Beija-me
com os beijos de tua boca; porque melhor é o teu amor do que o vinho. Cantares
1:2.
Nas Escrituras, beijo nos pés significa
adoração, devoção. Lembremos quando Maria, aquela da qual o Senhor expulsou
sete demônios, quando ela compreende que aquela Pessoa que ela achava ser o
jardineiro, perto da tumba, era o Senhor Jesus, então ela agarra aos seus pés.
Essa atitude de agarrar os pés, de beijar os pés, tipifica reverência, dedicação
e afeição. Mas o beijo na boca tipifica intimidade. Não é algo mecânico, não é
algo circunstancial, é expressão de algo onde há realidade. Muitas vezes nós
treinamos tanto essa questão de nos beijar, que se alguém colocar juntos um
poste e a mulher, bem provável que beijaremos o poste. Sai do serviço dá aquele
beijinho, volta da outro beijinho. Mas esse beijo aqui em Cantares é expressão
de intimidade, ou seja, face a face. Admiro muito a intimidade que Moisés
desfrutava com o Senhor. Uma vez dentro
Moisés da tenda, descia a coluna de nuvem e punha-se à porta da tenda; e o
SENHOR falava com Moisés. Falava o SENHOR
a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então, voltava Moisés
para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se apartava
da tenda. Êxodo 33:9,11.
Na vida conjugal ninguém tem esse
direito de intimidade fora do relacionamento conjugal. Intimidade é do cônjuge e
de ninguém mais. Nós fomos chamados para a intimidade com Deus e com nosso
cônjuge. Não fomos chamados para viver uma hipocrisia relacional, dar beijos
comerciais, mas sim, parte da expressão que temos experimentado. O amor clama
por intimidade. O que é o amor? Deus! Alguns filhos de Deus entenderam bem
isto. Ó Deus, tu és o meu Deus forte; eu
te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti; meu corpo te almeja, como
terra árida, exausta, sem água. Salmos 63:1.
Há um clamor dentro de nós, que morremos
e ressuscitamos com Cristo; que esse amor é o próprio Deus em Cristo, que
habita em nós pelo Espírito Santo, que é a nossa força motriz que vai nos
impulsionar a custa de tudo no caminho da intimidade. Em primeiro lugar,
teremos intimidade vertical, isto é, com Deus. Em segundo lugar, intimidade
relacional, ou seja, com aquele que está mais perto de nós. Esse relacionamento é tão especial, tão
seleto nos propósitos de Deus: Casamento. Digno
de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque
Deus julgará os impuros e adúlteros. Hebreus 13:4.
Que possamos viver uma vida de
intimidade em primeiro lugar com o Amante de nossas almas, o Senhor Jesus. E em
segundo lugar com o nosso cônjuge, que é aquela pessoa que o Senhor colocou ao
nosso lado para que partilhemos essa intimidade. E que esse ambiente sirva para
ser tecida em nós a confiança. Porque é sobre o solo da confiança que se
edifica a comunhão. E é sobre o solo da comunhão que se pratica a confissão. E
quão importante é na vida conjugal a confissão. Essa deve ser a nossa realidade
dia a dia. Quem vive uma vida de comunhão e confissão com o Senhor; também vive
essa verdade com o seu cônjuge. Agora nós sabemos o que significa “os dois uma
só carne”. Era assim com Cristo e o Pai. Eu
e o Pai somos um. Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não
me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
João 10: 30 e 14:9.
Em nosso ninho relacional que é o
casamento, devemos nos sentir plenamente envolvidos um com o outro. Enquanto a
pessoa não perceber em espírito, alma e corpo, aliás, esse é o único
relacionamento de duas pessoas na face da terra que inclui esses três níveis.
Nós nos relacionamos com os irmãos em espírito, se fosse possível plenamente.
Em alma e, se isso fosse possível plenamente, comungando nossa mente, emoções, nossos
desejos, mas corpo não. Por que corpo não? Porque o Senhor reservou nosso
relacionamento de corpos para uma experiência conjugal. Por isso o
relacionamento conjugal é tão especial, por ser incluídos esses três níveis
plenamente. Comunhão em espírito, porque nós somos um no Senhor, também por
isso não devemos casar em jugo desigual. Comunhão em alma, porque fomos chamados
para a intimidade, “beija-me com os beijos da sua boca”. Entrando um na vida do
outro, este é um chamado maravilhoso. Completai
a minha alegria, de modo que penseis a mesma coisa, tenhais o mesmo amor,
sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Filipenses 2:2.
O amor de Deus é o amor incondicional,
ou seja, Deus quando nos amou, Ele mesmo se comprometeu conosco. Ele tem
compromisso conosco. Quando cremos em nossa inclusão no corpo de Cristo, somos
libertos do pecado e com isso “o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo
Espírito Santo”. Portanto, nunca devemos edificar a intimidade fora do
compromisso. A nossa intimidade deve ser edificada sobre esse elo do amor de
Deus. Casamento começa com aliança, ou seja, compromisso. Irmãos o mundo não
sabe nada disso. Sob o solo do compromisso a semente pode ser plantada, e este
solo não treme, pois Ele é firme, a base de compromisso. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será
comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a
chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra
aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. Mateus 7:24-25.
Em que base o nosso relacionamento com
Deus foi estabelecido? Na base da aliança. Quando o Senhor partiu o pão naquela
noite, ele disse: “Este é o sangue da nova aliança derramado em favor de muitos
para remissão de pecados”. Essa é a segurança do Seu amor, e também que podemos
desenvolver um relacionamento com Deus sem que Ele nos rejeite por motivo
nenhum, porque já fomos acolhidos. É assim que também se edifica o casamento. O
Senhor não nos chamou para sermos casais medíocres. Casais medíocres deviam ser
casais do mundo, pois só têm condições de viver o padrão médio, ou seja, a
mediocridade. A nova criatura deve dar um testemunho de uma vida conjugal plena
de amor e intimidade. Andarão dois
juntos, se não houver entre eles acordo? Amós 3:3.
Os filhos de Deus em Cristo não foram
chamados para ter uma vida conjugal de segunda classe, de terceira categoria,
somos santos de Deus, e fomos chamados em nosso relacionamento conjugal para
experimentar a benção da intimidade. Eis
por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne. Efésios 5:31.
Para concluir devo dizer sobre a
importância da oração a dois. Nada poderá contribuir mais para a boa comunicação e
comunhão do casal do que irem os dois juntos à presença do Senhor para adorá-lo
e para intercederem por si próprios, pelos seus filhos, pela igreja, pelos
amigos. A oração é uma das coisas mais
íntimas que um casal pode compartilhar. Adão e Eva tinham uma intimidade
verdadeira apenas quando eles eram íntimos de Deus. Mas logo que eles pecaram,
um começou a culpar o outro e os problemas começaram. Por isso, se você quiser
ter mais alegria e menos discussão no seu casamento, combinem de orar juntos
pelo menos uma vez ao dia. Eu aconselho que vocês acordem meia hora antes e
orem pelos planos, família, trabalho, etc. Vocês perceberão que ao buscar a
Deus, vocês serão mais cheios de amor, pois Deus é amor, e com isso conseguirão
amar um ao outro. tudo posso naquele que
me fortalece. Filipenses 4:13. Amém.
Ouça os estudos em áudio no YOUTUBE:
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