que você passe por situações difíceis, para o desenvolvimento do caráter santo de Cristo em você. Assim sendo, todo nascido de novo será tentado em suas fraquezas, mas tentação não é pecado; pecado é ceder a tentação. Martinho Lutero disse que: "você não pode impedir que os pássaros voem sobre sua cabeça, mas pode impedi-los de fazer ninho nela". É muito interessante que o nosso inimigo sabe exatamente onde reside a nossa fraqueza e tenta de tudo para nos devorar, mas a Bíblia nos alerta. Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; 1 Pedro 5:8.

Assim quando surge uma doença grave em uma pessoa ou ocorre um acidente, se faz necessário buscar um pronto socorro imediatamente, senão o individuo poderá vir a morrer. Da mesma forma quando a tentação surgir, devemos pedir ajuda do nosso Pai-celestial que tem uma linha direta para emergência 24 horas por dia, 365 dias por ano. Deus quer que nós peçamos ajuda a Ele quando a tentação passar a existir. Lemos em Salmos 50:15 invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.

A Bíblia nos garante que nossos pedidos de socorro serão ouvidos, porque Jesus Cristo se compadece das nossas fraquezas, pois Ele enfrentou as mesmas tentações que enfrentamos. Se Ele está esperando para nos ajudar a derrotar as tentações, por que não pedimos sua ajuda com mais freqüência? Ou será que às vezes não queremos ser ajudados? Quando abdicamos a sua ajuda é porque queremos ceder as tentações, embora saibamos que é errado. Nesses momentos, pensamos saber mais do que Deus o que é melhor para nós. Em outros momentos ficamos envergonhados de pedir auxilio a Deus, porque vimos cedendo à mesmas tentações várias e várias vezes. Mas nunca podemos nos esquecer de que Deus jamais se irrita, nem se aborrece ou perde a paciência, enquanto continuamos nos voltando para Ele. O nosso Deus é a própria essência do amor e o Seu amor não se esgota. Se você tiver de clamar pela ajuda de Deus mil vezes por dia a fim de vencer uma tentação em particular, ele ainda estará ávido para lhe dar misericórdia e graça. Peça-lhe forças para fazer a coisa certa e depois espere que Ele lhe supra, pois Deus é fiel. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Hebreus 4:16. As tentações nos mantêm dependentes de Deus. Assim como as raízes crescem mais fortes quando o vento sopra contra a árvore, todas as vezes que enfrentamos uma tentação e as levamos ao Pai, nos tornamos mais semelhantes a Jesus Cristo.

Pr. Cláudio Morandi - 31/08/2007

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