Paulo,
apóstolo de Jesus Cristo por vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso, e
fiéis em Cristo Jesus. Efésios 1:1.
Em Jesus Cristo, esta é a chave das
Epístolas de Paulo. Reflitamos em tudo o que esta palavra contém para o regenerado;
pois ela resume admiravelmente sua posição, estabelecendo-o mais elevado nível.
A mensagem das Epístolas do apóstolo Paulo mostra-nos a graça experimentada em
Jesus Cristo. Naquele dia, vós
conhecereis que eu estou em meu Pai, e vós, em mim, e eu, em vós. João 14:20.
Não é preciso dizer que ser cristão não
é uma etiqueta, nem a profissão exterior de um membro da igreja que se limita a
fazer ato de presença no templo, de vez em quando. Ser cristão, segundo o Novo
Testamento, é muito mais que a simples posse do perdão dos pecados e a alegria
de estar reconciliado com Deus: É estar em Cristo. É compreender que nosso
Salvador, pela salvação que nos oferece, não somente nos salva do inferno, mas
nos faz viver por Sua própria vida. Assim Ele nos identifica a Si mesmo. Daí em
diante, Deus nos vê em Cristo, tão perto dEle como Seu próprio Filho. É essa a
posição do homem e da mulher que creu que foi atraído, crucificado, morto,
sepultado e ressuscitado juntamente com Cristo. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente
o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Romanos 6:5.
É isso que está compreendido nas
primeiras palavras desta Epístola dirigida “aos santos que estão em Éfeso, e
fiéis em Cristo Jesus”. Mais adiante o apóstolo revela-lhes como é possível tal
qualificação; não é uma vaga esperança, mas torna-se uma realidade gloriosa. Graça a vós outros e paz, da parte de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Efésios 1:2.
“Graça e paz.” É esse o clima no qual
vive o filho de Deus e é essa a atmosfera que emana de sua vida: Tudo nela é
dom da graça divina e paz que não é deste mundo. Não disse o Senhor aos Seus,
antes de deixá-los: Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso
coração, nem se atemorize. João 14:27.
O mundo nada dá, sem receber em troca,
mas a graça divina age diferentemente; não somente extingue a condenação, mas
cumula com todos os bens do céu, sem nada pedir de volta, senão o amor, o
reconhecimento e a adoração de filhos aos quais o Pai celeste tudo dá mesmo o
crescimento espiritual e a alegria de ser Suas testemunhas no mundo. É o que
revela as Escrituras Sagradas. Visto
como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à
vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua
própria glória e virtude. 2 Pedro 1:3.
Clamamos por bênçãos, pedimos sempre
para nós, cantamos tudo que tenha o propósito de nos beneficiar, de nos alegrar
e de nos encher de mais e mais bênçãos; mas não compreendemos que tudo já nos
foi concedido em Cristo Jesus. Se olharmos com bastante atenção, descobriremos
que o tema da Epístola aos Efésios é a fonte das bênçãos espirituais concedidas
àquele que nasceu de novo. Bendito o
Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte
de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Efésios 1:3.
O louvor deveria caracterizar a vida de
todo o filho de Deus, mesmo quando é provado; porque o louvor torna-se então
uma arma espiritual que liberta o espírito da obscuridade e da inquietação.
Davi dizia: Invoco o SENHOR, digno de
ser louvado, e serei salvo dos meus inimigos. Salmos 18:3.
Quando Deus anunciou o nascimento de Seu
Filho na terra, uma multidão dos exércitos celestes louvou a Deus, dizendo: “Glória
a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens”. É, pois,
graças à obra redentora perfeita e vitoriosa de nosso grande Deus e Senhor,
Jesus Cristo, que nossas relações com Ele começam pelo louvor daqueles que
resgatou. A Epístola aos Gálatas dá o segredo de nossa união com o Senhor
glorificado, após identificação com Ele em Sua morte. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive
em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual
me amou e se entregou a si mesmo por mim. Gálatas 2:20.
Efésios 1 nos revela os conselhos
eternos de Deus para Cristo e a Sua igreja em vista da eternidade. Deus é amor,
e o amor não pode estar contente sem uma resposta nos objetos do amor. Como Israel antes de entrar na terra
prometida precisou atravessar o Jordão e levantar no meio do rio o altar
simbólico das doze pedras sepultadas sob as águas, assim o cristão, ou seja,
aquele que está crucificado com Cristo, este homem e está mulher entram na
posse das promessas de Cristo à medida que creem que são identificados com o
Senhor em Sua morte. Fomos, pois,
sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi
ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em
novidade de vida. Romanos 6:4.
Quando a fé recebe estas grandes
verdades, e olha para o glorioso fim, se deleita com tudo o que foi revelado do
coração de Deus e da eficácia da obra de Cristo. Tal é o amor do Pai, e tal a
virtude da obra de Cristo, que por toda a eternidade estaremos diante da face
do Pai santos e irrepreensíveis, e por isso no pleno e desimpedido desfrute do
amor divino. Quando nos é desta forma permitido olhar para a eternidade e
termos uma visão ampla da bênção que está diante de nós, este mundo passageiro,
que muitas e muitas vezes nos parece tão grande e importante, se torna muito
insignificante, entretanto os filhos de Deus em Cristo, vista em seu verdadeiro
caráter segundo Deus, se torna excessivamente grande e abençoada. 1 João 3:1. Vede que grande amor nos tem
concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos
filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o
conheceu a ele mesmo.
Ter a convicção de que somos filhos de
Deus nos mantêm calmos na presença do desassossego do mundo, e também nos levam
acima da tristeza e do pecado. Essa é a segurança de nossa salvação. Cristo fez
o tudo por nós e nos concedeu a segurança da salvação eterna. Eu lhes dou a vida eterna; jamais
perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. João 10:28.
Temos aqui uma promessa incondicional. É
algo bem simples. A vida eterna é um dom, um presente. Um presente com
condições não é presente. Pense um pouco sobre as consequências que sobrevirão
se uma ovelha de Cristo vier a perecer. Cristo então teria revogado a Sua
promessa. Ele não mais seria Deus e a Trindade cessaria de existir. As
Escrituras não seriam dignas de confiança. Ainda estaríamos em nossos pecados.
Isso não pode acontecer porque o cumprimento da promessa depende apenas de
Cristo e não de Suas ovelhas. Levantai
os olhos para os céus e olhai para a terra embaixo, porque os céus
desaparecerão como a fumaça, e a terra envelhecerá como um vestido, e os seus
moradores morrerão como mosquitos, mas a minha salvação durará para sempre, e a
minha justiça não será anulada. Isaías 51:6.
Não há uma segurança maior do que estar
em Cristo e ser habitado por Ele. Essa posição de segurança continua, contanto
que Cristo continue, ou seja, para sempre. Gloria a Deus, pois Ele é para
sempre. Jesus Cristo, ontem e hoje, é o
mesmo e o será para sempre. Hebreus 13:8. Aleluia! Amém.
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