"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sábado, 2 de agosto de 2008

MEDITAÇÃO CRISTÃ

Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido. Josué 1:8

Alguns têm pensado que essa ordem é um encorajamento à meditação, como se fora uma espécie de busca espiritual intuitiva e mística. Não há que duvidar que essa é uma arte perdida na igreja, embora seja uma prática de grande valor, da qual muito necessitamos. A meditação é o oposto da oração. A oração consiste em falarmos a Deus; a meditação consiste de ouvirmos atentamente ao Senhor. Meditar é exercer a mente numa reflexão séria. Meditar diariamente na Palavra de Deus, significa que podemos progredir em nossa vida espiritual, prosseguindo num conhecimento mais pleno, mais alto, mais pessoal e experimental de Deus e de Cristo. Podemos passar da Palavra de Deus para o Deus que a escreveu, conhecendo-O mais de perto. As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu! Salmos 19:14.

Na sociedade contemporânea nosso Adversário (diabo) se especializa em três coisas: ruído, pressa e multidões. Se ele puder manter-nos ocupados com "grandeza" e "quantidade", descansará satisfeito. O psiquiatra C. G. Jung observou certa vez: A pressa não é o diabo; ela é o diabo. A meditação tem em si mesma a função de trazer o cristão para mais perto de Deus, e isso é o que parece faltar na vida de muitas pessoas em nossas igrejas. A meditação é uma das disciplinas espirituais necessárias em nossa vivência cristã. Ela é como uma porta aberta que nos permite entrar numa melhor relação com Deus e sua Palavra. Tomas a Kempis dizia que pela meditação podemos nos aprofundar na vida de Cristo e conhecer a Sua luz. Porém, a mente que está sempre ocupada com assuntos mundanos, jamais descobrirá esse tesouro. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Colossenses 3:2-3.

Francisco de Sales compreendia muito bem o campo da meditação, ele instrui-nos a "representar na imaginação todo o mistério sobre o qual você deseja meditar como se ele realmente se desse em sua presença. Por exemplo, se você deseja meditar sobre nosso Senhor na Cruz, imagine-se no monte Calvário, contemplando e ouvindo tudo quanto foi feito no dia da Paixão". Ao entrar na história, não como um observador passivo, mas como um participante ativo, lembre-se de que uma vez que Jesus vive no Agora Eterno e não é limitado pelo tempo, o acontecimento do passado é uma experiência viva no tempo presente para ele. Podemos realmente encontrar Cristo numa profunda comunhão através da meditação e ser tocado pelo Deus de toda graça. Isto pode ser mais do que um exercício da imaginação; pode ser um autêntico confronto, pois Jesus Cristo virá a você. Devemos colocar de lado todas as tendências à arrogância e com coração humilde, e está humildade é produzida pelo próprio Cristo, meditemos e recebamos a palavra que nos é dirigida. Hebreus 13:8 Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre.

Nos dias atuais existem muitas concepções errôneas e de certa forma compreensíveis sobre a meditação. Freqüentemente se indaga se é possível falar de meditação como sendo cristã. Quando se fala em meditar, a grande maioria e inclusive muitos crentes, dizem fazer parte das religiões orientais. A meditação sempre permaneceu como parte clássica e central da devoção cristã, uma preparação decisiva para a obra de oração, e adjunto dessa obra. Sem dúvida, a parte do surto de interesse pela meditação Oriental se deve ao fato de as igrejas terem abandonado o campo. Certamente que a meditação não era coisa estranha aos autores das Escrituras: Saíra Isaque a meditar no campo, ao cair da tarde; erguendo os olhos, viu, e eis que vinham camelos. Gênesis 24:63. Também lemos no Salmo 63:6 no meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noite. Essas eram pessoas chegadas ao coração de Deus. Deus lhes falava, não porque elas tivessem capacidades especiais, mas porque estavam dispostas a ouvir.

Há, também, os que acham que a idéia cristã da meditação é sinônima do conceito de meditação centrada na religião Oriental. Em realidade, trata-se de mundos separados. A meditação Oriental é uma tentativa para esvaziar a mente; a meditação cristã é uma tentativa para esvaziar a mente a fim de enchê-la. As duas idéias são radicalmente diferentes. Todas as formas orientais de meditação acentuam a necessidade de afastamento do mundo. A separação, o desligamento, é a meta final da religião oriental. É um escape da roda miserável da existência. Não há Deus ao qual ligar-se ou de quem ouvir. Zen e Ioga são formas populares deste método. A meditação transcendental tem as mesmas raízes budistas, pois não há necessidade da mínima crença no reino espiritual para praticá-la. Ela é meramente um método de controlar as ondas cerebrais a fim de melhorar o bem-estar fisiológico e emocional. Já a meditação cristã vai muito além da noção de separação, pois envolve uma completa entrega na absoluta suficiência da Palavra de Deus. Os meus olhos antecipam-se às vigílias noturnas, para que eu medite nas tuas palavras. Salmos 119:148.

A meditação cristã leva-nos à inteireza interior necessária para que nos entreguemos livremente a Deus, e também leva-nos à percepção espiritual necessária para atacar os males sociais. Existe o perigo de pensar somente em termos de afastamento, conforme indicou Jesus ao contar a história do homem que se esvaziara do mal, mas não se enchera do bem. Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares áridos, procurando repouso; e, não o achando, diz: Voltarei para minha casa, donde saí. E, tendo voltado, a encontra varrida e ornamentada. Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem se torna pior do que o primeiro. Lucas 11:24-26. Essa é a verdadeira condição do homem sem o novo nascimento que se enreda pelas suas meditações transcendentais, o seu último estado se torna pior do que o primeiro. Agora é fundamental nós meditarmos naquilo que foi realizado na cruz do Calvário em nosso beneficio. Porque na mente e no plano de Deus, quando Cristo morreu, nós também morremos. Esse é o significado das palavras de Romanos 6:6 sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos. Devemos nos apropriar desta verdade; assim como é nosso dever torná-la conhecida.

Somos convidados a meditar nesta palavra bendita que nos garante que quando Cristo morreu, nós morremos; quando ressuscitou, ressuscitamos com Ele; quando ascendeu aos céus, também subimos com Ele; e estamos assentados com Ele nos lugares celestiais. Tudo isto nos pertence em virtude da união que temos com Jesus Cristo. Cremos que estamos unidos com Cristo. Devemos também crer em todos os benefícios de sua morte, ressurreição e entronização. Estamos unidos com Ele no trono! Muitos podem conhecer a obra que Deus realizou na cruz em Cristo, pode ter-se rendido inteiramente, mas fracassar por não crer neste fato e deste modo usar alguns assessórios de boas obras para completar aquilo que Cristo fez de uma forma perfeita. Temos que meditar e tomar posse da vitória que nos foi dada em Cristo Jesus naquela cruz. Foi naquela cruz que Cristo nos deu a vitória, por isso, devemos estar convictos em nossa mente e no coração de que Deus nos concedeu a vitória como lemos em 1 Coríntios 15:57 Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.

Se acreditamos que vivemos em um universo criado pelo Deus pessoal infinito que tem prazer em nossa comunhão com Ele, veremos a meditação como comunicação entre o Amante e o amado. Conforme disse Alberto, o Grande: "A contemplação dos santos é inspirada pelo amor do contemplado: isto é, Deus". A meditação cristã nos leva a descansar naquele que nos encontrou, que nos ama, que está perto de nós, que vem a nós e nos atrai para si. Jeremias 31:3 De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí. O Senhor está nos convidando a entrar na esfera da meditação. Entra-se com muito maior facilidade no mundo interior da meditação pela porta da imaginação. Eclesiastes 3:11 Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim.

A meditação cristã, ousadamente nos convida a entrar na presença viva de nosso Pai celestial. Ela diz que Deus está falando no presente contínuo e deseja dirigir-se a nós. Jesus e os escritores do novo Testamento deixam claro que isto não é apenas para os profissionais da religião, mas são para todos. Todos quantos reconhecem a Jesus Cristo como Senhor são o sacerdócio universal de Deus e como tal, podem entrar no Santo dos Santos e conversar com o Deus vivo. Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne. Hebreus 10:19-20.

Como podemos aprender a meditar? É impossível aprender através de livros ou explicações a arte de meditar. Aprendemos a meditar, meditando. Todo filho de Deus precisa a meditar nas Escrituras Sagradas, porque se assim fizermos, certamente seremos bem sucedidos em tudo que realizarmos. Antes, o seu prazer está na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido. Salmos 1:2-3.

Pr. Cláudio Morandi - 22/09/2007

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