"NOSSA VISÃO: CONHECER A CRISTO CRUCIIFICADO E TORNÁ-LO CONHECIDO, EM TODO LUGAR, POR MEIO DA GRAÇA."

domingo, 5 de abril de 2009

Revesti-vos de humildade

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Colossenses 3:12.
Precisamos antes de andar um pouquinho neste assunto definir a palavra humildade. Humildade vem do Latim "húmus" que significa "filhos da terra". A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão. A humildade, pois, é a qualidade de ser humilde, em contraste com a atitude da arrogância. A humildade não é depreciação de si mesmo, não é ignorância com relação ao que somos, mas ao contrário, se ter conhecimento exato do que não somos. A verdadeira humildade é aquela que o homem tem consciência e possui uma convicção do que ele é, da sua capacidade, da sua força ou da sua fraqueza, compreende a sua inferioridade, reconhece seus limites, mas, não sofre por isso, se esforça e trabalha para ser melhor e procura constantemente seu aperfeiçoamento espiritual, físico e moral. Para todo aquele quer servir a Cristo a humildade é necessária. Miquéias 6:8. Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.
Humildade não é rebaixamento, embora existem aqueles que se rebaixam ante os outros querendo parecer humildes, porém estão cheios de ressentimentos, inveja ou ambição. Sempre é bom observarmos o que esta por detrás de cada pessoa humilde. Benjamim Frannklin dizia: “Ser humilde com os superiores é uma obrigação, com os colegas uma cortesia, com os inferiores é uma nobreza”. Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza, e é por isso que a humildade é preciosa aos olhos de Deus e revela que quem a possuir será mais e mais abençoado e agraciado com os Seus cuidados; ela conserva a alma na tranqüilidade e contentamento, mesmo em meio às dificuldades diárias e gera a paciência e resignação nos momentos mais difíceis possíveis. A humildade é uma das principais características dos filhos de Deus. Vamos ler em Salmos 34:2. Gloriar-se-á no SENHOR a minha alma; os humildes o ouvirão e se alegrarão.
O orgulho, ou a perda dessa humildade, então, é a raiz de todo pecado e mal. Foi quando os anjos agora caídos começaram a olhar para si mesmos com autocomplacência que foram levados à desobediên­cia, e foram expulsos da luz do céu para as trevas exteriores. E também foi quando a serpente exalou o veneno do seu orgulho, o desejo de ser como Deus, no coração de nossos primeiros pais, que eles tam­bém caíram da sua posição elevada para toda a des­graça na qual o homem está, agora, afundado. No céu e na terra, orgulho e auto-exaltação é a porta, o nascimento e a maldição do inferno. Por isso, nossa redenção tem de ser a restaura­ção da humildade perdida, o relacionamento original e o verdadeiro relacionamento da criatura com seu Deus. E, portanto, Jesus veio trazer a humildade de volta à terra, fazer-nos participantes dessa humildade e, por ela, nos salvar. Mateus 11:29b. Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
Nos céus, Ele se humilhou para tornar-se homem. Nós vemos a humildade Nele ao se dominar a Si mesmo nos céus; Ele a trouxe, de lá. Aqui na terra, "a Si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte". Sua humildade deu à Sua mor­te o valor que ela hoje tem e, então, se tornou nossa redenção. E agora a salvação que Ele concede é, nada mais, nada menos do que uma comunicação de Sua própria vida e morte, Sua própria disposição e espíri­to, Sua própria humildade, como o solo e a raiz de Sua relação com Deus e Sua obra redentora. Jesus Cristo tomou o lugar e cumpriu o destino do homem, como uma criatura, por Sua vida de perfeita humilda­de. Sua humildade é nossa salvação. Sua salvação é nossa humildade. Assim, a vida dos salvos, dos santos, tem neces­sariamente de exibir o selo de libertação do pecado e plena restauração do seu estado original; todo seu relacionamento com Deus e com o homem tem de ser marcado por uma humildade que a tudo permeia. Cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça. 1 Pedro 5:5b.
Sem isso, não se pode permanecer verdadeiramente na presença de Deus ou experimentar do Seu favor e o poder do Seu Espírito; sem isso não há fé, ou amor, ou regozijo ou força permanentes. A humildade é o único solo no qual a graça enraíza-se; a falta de hu­mildade é a suficiente explicação de todo defeito e fracasso. A humildade não é apenas uma graça ou virtude como outras; ela é a raiz de todas, pois so­mente ela toma a atitude correta diante de Deus, e permite que Ele faça tudo. O chamado para a humildade tem sido muito pouco considerado na Igreja porque sua verdadeira natureza e importância tem sido muito pouco compreendida. Humildade não é algo que apresentamos para Deus ou que Ele concede; é simplesmente o senso do completo nada-ser que vem quando vemos como Deus verdadeiramente é tudo, e no qual damos caminho a Deus para ser tudo. Quando a criatura percebe que esta é a verdadeira nobreza, e consente ser com sua vontade, sua mente e seus afetos a forma, o vaso no qual a vida e a glória de Deus estão para trabalhar e manifestar a si mesmas, ela vê que humildade é simplesmente conhecer a verdade de sua posição como criatura e permitir a Deus ter Seu lugar. Qual é o lugar que Cristo ocupa em sua vida? E ele é a cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência. Colossenses 1:18.
Nenhuma árvore pode crescer se não for na raiz da qual brotou. O poder que Satanás trouxe do inferno, e lançou para dentro da vida do homem, está operando diariamente, a todo tempo, com grande po­der por todo o mundo. Os homens sofrem por sua causa; eles temem e lutam e fogem disso, e ainda não sabem de onde isso vem e de onde provém sua terrí­vel supremacia! Não é de admirar que eles não sabem onde ou como isso deverá ser vencido. O orgulho tem sua raiz e força em um terrível poder espiritual SATANICO, tanto fora de nós como dentro. A batalha desesperada contra a atuação do ego e do orgulho dentro de nós pode, real­mente, tornar-se ainda mais desesperadora quando pensamos no poder das trevas por trás de tudo isso; mas o desespero completo irá preparar-nos melhor para percebermos e aceitarmos um poder e uma vida fora de nós mesmos, que é a humildade dos céus tal como foi trazida para baixo e para perto pelo Cordei­ro de Deus, a fim de expulsar Satanás e seu orgulho.
João 12:31-32. Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.
Essas palavras abrem para nós as raízes mais profundas da vida e da obra de Cristo. Elas nos fa­lam como foi que o Deus Todo-Poderoso pôde tra­balhar Sua maravilhosa obra de redenção por meio Dele, Cristo. Elas mostram o que Cristo considerou como o estado de coração que Lhe cabia como o Filho do Pai. Elas nos ensinam o que são a natureza e vida essenciais dessa redenção que Cristo cum­priu e agora nos transmite. É isto: Ele não era nada para que Deus fosse tudo. Quando experimentamos a obra de Cristo em nossas vidas como uma realidade espiritual, ganhamos a dimensão de uma vida plena e de total dependencia da sua graça. 1 Coríntios 15:10. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.
À primeira vista, isso pode parecer difícil; isso é assim somente por causa do orgulho que ainda se con­sidera alguma coisa. Se uma vez aprendermos que ser nada diante de Deus é a glória da criatura, o espírito de Jesus, o regozijo dos céus, daremos boas-vindas com todo o coração à disciplina que, porventura, tenhamos ao servir até mesmo aqueles que tentam nos importu­nar. Quando nosso próprio coração estiver colocado nisto, na verdadeira santificação, estudaremos cada pa­lavra de Jesus em auto-humilhação com novo deleite, e nenhum lugar será baixo demais e nenhum rebaixamento será profundo demais e nenhum serviço será insignifi­cante ou prolongado demais se pudermos compartilhar e provar a comunhão com Ele que disse: Pois, no meio de vós, eu sou como quem serve. Lucas 22:27b.
Tudo tende a confirmar a lição de que a humildade é uma das principais e supremas graças, uma das mais difíceis de se obter, algo para o que nossos primeiros e principais esforços têm de ser direcionados, algo que vem somente em poder quando a plenitude do Espírito nos faz participantes do Cristo que habita e vive dentro de nós. Gálatas 2:20a. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim. Existe humilhação maior, o de estar crucificado com Cristo? Porque não é mais voce, agora é Cristo em voce! Alguém já disse que “a humildade diante de Deus não é nada se não for provada em humildade diante dos homens”. Toda pessoa humilde busca a todo tempo agir de conformidade com a palavra de Deus que nos diz em Romanos 12:10. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
Onde esse amor entra, Deus entra. E onde Deus entrou em Seu po­der, e revela a Si mesmo como Tudo, a criatura torna-se nada. E onde a criatura se torna nada diante de Deus, ela não pode ser nada a não ser humilde diante de outras criaturas como ela. A presença de Deus torna-se não algo ocasional, de tempos ou tempora­das, mas a cobertura sob a qual a alma sempre habita, e seu profundo rebaixamento diante de Deus torna-se o santo lugar de Sua presença de onde todas as palavras e obras dela procedem. Nossa humildade tem de ser a vida de Cristo, o Cordeiro de Deus, dentro de nós. Lembre-se que a cruz, a morte e a tumba, nas quais Jesus se humilhou, eram Seu caminho para a glória de Deus.

Nenhum comentário: