"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A OPERAÇÃO DA CRUZ

Estudar estas verdades é um trabalho árduo, não é mesmo? Embora a fome e a necessidade espiritual sejam requisitos primários para o entendimento, o Espírito Santo não revela os tesouros da Palavra rápida ou facilmente. "Um abismo chama outro abismo" (Salmo 42:7). Temos que estar preparados e mesmo assim requer muito tempo, oração, meditação e experiência envolvidos. A realidade espiritual verdadeira não vem de outra maneira, mas, louvado seja Deus, dessa maneira ela vem.

Compreender e apropriar-se dos fatos da cruz chega a ser uma das fases mais difíceis e exigentes para o crente em crescimento. O nosso Senhor retêm Suas coisas melhores e mais vitais guardadas para aqueles que as querem de verdade, para aqueles que têm fome e sede do melhor que Ele tem em Si mesmo. A compreensão do crente dos dois aspectos do Calvário é a chave tanto para o crescimento espiritual como para o serviço que dá vida.

"O Calvário é o segredo de tudo. O que Ele fez ali é que conta, e o que Ele fez se torna uma fortaleza na vida do Cristão quando ele daquilo se apropria pela fé. Esse é o ponto de partida de onde todo viver piedoso deve emanar. Nunca conheceremos a experiência da vitória em Cristo em nossas vidas até que estejamos preparados para contar (reconhecer) com Sua vitória na cruz como o segredo para nossa vitória pessoal hoje. Não há vitória para nós que não tenha sido primeiramente Dele. O que vamos experimentar Ele comprou, e o que Ele comprou para nós deve ser experimentado. O início da vida de santidade é uma fé no Salvador crucificado que vê mais do que Sua obra substitutiva. É uma fé que vê a mim mesmo identificado com Cristo em Sua morte e ressurreição".

Na realidade, nosso Pai treinou cada um de nós para uma fé clara e definida nesse segundo aspecto do Calvário: nossa identificação individual com o Senhor Jesus em Sua morte para o pecado e renascimento em relação à ressurreição. Esse treinamento nos ensinou completamente no primeiro reino: crer e apropriar-se da obra completa de Sua morte por nossos pecados - justificação. Agora, requer-se de nós que de forma igualmente definitiva creiamos e nos apropriemos do aspecto seguinte: "Sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem" (Romanos 6:6); "Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus" (v.11).

Nossa fé inteligente apoiada sobre os fatos do Calvário, dá ao Espírito Santo liberdade para trazer esta obra completa em nossa vida diária. Nos apoiamos sobre o fato de Sua morte por nossos pecados, e esse ato de fé permitiu que o Espírito Santo nos desse nossa liberdade da penalidade do pecado - justificação. Agora, uma vez que chegamos a ver o fato do aspecto seguinte, somos exortados pela Palavra a permanecer na verdade libertadora da nossa morte com Cristo em Sua morte para o pecado, que permite que ao Espírito Santo trazer às nossas vidas a liberdade do poder e da escravidão do pecado - santificação progressiva. E, obviamente, quando estivermos com Ele em glória, estaremos para sempre livres da presença do pecado - inteiramente santificados e glorificados.

"Como nosso Substituto Ele foi à cruz sozinho, sem nós, para pagar a penalidade por nossos pecados; como nosso Representante, Ele nos levou consigo à cruz, e ali, à vista de Deus, todos nós morremos juntamente com Cristo. Podemos ser perdoados porque Ele morreu em nosso lugar; podemos ser libertos porque morrermos com Ele. A maneira de Deus para nos libertar, uma raça de incuráveis sem esperança, é colocar-nos na cruz de Seu Filho, e então produzir um novo início ao nos recriar em união com Ele, o Ressurreto, o Vivente (2a.Coríntios 5:17). É o Espírito Santo quem tornará esses grandes fatos reais e verdadeiros em nossa experiência à medida que cooperamos com Ele; e assim essa praga de nossos coração terá fim, e seremos transformados à semelhança de Cristo".

"Através da crucificação do velho homem com Cristo, o crente está morto para o pecado, ele foi completamente liberto do poder do pecado, foi levado além da opressão do pecado, a acusação de pecado que pairava sobre ele foi anulada. Esta é a provisão infalível da graça de Deus; mas esse fato consumado somente pode tornar-se realidade na experiência do crente a medida que a fé repousa sobre ele e o capacita, momento a momento, dia a dia, a "reconhecê-lo" como verdade ainda que a tentação o atormente. Quando o crente assim considera, o Espírito Santo o torna real; ao continuar considerando, o Espírito Santo continua a torná-lo real. A necessidade de pecar já não tem mais poder sobre o crente do que ele mesmo lhe concede através de sua incredulidade. Se ele estiver vivo para o pecado isso se deverá grandemente ao fato de que ele falhou em considerar-se morto para o pecado" (Ruth Paxson).

A Reforma enfocou mais uma vez a ênfase sobre o nascimento espiritual, sem o qual não pode haver começo algum. O que falta entre os crentes até hoje é a ênfase apropriada no crescimento - não apenas para ser salvo e ter o céu assegurado. Que tipo de salvação teríamos se o nosso Pai simplesmente nos tivesse salvo da penalidade dos nossos pecados e depois nos abandonasse à nossa própria mercê para lidarmos com o poder do pecado em nossa vida e caminhada cristãs? Mas a maioria dos crentes sente que Ele tenha ido apenas até esse ponto e estão se esforçando para ir em frente o melhor que podem, com Sua ajuda. Esse é o erro dos gálatas, tão notável hoje entre os nascidos de novo. Precisamos ser trazidos de volta aos dois princípios básicos: libertos da penalidade do pecado através de Sua obra completa; libertos do poder do pecado através de Sua obra completa. "Justificados por fé" (Gálatas 3:24); "Andamos por fé" (2a.Coríntios 5:7); "Como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele" (Colossenses 2:6).

Não fomos deixados sós para lutar contra nossa velha vida; Cristo já cuidou dela na cruz. Este é o fato que deve ser conhecido, e é sobre este fato que se fundamenta o princípio e a doutrina da santidade no Novo Testamento. Em outras palavras, o Calvário é tanto o fundamento da santificação como da justificação. Ambos os dons procedem da mesma obra e constituem dois aspectos da mesma salvação.

Agora, enquanto o crente não conhece esse duplo aspecto de sua salvação, o melhor que ele pode fazer é procurar lidar com seus pecados através da confissão (1a.João 1:9) - ou seja, depois que o estrago foi feito! Isso trata da penalidade como conseqüência, mas não da origem. Não seria a hora de permitirmos que o Espírito Santo chegue à origem e elimine a corrente de pecados antes que eles sejam cometidos? Não é infinitamente melhor do que a destruição causada pelo pecado, mesmo apesar de confessado? Quando os crentes estiverem fartos e cansados de andar em círculos, ano após ano, em uma jaula espiritual - pecando, confessando, mas depois pecando novamente - é que eles estarão prontos para a solução de Deus para a origem do pecado, que é a morte para o "eu", produzida pela obra completa na cruz.

"Quando a luz de Deus brilha pela primeira vez em nossos corações, nosso clamor é por perdão porque nos damos conta que cometemos pecado diante dEle; mas uma vez que conhecemos o perdão para os pecados, fazemos uma nova descoberta - a descoberta do pecado e percebemos que temos a natureza de um pecador. Há uma inclinação interior para o pecado. Há um poder interno que nos arrasta para o pecado, e quando esse poder exerce sua força, cometemos pecados. Podemos buscar e receber o perdão, mas logo pecamos novamente; e a vida segue num círculo vicioso, pecando e sendo perdoados, mas logo pecando de novo. Apreciamos o perdão de Deus, mas queremos algo mais do que isso, queremos libertação. Precisamos de perdão pelo que já fizemos, mas precisamos de libertação do que nós somos".

Nossa consideração sobre a obra completa de nossa morte para o pecado, em Cristo no Calvário, é a única forma divina de libertação - não há nenhuma outra maneira porque foi assim que Ele o fez. Aprendemos a não acrescentar nada a uma obra concluída com respeito à justificação, e agora devemos aprender a não acrescentar nada à obra concluída da emancipação. Seremos libertos quando entrarmos em Sua libertação preparada - não há outra. "O crente jamais poderá vencer o velho homem, nem pelo poder do novo homem, somente pela morte de Cristo, e, portanto, a morte de Cristo para o pecado é indispensável; e a menos que a cruz seja a base sobre a qual o crente vence o velho homem, ele apenas cairá em uma outra forma de moralidade; Em outras palavras, está buscando por meio de seus próprios esforços vencer o "eu", e essa é uma luta sem esperança" (C.Usher).

Marcus Rainford recusou-se a ficar aquém do ultimato de Deus para a liberdade: "Não deve ser uma mera impressão mental passageira quando não somos atribulados pela tentação direta; nem tampouco simplesmente um marco de felicidade de espírito quando nos encontramos revigorados temporariamente pela presença do Senhor; nem uma consciência de auto-elogio de um coração exercitado pelas boas obras; por nenhuma destas coisas deve o crente inferir sua maestria prática sobre o pecado, mas porque ele morreu para o pecado com Cristo, e vive para Deus através de Jesus Cristo, nosso Senhor".

"Devo reconhecer que o inimigo dentro do campo - a carne, a velha natureza, o "eu", o velho Adão, é um usurpador. Pela fé devo reconhecer que ele está no lugar em que Deus o colocou - crucificado com Cristo. Devo perceber que agora minha vida está escondida com Cristo em Deus; que Ele é minha vida" (Ian Thomas).

Pr. Cláudio Morandi - 17/07/2008

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