"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sábado, 2 de agosto de 2008

ETERNA CRUZ

Porque não me enviou Cristo para batizar, mas para pregar o evangelho; não com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo. Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus. 1 Coríntios 1:17-18.

As únicas pessoas que têm verdadeira autoridade sobre Satanás são as que decidem viver uma vida de cruz, permitindo que ela as liberte de toda a busca, serviço e promoção do ego. Alguém disse certa vez que "quando chama um homem, Jesus o convida: venha e morra". Não temos razão ou direito a escolher outro caminho que o caminho que Deus escolheu em Jesus Cristo. A cruz é tanto um símbolo da nossa salvação quanto um padrão para nossa vida. Portanto, devemos sempre ter em mente de que não há um caminho para Ele e outro para nós. Ensinar que há dois caminhos é uma fraude satânica. Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas. Eles o condenarão à morte. Mateus 20:18.

Jesus estava considerando com seus discípulos sobre o caminho da cruz que culminaria na sua morte em Jerusalém. A ênfase de Jesus Cristo para com os seus discípulos era a centralidade da cruz, porque somente através da cruz eles poderiam ser vitoriosos. A morte de Cristo é a conquista que nos salva, e não os nossos passos atrapalhados nessa escada da salvação. A menos que nós vivamos pela fé na conquista dos eventos ocorridos na Sexta-feira da Paixão, jamais entenderíamos como Deus pode justificar e aceitar nós como seus filhos, que nascemos neste mundo pecadores e sob a condenação do inferno. Mas quando aprendemos a ver Deus e sua salvação na perspectiva da cruz, vemos as coisas de uma maneira diferente. O princípio da cruz é que Deus faz as coisas de mane ria surpreendente e contraditória. Para inspirar o nosso louvor, ele usa as vestes engraçadas da fraqueza e da loucura. Para fazer tudo, ele parte do nada. Para livrar os pecadores, decide ser derrotado por eles. Então, o crucificaram e repartiram entre si as vestes dele, lançando-lhes sorte, para ver o que levaria cada um. Marcos 15:24.

Quando nós acostumamos a essa maneira esquisita de ver as coisas, a salvação se torna clara e maravilhosa. Podemos estar seguros de que somos justificados aos olhos de Deus, porque Ele também é esquisito, pois nos vê segundo a morte vicária de seu Filho na cruz: Porque eu, mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim. Gálatas 2:19-20. Por esse motivo, podemos ter absoluta confiança no amor de Deus quando perdemos toda a confiança em nós mesmos. Podemos estar cheios de alegria em Deus, porque a cruz opera em nós três maravilhosas realizações, a saber, salva os pecadores, revela Cristo e vence o mal. Podemos nos alegrar grandemente, porque a cruz tudo transforma. Ela nos dá um relacionamento novo de adoração a Deus, uma compreensão nova e equilibrada de nós mesmos, um incentivo novo para nossa missão, um novo amor para com nossos inimigos e uma nova coragem para encarar as perplexidades do sofrimento, porque quando morremos na cruz em Cristo, toda peleja agora pertence ao Senhor Jesus. É por isso que Paulo diz em 2 Coríntios 12:10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco, então, é que sou forte.

A obra da cruz em nossa vida é eterna, e os efeitos da cruz de Cristo nos purificam completamente. Podemos entender por revelação de Deus, que o maior grau de auto-renúncia, de crucificação e de rendição a Deus, ocorre após a pureza de coração. Há um número enorme de coisas que não são pecaminosas na vida de uma nova criatura, mas o apego a elas impede uma maior plenitude do Espírito Santo e uma mais ampla cooperação com Deus. A sabedoria infinita toma-nos pela mão, e dispõe as coisas para levar-nos através de crucificação profunda, interior, às nossas melhores partes, nossa sublime razão, nossas mais brilhantes esperanças, nossas acariciadas afeições, nossas opiniões religiosas, nossa mais sincera amizade, nosso zelo piedoso, nossa impetuosidade espiritual, nossa arrogância espiritual, nosso credo e igrejismo, nosso sucesso, nossas experiências religiosas, nossos confortos espirituais. A crucificação continua até que verdadeiramente estejamos mortos e desligados de todas as criaturas, de todos os pensamentos, de todas as esperanças, de todos os planos, de todos os ternos anseios do coração, de todas as preferências; mortos para todos os problemas, todas as tristezas, todos os desapontamentos; igualmente mortos para todo louvor ou culpa, fracassos, conforto ou aborrecimentos, mortos para todos os desejos que ocupem o lugar do Pai, exceto para Cristo. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Porquanto, para mim, o viver é Cristo. Gálatas 5:24 e Filipenses 1:21A.

A cruz é um microscópio que localiza Deus no emaranhando de nossa pecaminosidade fraca e tola e seu amor vulnerável e imerecido para com seus inimigos. Conhecer a Deus pela cruz é conhecer o nosso pecado e seu amor redentor. "A mensagem da cruz é loucura", mas esta é a mensagem de Deus para o seu povo. E Deus mostra que é Deus precisamente no fato de que Ele é poderoso na fraqueza, glorioso na humilhação, vivo e vivificado na morte. Somente Deus é grande o suficiente para ganhar perdendo. Somente Deus é amoroso o suficiente para amar o que não pode ser amado. Somente Deus é eterno o suficiente para ser tragado pelo tempo e pela morte e ainda sobreviver para contar como foi. A cruz intensifica o rei divino que bancou o louco para acabar com a loucura do pecado e da morte. Porquanto quem morreu está justificado do pecado. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; Romanos 6:7 e 22

Hoje em dia a mensagem da cruz não incomoda mais o mundo, isto porque a Palavra da cruz, o poder de Deus e a sabedoria de Jesus Cristo crucificado, são notáveis pela sua ausência. Quando Jesus Cristo crucificado não é proclamado e vivido por amor, a igreja se torna uma sociedade entediada e entediante. Não há poder, não há desafio, não há fogo. Não há mudança. Tornamos enfadonho o que deveria ser dramático. Um cristão é um amante de Cristo e da sua cruz. Hoje o que se prega muito é uma graça barata, e a definição de graça barata é graça sem cruz. Para o apóstolo Paulo, qualquer espiritualidade que rejeita a cruz, mesmo que conduza às alturas da contemplação mística, é inteiramente desprovida de poder e de sabedoria, e, portanto, inútil. Paulo não fala apenas de um Cristo crucificado, mas também de homens e mulheres crucificados. Mesmo um estudo superficial da história da igreja revelará que o Espírito de Deus sopra com força de furacão apenas através dos profetas e amantes que se entregaram à insensatez da cruz. A nossa morte e ressurreição com Cristo é uma mensagem fiel e afiançada pelo próprio Deus. Fiel é esta palavra: Se já morremos com ele, também viveremos com ele; 2 Timóteo 2:11.

A cruz eterna revela o verdadeiro amor de Deus aos pecadores perdidos. E o verdadeiro amor tem propósito em sua autodoação; não faz gestos irresponsáveis e aleatórios. Se uma pessoa se atirasse do quebra-mar e se afogasse, ou entrasse num edifício em chamas e morresse queimada, e se o seu auto-sacrificio não tivesse um propósito salvador, ela me convenceria da sua tolice, não do seu amor. Mas se eu me estivesse afogando no mar, ou me encontrasse preso num edifício em chamas, e foi na tentativa de me salvar que a pessoa perdeu a vida, então eu verdadeiramente veria amor e não tolice em sua ação. Assim também a morte de Jesus na cruz não pode ser vista como uma demonstração do próprio amor, mas somente se Ele deu a sua vida a fim de salvar a nossa. Na cruz de Cristo o amor e a justiça de Deus são simultaneamente revelados, de modo que podemos falar do seu amor somente em conexão com a realidade da cruz. Está escrito em 2 Coríntios 5:14 Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. O constrangimento do amor de Cristo descansa numa convicção. É porque estamos convencidos do propósito e custo da cruz, a saber, que devemos a nossa vida à sua morte, que sentimos o aperto constrangedor do amor sobre nós, o qual não nos deixa alternativa a não ser viver para Ele. 2 Coríntios 5:15 E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.

Voltemos ao apóstolo Paulo para verificarmos um pouco mais sobre a sua mensagem. Ele não achou ser anomalia alguma definir o seu evangelho como a "mensagem da cruz", seu ministério como "a pregação de Cristo crucificado", o batismo como a iniciação "da sua morte" e a Ceia do Senhor como a proclamação da morte do Senhor. Ele ousadamente declarou que, embora a cruz parecesse loucura ou "pedra de tropeço" aos que confiam em si mesmos, era de fato a própria essência da sabedoria e do poder de Deus. Tão convicto estava desse fato que havia deliberadamente decidido, como disse aos coríntios, renunciar à sabedoria do mundo e, em vez dela, a nada conhecer entre eles senão a Cristo e este crucificado. 1 Coríntios 2:2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.

Todo aquele que passou pela cruz e que confessam sua morte e ressurreição com Cristo, de fato são os autênticos mensageiros cristãos das boas-novas e não podem permanecer calados a respeito da cruz. Isto porque somos motivados pela maravilha do amor de Deus que deve ir além da compreensão. A cruz é eternamente fresca no coração do Pai, e Ele jamais se desviou desse propósito eterno. Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos. Malaquias 3:6.

Se desejamos o melhor de Deus para nossa vida, se desejamos crescente poder de vitória sobre o pecado e sobre o eu, devemos chegar a um acordo com o fato de que depois de havermos nascido de novo e estar cheios do Espírito Santo, ainda somos seres decaídos. Precisamos entender que há grandes áreas de nossa vida e disposições que devem ser continuamente submetidas à cruz e à morte se desejemos levar uma vida triunfante e vitoriosa. Precisamos estar sob a liderança do Espírito em todos os aspectos da nossa vida. Isto indica que a conquista de nossa natureza carnal, por parte do Espírito, não é necessariamente automática. Nessa questão, podemos escolher. Podemos recusar o caminho da cruz, o caminho do quebrantamento e da crucificação do eu. E isso significa derrota. Nosso único lugar de vitória é sobre a cruz. Quando permitimos que a cruz realize sua obra, Deus nos fará totalmente diferentes do que somos agora. No entanto, a recusa da cruz é o motivo de tanto conflito no lar, na igreja, no comércio, na indústria e no trabalho. Naquela cruz fomos crucificados com Cristo e Deus nos fez novas criaturas.E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. 2 Coríntios 5:17.

Pr. Cláudio Morandi - 21/09/2007

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