"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sábado, 2 de agosto de 2008

JUSTIFICADOS EM CRISTO

Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Romanos 5:1. A justificação pela fé é um assunto dos mais polêmicos já levantados durante séculos, sendo muito discutido e não muito entendido pela humanidade e combatido principalmente pelos legalistas que perseguem a Igreja. Vivemos em um mundo cuja característica é do "salve-se quem puder", onde todos e de todas as formas procuram se auto-afirmar, e de alguma maneira alcançar a resolução de seus problemas através de seus atos meritórios.

Em se tratando de aceitação da parte de Deus, vemos hoje um movimento contínuo de pessoas lotando auditórios e esforçando-se para manterem-se em pé diante Daquele que pode ajudá-los a satisfazer suas necessidades, vivendo uma vida de sacrifício contínuo em prol da salvação de suas almas, como também em prol de uma vida melhor aqui no mundo.

Nosso livramento da sentença da condenação da Lei Divina é a benção fundamental que Deus nos proporcionou em Cristo Jesus. Desde nossa concepção já pesa sobre nós uma lei que obrigatoriamente tem que ser cumprida, pois o próprio Senhor disse em Mateus 5:17: Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. A Lei foi constituída por Deus para ser cumprida em toda a sua essência e a salvação do homem idealizada por Deus e realizada na Pessoa de Cristo Jesus, obrigatoriamente deveria ser de conformidade com a Lei. Em razão dos nossos pecados e principalmente por causa de nossa natureza rebelde e caída, não temos condições de guardar a Lei e satisfazer suas exigências, vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. Gálatas 4,5.

A justificação não é uma mudança no comportamento do homem, mas uma mudança judicial. Desde nossa concepção já pesa sobre nós uma lei que deve ser cumprida em toda a sua plenitude. Ezequiel 18:4: Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. A lei é irrevogável e a condenação dos transgressores é sem apelação. A exigência da lei não pode ser cumprida pelo homem em razão de sua natureza perversa, mas por graça, Deus enviou Seu Filho Jesus Cristo para nos resgatar da maldição da lei. Gálatas 3:13: Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro). Através de sua morte na cruz, Cristo fez por nós o que não poderíamos fazer. Sua obra, e não a nossa, removeu de nós a maldição (por causa da desobediência da lei) e através da fé, podemos receber os benefícios fornecidos por sua morte, incluindo a justificação. Outra passagem que nos dá clareza sobre a justificação está em 2 Coríntios 5:21: Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós: para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. Aqui nós temos duas situações: os nossos pecados foram imputados a Cristo e Sua justiça foi imputada a nós. Como Cristo se "fez pecado por nós"? Deus imputou sobre Ele a nossa desobediência, ou nossas transgressões à lei e de igual modo, nós somos "feitos justiça de Deus Nele", isto é, Deus imputou a nós a obediência de Cristo.

"O que é justificação? Segundo o catecismo de Westminster, Justificação é um ato da livre graça de Deus para com os pecadores, no qual Ele os perdoa, aceita e considera justas as suas pessoas diante Dele, não por qualquer coisa neles operada, nem por eles feita, mas unicamente pela perfeita obediência e plena satisfação de Cristo, a eles imputada por Deus e recebida só pela fé". Podemos observar que em se tratando de justificação, não há nada em nós que possamos fazer para alcançarmos tal estado diante de Deus, senão descansarmos na suficiência do sacrifício de Cristo, cujo cumprimento deu-se mediante a Lei. E essa justiça de Cristo é imputada (lançada na nossa conta) em nosso favor, nos dando condições de permanecer na presença de Deus com as vestes de Sua justiça. Assim quando o filho pródigo ao retornar à casa de seu pai, ele vendo-o ao longe lhe sai ao encontro e o abraça e o beija, mesmo estando trajado com farrapos de um país estrangeiro, e logo dá ordens aos seus servos dizendo: "Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e regozijemo-nos." Lucas 15:22, assim também Deus nos aceita na Pessoa de Cristo Jesus com todo nosso pecado e imundícia. Porém, para permanecermos em Sua presença Ele nos veste com Vestiduras de Justiça que nos foi imputada pelo sacrifício de Cristo no Calvário.

É através de Cristo e Sua expiação que a justiça e a misericórdia de Deus, Sua retidão e Sua graça, se encontram na justificação de um pecador crente. Em Cristo é encontrada a solução para cada problema que o pecado tem causado. Na Cruz de Cristo todos os atributos de Deus brilham em seu máximo esplendor. Na reparação que o Redentor ofereceu a Deus, cada demanda da lei, seja preceptiva ou penal, tem sido plenamente cumprida. Deus tem sido infinitamente mais honrado pela obediência do último Adão do que Ele foi desonrado pela desobediência do primeiro Adão. A justiça de Deus foi infinitamente mais engrandecida quando Sua terrível espada feriu o amado Filho, do que seria se cada membro da raça humana fosse queimado para sempre e sempre no lago de fogo. Há infinitamente mais eficácia no sangue de Cristo para limpar, do que há no pecado para contaminar. Há infinitamente mais mérito na perfeita justiça realizada por Cristo do que há demérito na combinada injustiça de todos os ímpios. Bem podemos exclamar: "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gálatas 6:14)

A justificação não é fruto de obras praticadas e nem cheira suor resultante do árduo esforço praticado a fim de alcançar um estado de merecimento para com Deus, pois em Romanos 3:28 está escrito: Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei. A justificação a nós imputada é fruto da graça divina e passa pela cruz em Cristo uma vez que a lei exige a morte do transgressor. Deus nos proveu um Fiador, Aquele que satisfaria as exigências irrevogáveis da lei, cumprindo-as em Seu corpo na cruz como nosso Substituto, porém nos identificando consigo mesmo na mesma cruz, atraindo-nos no Seu corpo e nos tornando participantes do mesmo sacrifício. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo. João 12:32. A lei exigia a morte do pecador e sendo Cristo o único sem pecado, seria incoerente sua morte somente como substituto, pois Ele até poderia morrer por nós e isso nos daria o perdão dos nossos pecados pelo derramamento do seu sangue, mas não nos daria uma nova condição de vida liberta do pecado. Afirmar que Cristo morreu por nós na cruz é uma verdade, mas afirmar que todos nós morremos com Cristo na mesma cruz também é uma verdade, pois a fé nesta afirmação é fruto do Seu amor, pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. 2 Coríntios 5:14. Somente a morte do pecador satisfaria a exigência da lei, e Cristo por sua graça nos levou a morrer no Seu corpo e assim nos colocou na condição de justificados diante de Deus, porquanto quem morreu justificado está do pecado. Romanos 6:7.

O lado penal da questão do pecado foi resolvido de uma vez por todas. Nosso caso já foi julgado na Corte Suprema, e Deus nos justificou; e em razão disso, Deus já deu a decisão: Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Romanos 8:1. Antes estávamos debaixo da condenação, mas agora, pela fé, somos unidos a Cristo, não havendo mais condenação. A dívida do nosso pecado foi paga por nosso grande Fiador e o registro foi apagado por Seu sangue purificador. Não há nada, em lugar algum que possa inverter essa decisão, pois já foi julgada no Tribunal Superior Celestial e o Grande Juiz já registrou sua sentença.

Somente pela pregação do Evangelho de Cristo o pecador pode ser alcançado por Deus e levado a um estado de permanência eterna na Sua presença. O Apóstolo Paulo foi incisivo: Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. Romanos 1:16,17. Mediante tal afirmação, se deixarmos de anunciar a morte e ressurreição de Cristo e nossa morte e ressurreição com Cristo, estaremos incorrendo num erro fatal de nos posicionar contra a ordem divina e indicar aos pecadores o caminho errado que os levam para Deus, pois o Senhor Jesus foi muito claro: E disse-lhe: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Marcos 16:15,16. O mundo precisa ouvir do Evangelho, pois se fosse diferente, a ordem também o seria. A salvação do pecador é somente pela graça de Deus que nos concede fé para crer no evangelho, isto é, que somos participantes do sacrifício de Cristo, pela atração fatal por Ele realizada quando foi levantado da terra. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Efésios 2:8.

"A graça é a própria essência do Evangelho - a única esperança para os homens caídos, o único conforto para os santos que passam por muitas tribulações em seu caminhar para o Reino de Deus. O Evangelho é o anúncio de que Deus está preparado para tratar com os rebeldes culpados sobre o fundamento do favor gratuito, por pura bondade; o anúncio de que Deus apagará o pecado, cobrindo ao pecador crente com um manto de justiça sem mancha, e o receberá como um filho aceito: não por causa de algo que ele tenho feito ou fará, mas por misericórdia soberana, atuando independentemente do próprio caráter do pecador e os merecimentos do castigo eterno. A justificação é perfeitamente gratuita no que concerne a nós, não sendo requerido nada de nós para efetuá-la, nem no sentido do preço ou satisfação, nem no de preparação ou adequação. Não temos nem o mais leve grau de mérito para oferecer como a base de nossa aceitação, e, portanto se Deus nos aceita, isto deve ser por causa de graça sem mistura com obras," disse Artur W. Pink.

Pela justificação realizada por Cristo Jesus na cruz em nosso favor, fomos transportados de um estado de condenados ao inferno, para um estado de herdeiros de Deus e participantes da vida eterna. Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor. A fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna. Colossenses 1:13, Tito 3:7.

Isso é maravilhoso! Jesus Cristo é o tudo de Deus e tudo o que Deus quer nos dar é a Pessoa de Seu Filho Jesus Cristo. Nós precisamos de Cristo, o mundo precisa de Cristo! Glória a Deus, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos eternos, e manifestada, agora, pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho. 2 Timóteo 1:9,10.

Francisco Mendonça - 06/09/2007

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